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Não conseguia acreditar. Elas estavam na minha frente conversando comigo com tamanha naturalidade este tempo todo. Lágrimas transbordaram de nossos olhos. As duas sairam de trás do enorme balcão e correram em minha direção me abraçar. Após longos minutos paralisadas.

- Não acredito.. Dulce? Vc... Vc tá aqui .. vc tá viva . .. - Ane falava em meio ao choro.

- Eu tô tão feliz em poder ver vcs - Falo com um sorriso enorme. A essa altura todos no local já paravam para ver nosso reencontro.

- MDS... Onde vc esteve ? - após nos afastarmos, Bel pergunta secando suas lágrimas que insistiam em cair. Olho para Edgar e ele apenas assisti tudo.

- Muita coisa aconteceu. - Falo simples.

- Muita coisa mesmo... Vc literalmente sumiu Dul.. um dia vc estava no enterro de sua mãe e no outro vc desaparece. Seu pai nunca nos contou o que aconteceu com vc.. papai ficou furioso com ele, imagina a minha mãe e a vovó Isabel então. Ficamos desesperados.

- Eu lamento.. e como estão todos ? Seus pais ? E a vovó ? - Pergunto ansiosa, a saudade era tamanha em meu peito.

- Papai e mamãe continuam os mesmos, agora já estão aposentados porém continuam morando nos campos. Sabe que a vida dele é aquilo.
Nós agora trabalhamos aqui, na verdade somos donas desse local juntas, papai nos deu este local. Sonho de infância vc sabe. - Ane sorri - Vovó Isabel adoeceu quando descobriu o seu sumiço, ela ainda mora na mesma casa...

- Ela está viva ? - pergunto.

- Sim.. sabe que sempre foi forte como um leão, disse que só descansaria quando vc voltasse para casa, quando ela pudesse ver vc de novo. Ela sempre te espera Dul. Sempre te esperou, não tem um dia que não pergunte de vc..

- Eu quero ver ela. Preciso ver ela.. - digo com a voz embargada.

- E ela quer ver vc .. pode ter certeza. - Bel fala sorrindo ao me abraçar.

- Vamos fechar este lugar e podemos ir com vc ..

- Não precisa se preocupar..

- Não é incomodo alguma preciosa.. nós vamos com vc e pronto. Esperamos anos pra te rever. Confesso que já chegamos a perder as esperanças e..

- Acreditar que eu estivesse morta.. - Olho nos olhos das duas, e vejo tristeza em seus olhares. - mais não estou.. - Sorrio e vejo seus olhos brilharem.

- Temos muito o que conversar.. tantas coisas para saber.. tanto tempo perdido.

- Sim.. mais podemos falar sobre essas coisas mais tarde, sem pressa. Agora eu quero matar a saudade da minha família. - me refiro a elas.

- Então vamos até a casa da vovó Isabel..

Edgar não quiz ir junto para a casa da avó Isabel, alegou ter compromissos e me deixou ficar com minhas primas, não antes de prometer voltar de noite para o hotel.
Já era de tarde quando chegamos. A velha casa continuava igual, tão simples e bela como me recordava.

- Chegamos Dul.. vamos, estou tão animada para saber a reação da vovó.. - Annie estava tão empolgada que era difícil não se animar com ela - Até eu não estou sabendo como lidar - confessou.

- Imagina eu ... - desabafo. Minhas mãos tremiam, nunca em toda a minha vida de adulta me senti tão nervosa como estava agora. Era como se um buraco do meu passado estivesse sendo desenterrado.

Saímos do carro, e caminhamos em direção a casa. Entramos na casa como fazíamos sempre desde criança.
Juntas.

- Vovó Isabel ? A senhora está aqui ? - Bel a chamava. Meu coração acelerava a cada passo.

PreciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora