PARTE II - Sob pressão

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O jantar com a realeza se tornou muito tedioso muito rapidamente, e Harry logo começou a procurar maneiras de escapar. A tarefa provou ser difícil.

Por um lado, Ron não parava de irritá-lo com elogios incessantes à princesa da Corvinal ("Veja como ela segura o garfo! Oh, Harry!"), E ele quase desejou que a Senhora o expulsasse de sua miséria, mas ele podia dizer que ela estava tão interessada em Ron quanto ele. Ele suspirou com a situação desesperada, pois tal relacionamento seria severamente desaprovado.

Por outro lado, Ginny, a irmã mais nova de Ron, que gostava de Harry desde o início dos tempos, continuava a enviar-lhe olhares tímidos, mas esperançosos, do outro lado do corredor, e ria sempre que ele sorria para ela da maneira que esperava ser de forma fraterna. Harry não queria enviar à garota os sinais errados, mas ela pareceu aceitar seus sorrisos hesitantes como sua declaração de amor por ela. Para ser sincero, Harry achou que ela era um boba, mas optou por não contar a Ron ou a qualquer um dos outros cinco irmãos mais velhos.

Para aumentar a irritação de Harry, Shacklebolt continuou enviando-lhe olhares da morte de sua posição na mesa dos Anciões. Harry não sabia o porquê, mas presumiu que não era culpa dele, e todo o desprezo de Shacklebolt por ter que passar pelo jantar em si. Ele nunca foi de manter as aparências.

Ainda assim, a comida era excelente. Harry tentou bloquear a tagarelice de Ron, as risadinhas de Ginny e as de Shacklebolt, consumindo o máximo de cordeiro assado e vinho possível.

O destino deve ter rido de sua situação. Cada vez que pegava o cálice de vinho, sentia o leve puxão do cinto da espada. Ele olhou ansiosamente para sua arma pendurada inutilmente do seu lado. Era cruel: estar tão perto de sua arma, mas tão longe de empunhá-la. Ele desejou poder estar treinando. Lutar o fazia se sentir bem e esquecer tudo o mais. Sempre que a espada estava em sua mão e balançando em seu inimigo, Harry se sentia inteiro. Ele ansiava pela sensação do aço e se maravilhava com o poder que tinha quando o usava. Ele era verdadeiramente o mestre da espada e todo mundo sabia disso.

"Harry!" chamou uma voz feminina do outro lado do corredor, arrancando-o de seus devaneios. Ele se virou e viu Ginny cercada por pelo menos cinco outras garotas, todas com as mãos cobrindo a boca e rindo como loucas. Aparentemente, chamar o nome dele era engraçado. Harry não tinha a menor idéia de qual garota gritou seu nome, mas apostaria que isso foi feito como um esforço para envergonhar Ginny e Harry.

"Oh, olhe, Ginny está olhando pra ca", Ron disse ingenuamente. Harry ficou surpreso que Ron desviou suas atenções da princesa para perceber isso.

"Por que ela faz isso?"

"Você está olhando para ela também, você sabe. Ela sabe que você gosta dela, e ela está apenas tentando chamar sua atenção", Ron disse lucidamente.

A partir desse momento, Harry fez um esforço para não olhar para Ginny, muito menos sorrir para ela.

Ron continuou: "Então, quando você vai ... você sabe ..." ele deixou sua voz sumir.

Harry tentou esfaquear um brócolis no prato. "O que?"

Ron encolheu os ombros. "Você sabe."

"Eu não, Ron", Harry suspirou impaciente. Ele sabia o que Ron estava prestes a perguntar, mas orou sinceramente para que não o fizesse.

"Diga a ela", disse Ron.

"Diga a quem o que?" Harry perguntou. Ele estava apostando na sorte.

"Merlin, Harry. Pare de ser tão densa. Quando você vai dizer a Ginny que gosta dela?" Ron disse claramente, para que Harry não pudesse encontrar outro significado para sua pergunta.

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