38° Eu sosseguei

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Ele entra, me segue e nos sentamos. Eu no mesmo lugar de antes e ele a minha frente. Minha mãe estava no trabalho. Ela era advogada

Gabriel : caramba pra quê tantos livros? - levanto o olhar sem mover a cabeça de sobrancelhas erguidas
Bárbara : é sério? Se não conseguiu traduzir eu estou estudando - explico
Gabriel : hahaha muito engraçado - acabo rindo e ele não entende nada. Dou um tapa em seu braço você é engraçado biel 😂
Bárbara : veio fazer o que aqui? - pergunto outra vez
Gabriel : já falei mina. Conversar - diz naturalmente
Bárbara : sobre?
Gabriel : a porra da vida. Tu sabe o que eu tenho que fazer pra tirar a porra do Matheus da minha cabeça? - diz revoltado com ele mesmo e respiro fundo eita Gabriel, o que tu tem de engraçado tem de chato 😩
Bárbara : já falei. Terapia - digo por fim
Gabriel : não vou fazer isso - diz emburrado e estranho
Bárbara : pensei que tivesse fazendo - olho para ele calculista 
Gabriel : ligada que sou igual político né? - diz rindo e ergo a sobrancelha. Ele suspira pesadamente
Bárbara : então esquece esse menino por conta própria - aconselho
Gabriel : não consigo - suspira
Bárbara : não consegue porque? - aposto perguntar
Gabriel : será que é porque eu matei ele? - sugere em irônia e perco um pouco da minha paciência
Bárbara : então faz a porra da terapia Gabriel - digo impaciente
Gabriel : falar é fácil. Quero ver vim fazer - suspiro. Desisto de estudar e vou até ele. Era 15:41h da tarde, uma tarde de calor. Me abaixo sem tocar os joelhos no chão e toco em sua coxa
Bárbara : já foi Gabriel. Você tem que entender que já passou. Você pagou pelo seu erro e ele está morto não dá para reverter isso. Nunca vai - tento colocar em sua cabeça de uma vez por todas
Gabriel : eu não consigo - diz por fim triste consigo mesmo
Bárbara : consegue sim, basta querer - afirmo olhando para ele
Gabriel : sabe o que eu quero? - diz com brilho nos olhos
Bárbara : o quê você quer? - pergunto para ele
Gabriel : um filho contigo - solto um ruído debochado de riso e olho para o lado oposto. Sinto ele me olhar
Bárbara : você tem que parar de pensar nesse moleque. Está ficando louco - digo olhando para ele ainda rindo
Gabriel : não é isso. - admite e fico sem graça só era o que me faltava 🙆 : Acho que ficando velho - desabafa e acabo rindo : não ri é sério. Não vejo mais os fluxos como via antes. ficando chato e tenho medo da minha época de ter um pivetinho passar e eu não conseguir dar continuidade a minha linha de geração, ligado? Não sei se o que eu falei certo, mas... - hesita : eu quero ter um molequinho pra dar o nome de Matheus e eu não conheço nenhuma mina daora igual você, velho. ligado? Eu tenho o sonho de ser pai, mina. Ter um molequinho. Sei que minha fama diz o contrário, mas eu sempre tive esse sonho. Uma família e as coisas que eu gostava antes chato sabe? afim de sossegar - desabafa
Bárbara : eu sosseguei...! - canto
Gabriel : tipo isso - sorri
Bárbara : se quer sossegar certo. Já está mais do que na hora de tomar vergonha na cara e parar com bagunça - me levanto e arrumo meu short de tecido
Gabriel : nossa mina - diz espantado acho que ninguém nunca foi grosso com ele 😂
Bárbara : mas eu não acho que sou a menina pra você Gabriel - continuo
Gabriel : por causa do passado né? - diz pensativo
Bárbara : também. E porque não quero ter filho. Não agora - afirmo e me sento onde eu estava antes
Gabriel : e porque tu me viu com aquela peituda na casa do nick né? - continua com as perguntas
Bárbara : o quê...?! Não! - afirmo sem jeito : Gabriel, eu só acho que o que a gente tinha pra ter, já aconteceu. Já foi
Gabriel : mas eu vacilei contigo. Eu quero fazer diferente agora ligado? - explica receioso
Bárbara : sua fama não é boa - trinco os dentes arrumando meus livros na mesa
Gabriel : eu sei disso mina. Eu estou disposto a mudar - afirma
Bárbara : melhor não - digo sem olhar para ele
Gabriel : me dá uma chance? Só uma. - pede atraindo assim meu olhar pelo seu tom de voz sincero : Todos nós merecemos uma chance e eu quero mudar. Quero ficar com você, eu não conheço outra mina igual você. Eu não sei o que aconteceu, quando eu te vi na casa da Manuella naquele dia, alguma coisa despertou dentro de mim mina. Eu quero mudar de vida. Mudar com você - suspiro pesadamente e agora? 😅 eu ainda gosto dele, mas... 😟 : me dá uma chance? - pede mais uma vez

...

Emanuelle narrando_
Estou em casa cuidando de uns assuntos pendentes pelo notebook no meu escritório. Meu pai tem o dele, mas fica ao lado da sala, o meu é no meu próprio quarto. Dividi o quarto no meio, pois ele era muito grande e contratei uns pedreiros para fazer um muro separando. Uma batida na porta

Emanuelle : entra pai - peço mexendo no notebook
Xxx : não é seu pai. É sua mãe - diz entrando. Observo ela por cima dos olhos
Emanuelle : ah... Entra Marta - peço. Apesar de eu ter perdoado ela, eu não conseguia chamar de mãe. Eu não havia perdoado totalmente, apesar de ter falado que sim, eu tinha perdoado
Marta : como você está? - pergunta fechando a porta do meu pequeno escritório. Tinha um pequeno armário do lado da minha mesa com livros
Emanuelle : bem, eu acho. - suspiro : Estou cheia de coisas para resolver. A senhora nunca vem dia de semana aqui. Aconteceu alguma coisa? - pergunto observando ela vir até mim
Marta : não. A Solange me disse que você ia trabalhar em casa hoje ai resolvi vir quando terminei de fazer as coisas na mansão. Fiz mal? - pergunta se sentando
Emanuelle : não... Acho que não. Só vou terminar aqui - digo digitando no computador
Marta : tabom então, eu espero. Eu ia te chamar pra tomarmos um sorvete, nos conhecermos ainda mais, mas você está ocupada né? - pergunta segurando sua bolsa. Provavelmente ela ia implorar para pagar o gelado
Emanuelle : é... Posso te fazer uma pergunta que até hoje não fiz? - fecho o notebook e ela respira fundo
Marta : pode
Emanuelle : meu pai nunca me fala nada, então... Vocês estão se falando? Eu nunca estou em casa. Sempre viajando e trabalhando então eu não sei - explico e mexo em meu cabelo imaginando que tivesse embaraçado
Marta : só oi e tchau - ela sorri forçado : também, depois de tudo, eu nem forço nada Emanuelle - diz pensativa
Emanuelle : certo. Outra pergunta pode? - peço
Marta : apesar de eu não gostar de perguntas, porque muitas delas tem consequências. Pode sim, eu não quero que fique com raiva de mim ou ache que eu ainda sou um monstro apesar de eu achar que sou por ter rejeitado a própria filha e ter amado tanto a filha de outra pessoa - desabafa primeiramente Manuella. Todo mundo ama ela então não julgo 😶
Emanuelle : é sobre isso mesmo - sorrio forçado
Marta : tenho medo da pergunta - admite
Emanuelle : então deixa quieto, eu já sei da resposta porque já fiz ela e deduzi também - bufo e abro novamente meu aparelho
Marta : pode fazer Emanuelle - pede medonha
Emanuelle : tabom então... - na minha mente eu queria sorrir porque consegui o que eu queria : É..., você só me pediu perdão pra ser perdoada pela Manuella? Sim, porque eu sei da história de vocês. Se for responder, não minta Marta. Por favor - peço mais uma vez
Marta : não - diz com firmeza
Emanuelle : não o quê? Não vai mentir ou não fez isso pra ser perdoada pela minha prima? - pergunto confusa
Marta : a segunda opção - esclarece
Emanuelle : mesmo? - pergunto curiosa
Marta : Emanuelle. Filha, não me leve a mal, mas... - interrompo ela
Emanuelle : eu sei, eu sei. Não gosta de perguntas, eu já entendi. - resolvo mudar de assunto pra não ser grosseira : A senhora quer saber o quê exatamente sobre mim? Acho que não vai dar para irmos para a sorveteria - explico um tanto impaciente

...

Juliana narrando_
Estávamos na praça nos beijando. Ele está de folga, enquanto a mim só tenho a faculdade a noite. A faculdade que faço não é no mesmo lugar onde a manu faz. Sessamos por falta de ar

Caique : sabe, gostando de ficar com você - passa o polegar no meu lábio, meu rosto vermelho de timidez
Juliana : eu também tô. Só que eu nunca imaginei beijar uma pessoa que me atropelou um dia. É tudo muito novo pra mim e minha mãe... - engulo em seco, minha voz falha
Caique : não gosta de mim. - deduz : ligado. - sorri forçado : Será que é porque sou negro? - ele olha para as próprias mãos
Juliana : o quê?! Não, nada vê. - livro isso da cabeça : Minha mãe não é racista. Ela só tem ciúmes eu acho - penso
Caique : ou sabe que eu andava com gente que não presta - pensa também
Juliana : pode ser isso - tento convencê-lo. Ele respira fundo e pega em minha mão beleza... Porque eu só gosto de gente "errada?" 😅
Caique : seja como for eu gostando dessa coisa de ficarmos. Seria bom se fosse sério - me engasgo com nada : tudo bem gatinha? - me olha com curiosidade, atento
Juliana : tá! É..., - digo totalmente sem jeito : o que você quis dizer com seria bom se fosse sério? - olho para ele com timidez, porém curiosa e com medo do que ele ia dizer, o mesmo sorri
Caique : quer namorar comigo? - pede e engulo em seco mais uma vez. Eu não sabia o que iria falar e depois... O que eu iria falar pra minha mãe?

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O meu Silêncio - O amor supera qualquer obstáculo (3) ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora