Les sorcières

Le pouvoir des sorcières

Estou me organizando e pretendo fazer com que essa história seja finalizada. No momento, estou corrigindo alguns pequenos erros e farei o post dos capítulos sempre que conseguir, não ficarão sem!

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Quando pensamos em Bruxas, normalmente a primeira imagem que aparece em nossas mentes são mulheres feias, com caldeirões imensos e um chapéu pontudo. Seres do mal esperando por uma criança se perder em uma floresta para dar o bote.

Seria cômico se não fosse trágico, a questão é que com o começo do Cristianismo e sua disseminação pelo mundo, o poder simbólico de muitas crenças, rituais ou costumes passaram a ser perseguidos e horrivelmente rotulados como heréticos e pecaminosos. Uma política de que somente uma cultura era tida como certa e outra cultura errada e, tão logo, a "Verdade" deveria prevalecer sobre a "Falsidade".

Pois então as mulheres durante a Idade Média que possuíam domínio de ervas medicinais para a cura de enfermidade eram julgadas como hereges e pecadoras, pois, na concepção católica, elas tentavam enganar as leis divinas com rituais que iam contra os preceitos da Igreja Católica. Foi devido a isso que várias mulheres foram perseguidas e acusadas de Feitiçaria ou Bruxaria e, consequentemente, foram assassinadas pela prática de suas crendices e cultura.

O que ninguém sabe é que essas mulheres eram muito mais do que suas práticas com ervas, eram mulheres poderosas, inteligentes, a magia estava com elas e muitas foram mortas lutando pelo o que acreditavam. Suas lutas foram passadas por gerações. Está com todas as mulheres, descendentes ou não de bruxas.

Algumas possuíam habilidades de manipular a mente humana, outras eram fantásticas em previsões sobre o futuro e liam cartas, também tinham aquelas que dominavam as ervas e algumas até mesmo especiarias Afrodisíacas. Uma geração de bruxas raras conseguia distorcer a realidade, manipular os 4 elementos e objetos. Eram inúmeros poderes magníficos. E que depois de tantas perseguições foram escondidos por gerações. Até agora.

Paris 2019

Fazia frio naquela tarde e a cidade das luzes estava mais nublada que o normal, algumas pessoas caminhavam pelas ruas com seus sobretudos enquanto mexiam no telefone. Era definitivamente uma cidade com estilo clássico mesmo com o passar dos anos. O fato é que em um apartamento específico na Vieille du Temple estava acontecendo um diálogo interessante.

— Camila, pelo amor de Deus quantas vezes eu tenho que falar para você? Antes de procurar por novas meninas você precisa falar comigo! Não é como se você fosse achar uma de nós pela rua ou até mesmo sair perguntando "EI VOCÊ, É BRUXA?", "QUER AJUDA?" tenha senso.

— Ariana você sabe que estamos em desvantagem, a repressão não mudou, cada vez mais algo ruim se aproxima. Temos que nos preparar e conhecer outras de nós é importante. E eu não vou sair perguntando quem é bruxa, deixa de ser ridícula, só quero ter aliadas caso estoure uma guerra, ma femme!

— Olha, eu só não quero que você traga perigo para o nosso grupo, eu fico preocupada com você. Só toma cuidado, tudo bem? — Camila olha para sua fiel escudeira, anda até ela e em seguida distribui vários beijos em suas bochechas.

— Fica Tranquila femme, eu sei me cuidar e vai ser somente uma pequena expedição para o sul da França, o que pode dar errado? Par dieu!

Camila e Ariana eram melhores amigas, praticamente irmãs que os traumas da vida ajudaram a juntar. E Dividiam o mesmo apartamento por 5 anos, ambas perderam seus pais quando adolescentes por conta de perseguições contra feiticeiros e agora jovens adultas lideram seu próprio grupo sempre buscando evoluir seus poderes e aprendendo mais sobre sua cultura.

E assim foi Camila... dona de uma beleza invejável, cabelos castanhos e olhos intensos cor de chocolate. Saiu de seu apartamento para sua pequena expedição. Camila costumava sempre acreditar no melhor de cada um e sendo uma bruxa aprendeu que o julgamento alheio dói. Em sua vida só restou sua irmã Sofia de 14 anos que também morava com ela e Ariana. E claro suas outras amigas.

Depois de algumas horas de viagem, Camila estava esgotada. Descendo de um ônibus, a Jovem só procurava por uma cama para dormir. Porém andando pelas ruas de Eze, uma charmosa cidade à beira-mar, Camila encontra um pequeno bar. Era aconchegante e alguns homens tocavam uma música local. Assim que entrou pela porta do estabelecimento, distraída pegando o celular para avisar que estava bem para Ariana e Sofi, a jovem de olhos chocolates esbarra fortemente em alguém.

— Ei, você não me viu aqui não? Tá cega? Derrubou toda minha cerveja garota.

— Nossa me desculpa! Eu não tive a intensão, eu acabei me distraindo com meu o telefone. — Disse Camila procurando um guardanapo para limpar a moça que pela voz parecia estar com raiva, até porque ela não tinha tido coragem de olhar nos olhos da mesma.

— Olha você não vai conseguir limpar o estrago que você fez, tá legal? Só se afasta e vê se não me esbarra de novo!

Camila ouvindo aquela grosseria levanta sua cabeça para olhar a dona daquela voz rasgada e carregada de indignação mas acaba dando de cara com olhos verdes tão profundos quanto os da floresta que via em seus livros de Herbalismo.

— Olha só, eu já me desculpei com você e não tem motivo para ser tão arrogante assim. Agora passar bem!

A dona dos olhos verdes mais lindos e diferentes que Camila já viu a encarou e pareceu ficar levemente abalada por ser chamada de arrogante, nada que Camila percebesse no momento.

— Você não me conhece para me chamar de arrogante, aposto que se alguém esbarrasse em você fazendo com que metade da sua cerveja acabasse na sua blusa, você ficaria irritada. Finge que esse esbarrão não aconteceu que eu finjo que você não existe. — A Morena que estava vestindo preto da cabeça aos pés e para finalizar uma jaqueta de couro personalizada com um símbolo peculiar saiu andando indo até uma mulher de cabelos pretos no fundo do bar a deixando sozinha.

Camila ainda extasiada com a mulher que não sabia o nome, se dirigiu ao barman pedindo um drink que lhe chamou atenção para que esquecesse o desastre da noite. Precisava de um pouco de álcool para refletir e pensar no verdadeiro motivo de sua estadia em Eze mas as vezes olhava para onde a Morena estava. Por coincidência, estava bebendo o mesmo drink que Camila e enquanto conversava mexia em seu cabelo. Mas Camila parou de encará-la e voltou o foco em seu copo e nos homens que continuavam cantando.

Enquanto do outro lado do bar Lauren, a mulher que Camila bloqueava de seus pensamentos naquele exato momento. Sem controle de seus movimentos, voltou seus olhos para Camila. Que naquele momento tinha parado de encará-la. Chegou a ser engraçado essa troca de encaradas discretas sem nenhuma delas perceberem o quão importantes seriam uma para a outra.