PARTE III - Os príncipes

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Draco estava congelado em um medo arrepiante, encarando um homem que ele nunca pensou que veria novamente. O homem que só o visitava em sonhos agora.

Não poderia ser. Não fazia sentido.

Ele balançou a cabeça lentamente, olhos arregalados e suplicantes. "Estou ficando louco", ele sussurrou para si mesmo, convencido de que estava vendo as coisas.

A alucinação falou. "Você não está. Estou aqui, Draco."

O som de sua voz era como uma carícia física, enviando um choque pela espinha de Draco com toda a gentileza de um amante.

Draco olhou. E lembrou.

O cabelo do homem era preto e bagunçado; a lembrança de passar os dedos através dele passou por ele. Seus braços eram grossos e fortes; e Draco se lembrou de agarrá-los com força. Seu corpo tinha a promessa de poder e força; e Draco se lembrava de se contorcer embaixo dele em lençóis brancos. Seus olhos verdes eram coisas de lendas, olhando para Draco como um homem ressecado faria uma poça de água.

"Você não é real." Draco quase engasgou com suas próprias palavras, sentindo seu coração acelerar até bater em seus ouvidos.

O homem deu um passo mais perto, lento, mas ansioso. "Estou bem aqui. Sou real. Voltei."

A gostosura que sempre precedeu as lágrimas corou através do corpo fraco de Draco. Sua voz estava cheia de emoção. "Você não pode ser ..."

Outro passo mais perto e Draco sentiu sua vontade se dividir: meio tentado a fugir por sua vida, meio tentado a correr e abraçar um desejo impossível.

O homem em seu quarto falou novamente: "Você não pode começar a saber como eu sofro por esse momento. Ver você novamente. Ouvir sua voz. Estar com você".

"Pare", implorou Draco, mas mesmo para seus próprios ouvidos parecia fraco. Ele não queria que o homem parasse. Ele queria continuar ouvindo suas palavras intoxicantes.

"Eu não consigo parar", ele confessou, seus olhos agora brilhando com intensidade. Ele estava sem piscar; com um olhar totalmente focado em Draco.

"Você não pode estar aqui." Uma lágrima escorreu dos olhos de Draco.

O homem se aproximou ainda mais, até que estavam ao alcance de um braço um do outro. "Você quer que eu saia?" veio a pergunta. Os dois já sabiam a resposta.

Draco mordeu o lábio inferior e olhou para os olhos verdes, procurando o rosto que era tão familiar quanto o seu. O rosto que ele jurara esquecer. O rosto do homem que significava mais para ele do que qualquer coisa.

"Draco ... você quer que eu vá embora?" Sua voz era profunda.

"Não", ele sussurrou, seu coração batendo irregularmente.

"Diga meu nome", o homem disse, seus olhos brilhando em Draco, quase implorando. "Eu quero ouvir isso dos seus lábios. Diga meu nome."

Draco fechou os olhos e respirou fundo, sentindo suas emoções agitadas pelas palavras inebriantes do homem. Ele os abriu novamente e ficou paralisado pelo verde. "Harry."

Era como se uma palavra fosse o sinal para o mundo começar a se mover novamente.

Harry se lançou e bateu a boca na de Draco.

A resposta instantânea de Draco foi um profundo gemido cheio de desejo antes que seus braços chegassem aos cabelos de Harry, agarrando e puxando por tudo que valia a pena, segurando-o como se ele fosse um homem moribundo.

"Harry", ele sussurrou em uma pausa prolongada entre beijos, apenas pela chance de dizer seu nome novamente.

Harry gemeu em sua boca e empurrou Draco para trás. Draco não tinha ideia do que estava acontecendo, mas seguiu a orientação de Harry até se ver sendo empurrado contra sua parede, o músculo sólido de Harry pressionando contra ele. Sua boca era dura, quente e punitiva, pois varria tudo ao redor e acima da de Draco, reivindicando, tomando, possuindo. Suas mãos não estavam menos ociosas, correndo por todo o corpo de Draco, cobrindo cada centímetro dele, e com cada movimento silenciosamente declarando que isso é tudo meu .

We, The Kings • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora