Enfim fui para casa, a manu tinha ficado desconfortável com aquele assunto e eu preferi não atrapalhá-los. Saí do prédio comercial, cujo embaixo era aberto para expôr os carros, com paredes de vidro aparentemente blindados azulados e peguei um ônibus, do outro lado da avenida. Quando chego em casa, vejo dona Raimunda assistindo receita na tv, sorrio pois lembro da minha avó, que mora no nordeste e vou direto para meu quarto, ignorando a velhinha. Meus avós são todos vivos, porém moram na Paraíba. Tenho um bisavô também, por parte de mãe, que também mora na Paraíba. Os restantes dos meus "bisas" não são mais vivos. Chego no cômodo me deito na cama e acabo adormecendo pois eu estava morta
(...)
Sexta-feira 20:00h da noite, eu estava escutando música no quarto quando sinto o celular vibrar debaixo do meu corpo, em seguida tocar. O pego e vejo que era número desconhecido. será que é ela? 😓 Tomo coragem e atendo. O Alex estava no curso e meu pai tinha ido buscar o Enzo na casa de um amigo dele
Início de ligação :
Bianca : quem é? - digo me sentando desconfortável. Meu cabelo estava bagunçado e meu corpo doía
Xxx : sou eu gatinha - respiro fundo Vanessa 😶
Bianca : que foi? - digo após respirar fundo
Vanessa : não respondeu minha última mensagem. Queria saber se topa sair comigo para conversarmos - esclarece
Bianca : agora? - pergunto irritadiça
Vanessa : sim
Bianca : sem chance - bufo
Vanessa : porque? - sua voz parecia desanimada
Bianca : meu pai não deixa
Vanessa : quando a gente ia pra balada ele não ligava, amiga - diz inconformada
Bianca : pois é, agora liga - debocho
Vanessa : já vi que nesses últimos tempos mudou tudo né?
Bianca : pois é
Vanessa : então posso ir aí? - respiro fundo mais uma vez
Bianca : não - digo firmemente, eu estava tentando ser fria, porém vi que falhei na tentativa
Vanessa : não pode receber visitas também? - suspiro pesadamente vou mandar essa vaca pastar 😒 Quer saber? Vou deixar só pra ver o que ela vai falar
Bianca : não é isso. Quer saber? Vem, pode vim - digo impaciente
Vanessa : tabom então jajá chego aí, estou aqui perto. Tava dando uns beijinhos - ri. Tentando me fazer rir também o quê não colou. Tento emitir um ruído parecido com um riso. O que soou meio falso cobra engolindo cobra 😞
Bianca : beleza - e desligo instantaneamente desliguei na cara mesmo 😑
Fim de ligação :Levanto-me e visto alguma coisa, pois eu estava com trapos velhos que eram do meu irmão quando era mais novo e não servia mais nele, em mim cabiam como uma luva. O harry era cumpridão. Visto isso:
Menos o tênis e o boné. Eu fiquei de chinelo mesmo e o cabelo solto, despenteado, pois estava com preguiça e um tanto tonta. Vou para a sala e me sento, ligo a tv, mas só estava passando novela ou jornal, o que eu não assistia. Desligo e olho para a porta impaciente. Dona Raimunda estava na cozinha, ela só ia pra casa quando meu pai chegava. Olho envolta e vejo uma foto da minha mãe emoldurada na estante de livros do Alex, ela sempre ficava ali, mas naquele momento resolvi prestar atenção e pegá-la, me sento novamente com a fotografia em mãos e sorrio, passo o polegar sobre o rosto da minha mãe na foto ela tirou essa foto quando eu e o harry éramos pequenos e fomos para o parque de diversões pela primeira vez. Lembro que nesse dia até meu pai foi com a gente, ele que não gostava de coisas que crianças amam. Ele que tirou essa foto ☺ meu pai... O cara mais forte que já vi em toda minha vida. Se fosse outra pessoa diante de toda a situação teria se desesperado e abandonado a gente, levado para o orfanato ou deixado sozinhos em algum lugar, teria deixado o Enzo num cesto de lixo qualquer... Mas meu pai foi forte, lutou pela gente e se preocupa até hoje, trabalha igual louco pra sustentar essa casa, trabalha ainda mais agora, pra não me deixar morrer... Penso enquanto olhava para a foto da minha mãe, fico um tempo em transe, até que ouço palmas ao longe, mas ignoro pai 😢 o quão injusta sou 😔. Mais palmas. Limpo alguma lágrima solitária que provavelmente passeava pelo meu rosto
Raimunda : Bianca, tem gente chamando! - saio de meu transe e olho para a porta, que se abre revelando o rosto da Vanessa. Respiro fundo quanto tempo não vejo esse rosto 😶 : manda ela entrar menina - olho para trás e vejo que ela estava no início do corredor com um pano de prato em mãos, antes ela estava lavando uma louça que sujou fazendo uma torta que meu pai pediu. Concordo com a cabeça olhando para ela e a senhora saí. Reviro os olhos e olho para a menina
Vanessa : iai... - diz fazendo um toque comigo com as mãos. Sim... Eu lembrei do toque : Quanto tempo né? - me abraça e meio que retribuo receiosa tocando nela bem franco
Bianca : pois é - olho para seus pés com o intuito de ignorá-la e vejo que suas unhas estavam pintadas com desenhos de flor na cor preta. Ela vestia uma sandália rosa daquelas da marca Melissa, a sandália lançada mais recente vaidosa como sempre 💭
Vanessa : está mais magra, pálida. O que aconteceu? - pergunta me analisando. acho que câncer né? 😆 Olho para ela
Bianca : é que faz tempo que não vou para a praia - digo me referindo a palidez : entra - tento desviar do assunto, ela me olha rapidamente e o faz. Fecho a porta
Vanessa : a única coisa que não mudou foi essa sala. Continua idêntica - diz olhando ao redor e me olha, enquanto eu virava-me para a sala. Sorri : e você não está mais trabalhando na cacau show? As vezes eu ia lá, mas só via seu irmão. Acho que ele nem me conheceu - conclui e caminho até o raque onde ficava a televisão e o vídeo game do harry, dentre outras coisas para colocar a chave. Passando assim, pela Vanessa
Bianca : é... - coloco a chave no móvel e me viro para ela : Então, também acho isso. Provavelmente foi isso - sorrio forçado
Vanessa : não está mais trabalhando lá? - cruza seus braços
Bianca : não, eu fui demitida, ai entrei numa lanchonete - digo por fim e me sento no sofá. A fadiga era tamanha
Vanessa : porque foi demitida? - diz me observando. Respiro fundo e olho para o lado procurando o controle da tv
Bianca : depressão. Fiquei muito tempo em casa quando minha mãe morreu - digo sem me importar com sua curiosidade e olho para ela
Vanessa : ah... - diz sem emoção
Bianca : é... - dou de ombros e continuo procurando o controle, ainda sentada no sofá onde essa velha colocou...
Vanessa : e essa foto dela? - pergunta fazendo-me olhar para suas mãos, onde nela estava a foto que eu olhei antes : cara... A tia Flávia era tão cheia de luz - diz analisando aquela foto e por um momento esqueço-me do controle. Fico olhando para suas mãos, o tempo todo ignorando minhas dores pela qual eu já me acostumava. As dores mais fortes que apareciam do nada, era aquelas que pareciam que eu ia parir um filho ou morrer. Era a hora que eu dava graças a Deus pela manu ter comprado o remédio. A dor não parava, mas aliviava um pouco e qualquer coisa que aliviasse era bem vinda
Bianca : pois é
Vanessa : acha mesmo que eu e as meninas te abandonamos né? - chega ao assunto que eu queria ouvir
Bianca : não acho. Tenho certeza disso - digo olhando em seus olhos...
Manuella narrando_
23:30h da noite. Estou no ponto de ônibus estudando hospitais, pesquisas sérias e coisas relacionadas ao que pode ajudar a bih a se livrar dessa doença maldita. A merida já foi para casa. Um carro preto igual ao do nick, para de frente para mim, na rua. Olho para o lado e vejo ônibus chegando, olho para o carro o que o nick veio fazer aqui a essa hora? Estranho. O vidro do carro escuro se abaixa e vejo que o nick estava com o Gabriel ao seu ladoGabriel : aposto que nunca veio duas pessoas te buscar na faculdade loirinha - sorrio
Manuella : oi Gabriel - olho por cima de seus ombros : oi nick - ele me olhava
Nicolas : oi linda, saudades de você - tento sorrir mais uma vez. O ônibus para atrás de seu carro
Gabriel : sua amiga não está com você não? - diz olhando para as pessoas que esperavam ônibus parar no ponto
Manuella : a merida já foi pra casa - explico e o vejo desanimar
Nicolas : te levo lá - diz tocando em seu ombro. Ele me olha : entra manu
Gabriel : quer vim aqui pra ficar do lado do seu amorzão manu? - diz com curiosidade e parceria. Meu rosto cora
Manuella : não obrigado. - olho para o meu namorado : Eu vou pra casa nick
Nicolas : eu quero ficar um pouco com você. Lá em casa é melhor que só vai ter a gente - olho para o Gabriel : o Gabriel vai falar com a merida - diz ao seguir meu olhar
Gabriel : prometo não ir pra casa, ou fazer confusão igual aquela vez, mina - diz fazendo sinal de rendimento : depois que eu falar com a merida vou pra uma social com amigos. O nick não gosta dessas coisas por isso nem chamo ele - explica e me alivio
Nicolas : não gosto mesmo. Iai vamos? - pergunta me olhando e sedo ao olhar em direção de onde vinha os ônibus meu ônibus vai demorar mesmo 😅
Manuella : tabom. Só vou mandar uma mensagem pra minha mãe - digo pegando o celular enquanto abria a porta do carro e entrava
Nicolas : avisa aí - diz virando a chave no contato
Gabriel : é nóis - se volta para a frente. Fecho a porta do carro cujo eu já havia sentado e vamos em direção ao seu prédio...
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O meu Silêncio - O amor supera qualquer obstáculo (3) ✔
Novela JuvenilEm "O meu silêncio - Vidas complicadas", Bianca já vem demonstrando alguns sintomas sobre alguma doença que até então ninguém sabia o que era e nem se seria grave. Ao descobrir que se trata de um câncer no fígado, a vida dessa menina alegre e cheia...