Jikook em Vegas

⚡- O primeiro beijo

Já havia se passado dois dias depois daquele dia com o Jeon. Ainda estava muito pensativo sobre algumas coisas sobre mim, e sinceramente, tinha algo de muito errado em mim. De depende traços de desejo e malícia se fez presente em meus pensamentos mais íntimos. Além de ter acordado no dia seguinte do ocorrido com uma ereção. Isso nunca aconteceu, nunca mesmo, quando eu digo nunca, realmente nunca. Pra ser sincero eu não tinha experimentado nada, só sabia disso tudo por causa de mamãe que fez questão de me encher com assuntos vergonhosos. Eu me recusava a acreditar que isso aconteceu justamente por um homem.

O que mais me doeu foi mentir para Bambam sobre ter entregue o bilhete, não sei de onde tirei tamanho cinismo ao fingir animação junto dele. Ele estava feliz por algo que talvez não iria acontecer, por uma resposta que não iria ser correspondida, eu estava me sentindo muito mal por isso.

Tudo aquilo deixou de ser triste, e agora estava me irritando. Ele se referiu a mim com adjetivos femininos! Que tipo de pervertido este homem era? Por Deus. E o que eu tinha na cabeça quando analisei cada canto de seu corpo? O que eu tinha na cabeça quando me senti atraído por ele? O que eu tinha na cabeça quando deixei me levar pelo momento pertinente?

Céus!
Eu sabia que tudo o que rodeava minha cabeça até o presente momento era muito errado, sabia que estava colocando minha santidade em jogo, Deus poderia me odiar pelo o resto de minha vida. Mas em alguns momentos, meu desejo e curiosidade estavam muito além de qualquer outra coisa, muito além de igreja, Deus e todo o resto. Por instantes até pensei que poderia me deixar pelos desejos da carne, que eu deveria experimentar coisas novas como todos dizem, mas depois vi o quão tolo estava sendo. Apenas chorei por não saber o que fazer, porque minhas orações não estavam fazendo efeito, talvez seja porque eu quero que esses desejos se tornem real algum dia.

Acredite, eu infelizmente me imaginei beijando o Jeon, os seus lábios finos extremamente corados e chamativos despertaram pensamentos longos. Obviamente eu fiquei com muita vergonha de mim mesmo, depois. Eu nunca beijei alguém, pois jamais desejei isso, mas depois de ver Jungkook, eu o desejei mais que tudo nessa vida. Mas não posso, então jamais o farei.

Ainda mais, pelo fato de que meu amigo mais próximo gosta dele. Eu não poderia fazer isso com Bambam, ele está sendo uma pessoa incrível comigo desde que cheguei, não quero decepcioná-lo. Só de pensar em perder uma amizade por causa de outro homem me dava arrepios, jamais poderia fazer uma coisa dessas.

Eu e ele somos ótimos amigos — vamos supor uma situação — se por um acaso eu beijasse o tal Jeon, acarretaria um bocado de problemas, primeiro, perderia meu único amigo aqui nessa cidade completamente diferente, segundo, meu tio e o resto da família ficariam decepcionados, terceiro, estaria pecando e indo contra meu avô e minha santidade, quarto, eu poderia perder a única chance da minha vida de ser um cozinheiro. E meu único propósito aqui, é aprender mais sobre a gastronomia, não posso perder meu foco, nem aos menos comecei.

Algo lá no fundo, me dizia que eu estava errado, porém, é melhor esquecer tudo de uma vez, deixar toda essa confusão para trás, focar apenas no meu objetivo.

Como eu não tinha nada pra fazer, estava em casa o tempo inteiro, assistindo e comendo, ou falando com minha mãe pelo celular. Bambam já tinha tentado me tirar de casa incontáveis vezes, porém eu inventava sempre uma desculpa, e ele acreditava. Eu estava ficando bom em mentir, o que não era muito agradável, se alguém soubesse iria levar um montão de bronca. 

Já era sexta feira e eu estava em casa sozinho assistindo Moana pela milésima vez — eu felizmente não enjoava — quando ouvi meu celular tocar lá no meu quarto. Levantei preguiçoso e fui até lá, peguei e atendi, era tio Jin.

— Oi Jimin! 

— Oi tio, o que me diz? — Sento na cama.

— Bom, eu fiquei sabendo que o senhor Park Jimin não quer sair de casa pois está com dor de cabeça, precisa de remédio? Quer ir ao médico querido? — Pude sentir a ironia no seu tom de voz, suspirei frustrado.