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• Sexta-feira, duas semanas após o quase Armageddon•

•••

   Ele estava chateado, era óbvio.

   Após salvar o mundo da grande guerra e "sobreviver" à sua sentença de morte, ele com certeza não estava bem.

   Depois que ele e Aziraphale desfizeram a troca de rostos e foram jantar no Ritz, Crowley não viu mais o anjo.

   Ele tentou fazer contato, eram ligações cortadas com um "estou ocupado no momento" ou até mesmo um "talvez em uma outra hora". Aziraphale estava o evitando, e aquilo o machucava, o que ele fez de errado para que o anjo fugisse dele daquela maneira?

   Mas como o demônio que era, não iria admitir para si mesmo que estava com saudades de Aziraphale.

   E suas pobres plantinhas acabaram pagando por suas mágoas.

   — Ele não me liga, quando eu ligo ele desliga, não apareceu mais... — Resmungava o demônio, borrifando água nas folhas verdes, que deveriam estar impecáveis. — Eu nem sei porquê me incomodo com isso, eu não preciso dele, sempre convivemos separados...

  Depois de passar toda a história da humanidade se contentando com alguns encontros, Crowley ficou um tanto mal acostumado devido aos dias que antecederam ao fim do mundo, eles nunca ficaram tão próximos, acabaram se tornando melhores amigos, na verdade algo mais, mesmo com os céus e o inferno tentando desfazer aquele laço.

   A cabeça dele chegava a doer por tanto pensar, o que ele tinha feito de errado para afastar o anjo daquela maneira?

   Certo, eles desfizeram a troca, foram jantar, uma conversa agradável, a comida era até aceitável, um pouco de champanhe aqui e ali, no final da noite ele deixou um beijo na bochecha de Aziraphale...

   — O beijo! — Ele bateu a mão na própria testa. — Cacete como não pensei nisso antes!

   Era óbvio, Aziraphale era um anjo, anjos eram puros demais para sentir qualquer tipo de desejo ou atração por outros seres, talvez ele se afastou porque ficou ofendido com o ato, depois do beijo, ele ficou vermelho igual uma maçã e saiu apressado, nem aceitou a carona de volta para a biblioteca.

   Era difícil para Crowley aceitar que os seus "sentimentos" pelo anjo nunca seriam correspondidos, mas ele preferia ter Aziraphale como seu melhor amigo do que não tê-lo mais por perto. Lembrou-se de quando o anjo ameaçou nunca mais falar com ele, era horrível pensar em uma vida inteira sem Aziraphale ao seu lado, então ele precisava achar uma boa maneira para se desculpar.

   E ele já tinha a ideia perfeita.

•••

   Como um ser puro, Aziraphale não deveria estar sentindo aquele tipo de desejo, mas Crowley era tão tentador que ele não conseguia evitar.

   Naquele dia, depois daquele jantar, alguma coisa mudou.

   A conversa agradável, a comida que ele gostava, e o mais importante, a presença de seu grande amigo Crowley, o demônio. Era um momento perfeito, ele estava se sentindo tão livre e feliz, estava tudo sob controle, o mundo não havia chegado ao fim.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2019 ⏰

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You Are My Sin • Ineffable Husbands (Twoshot)Onde histórias criam vida. Descubra agora