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— Sabe? Acho que deveríamos ser amigos. — O garoto diz quebrando mais uma vez o silencio.

Ao contrario do inicio da rota da viagem, dessa vez Mariel não se sente incomodada com a voz de Shawn tão atraente e calorosa ao puxar outro assunto com ela. E sim de alguma forma satisfeita em perceber que outro assunto está surgindo entre os dois.

Algo que mudou tão rapidamente que nem mesmo ela sabe como foram de um extremo de "mal nos conhecemos" para "deveríamos ser amigos".

— Deveríamos? — Ela pergunta incerta o olhando novamente. Antes encarava a janela vendo todo o ambiente do lado de fora, mas agora encara o garoto que a olha descontraído.

— Sim. — Ele fala como se fosse algo bem simples. E para Mariel não era.

Não por ela não querer. Mas porque era como entrar em uma montanha russa do nada, ir de um extremo até outro extremo. E ela não estava acostumada com isso.

— Ãn... — Ela abre a boca para falar a percebe que o ônibus está virando a esquina antes da rua do colégio. — Sinceramente, é muito legal da sua parte. Mas a gente mal se conhece, então, sinto muito. — Ela fala nervosa colocando o celular dentro da mochila. — Você não precisa se sentir obrigado a ser meu amigo, ou co...colega só porque conversarmos um pouco no ônibus.

Mariel sabia que quando ficava nervosa falava além do que queria, e as vezes coisas totalmente fora do contexto.

Mas dessa vez tinha falado algo que realmente sentia, não queria que alguém, qualquer um na verdade, fizesse amizade com ela por pura empatia ou pena. Queria que alguém estivesse ali com ela e por ela, pelo simples fato de gostar dela de verdade.

— Hey! — O garoto segura sua mão antes que ela se levante. Mariel o olha um pouco surpresa pelo contato repentino, não esperava por isso. — Não estou fazendo nada por pena, mas sim porque eu te acho uma garota legal. Sabe? Você tem esse jeitinho tímido, e apesar de ser bem calada, quando fala alguma coisa, eu percebo que está sendo sincera. — Ele da um sorriso pequeno. — Você tem um mundo dentro de você Mariel! Um mundo para ser descoberto, e quero ser seu amigo para te ajudar nisso.

— Shawn. — Ela fala, mas ele a interrompe.

— Digo sério, não estou fazendo por qualquer coisa ruim como isso. E sim por me importar, não vai me negar algo assim, vai? Quero ser seu amigo. — Ele diz abrindo um sorriso maior em seguida, novamente próximo demais para a sanidade de Mariel.

Amigo.

A palavra causava frio na barriga de Mariel, pelo simples fato de significar que eles teriam algum tipo de aproximação.

E isso é com toda certeza bem perigoso. Mas de alguma forma, o perigo, assim como a luz chama os mosquitos, aqui chamava Mariel.

Olá, estranho [S.M] CONCLUIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora