A QUÍMICA DO AMOR

Me dedique a perderte

Victoria despertou feliz, faltava apenas dias pra sua bebê nascer e tudo estava em ordem; Heriberto era sempre amoroso e atencioso com ela, por mais que ela quisesse contato ele evitava, de vez em quando conseguia o beijar mas ele sempre vinha com a frase que ela estava cansada de ouvir "vamos devagar", ela buscava entendê-lo.
Abriu a porta do quarto, buscou por Gaby que estava no banho, estava morrendo de fome e foi até a cozinha, enquanto devorava um sanduíche ouve a campainha tocar, imagina quem poderia ser e quando abre a porta se surpreende.
- Olá vickyta, como você está ? além de grávida é claro. - Fica surpreso com a barriga enorme de Victoria.
- Eugênio ? - Foi só o que conseguiu dizer.
- Não vai me convidar pra entrar ? Bom, eu mesmo me convindo - Diz entrando - Não vai dizer nada ? Eu voltei meu amor!
- Pensei que estava morando com alguma velha rica desgraçado - Gaby diz descendo as escadas.
- Cunhadinha, quanto tempo - Se sentou no sofá enquanto Victoria apenas o observava atônita.
- Por está sentando se já está indo embora? - Sorriu irônica a ele.
- Também estava com saudade...
- O que faz aqui encosto ? - Fica na frente da irmã o enfrentando.
- Eu tenho um filho vim exercer meu papel de pai.
- Depois de 8 anos ? Você é mesmo muito sínico! Se não sair daqui agora eu vou chamar a polícia.
- Nossa. - Olhoi para Vicky - E você, não fala mais Victoria ? - Ele se levantou - Eu vou, só queria que vocês soubessem que eu estou de volta e que tenho direitos como pai e vou exigi-los, por bem ou por mal .
- Você não tem direito algum seu desgraçado - Foi para cima de Eugênio, mas Gaby não permitiu - Não ouse chegar perto do meu filho, eu mato você!
- Uau, quem é você , a Victoria de antes não tinha esse modo bravinha .
- Saia daqui! Agora - Gaby grita com o homem.
- Calma - Ri saindo.
- Calma Vicky, ele já foi, vem, senta que eu vou pegar um copo de água pra você .
- E se ele quiser tirar meu filho de mim Gaby? E se ..
- Calma - Da a água a ela - Isso não vai acontecer, vamos resolver. Agora temos que pensar na bebê, você não pode ficar nervosa, uma coisa de cada vez tudo bem ?
Victoria passou o resto do dia dentro do quarto, a volta de Eugênio tinha mexido com ela, todas as lembranças dolorosas retornaram, ele havia sido o primeiro amor dela e também a primeira e maior decepção, pensou bastante e com a cabeça cheia acabou dormindo; acordou com batidas na porta.
- Vicky? Tudo bem? Posso entrar ?
- Estou cansada Heriberto, amanhã conversamos.
Heri estava preocupado, Gaby havia contado o que tinha acontecido e ele queria estar perto de Victoria, ela por sua vez queria estar sozinha, com seus pensamentos, definir o que estava sentindo naquele momento e não se precipitar em suas emoções para que ficasse tranquila para a chegada da filha.

Victoria passou o resto da semana distante da família e de Heriberto, ninguém sabia o que se passava pela cabeça dela. Gaby se encarregou de garantir que Eugênio ficasse bem longe da irmã, pelo menos por agora não tinha como resolver nada.
Era noite de quarta-feira, Gaby foi até o quarto de Vicky que pensava sentada em sua cama acariciando a barriga.
- Mana? - Diz batendo na porta.
-  Entra Gaby.
- Vim ver como você está - Senta na cama e toca na barriga da irmã.
- Estou bem, obrigada, graças a Deus está chegando o dia do meu amorzinho sair.
- Que bom, minha sobrinha está bem, mas e você ? Mana eu te conheço mais que você mesma, você está distante de todos até mesmo de Heriberto, o que se passa aí dentro ?
- Só quero que minha filha chegue bem e que meu filho não saia de perto de mim, só isso, não há nada .
- Está com medo de Eugênio, está com medo de perder O Edu, isso eu sei porque sei que quando está com medo fica acuada e pensativa, se afasta para não parecer vulnerável, mas porque está tão diferente com Heriberto? ele se preocupa com você .
- Não quero ter que pensar primeiro em Heriberto, isso é o que venho fazendo desde que o conheci, pensando no que ele queria, no que ele sentia, se estava bem, se estava se recuperando, estou cansada. Decidi que tenho que pensar primeiro em mim, em mim e em meus filhos, e eu não quero algo "devagar " eu quero algo intenso, eu quero algo agora, eu quero uma família e eu sei que mereço uma família, ver Eugênio me fez lembrar de tudo que sofri, e percebi que já sofri demais; ele me fez sofrer, Heriberto também, e agora ele está aqui e tem a oportunidade de decidir ter uma família mas não o faz, então, eu decido! Decido que não quero, cansei sabe, eu mereço o que eu sempre quis, se não for com ele será com outro mas não vou mais esperar,não mesmo. Tudo o que eu vivi me fez forte e depois de ter minha filha vou atrás de Eugenio e acabar logo com isso, não quero ele perto de meu filho, o conheço sei que ele quer dinheiro e é o que vou dar a ele.
- Eu te entendo, e fico orgulhosa de ver o quanto está decidia a ser forte, você tem direito de ser um pouco egoísta e pensar em você nesse momento, mas fale pra ele dessa sua decisão, porque ele está preocupado. E sobre Eugênio, conversamos com ele depois que essa princesa nascer. Só não se afaste de mim, você não está sozinha maninha, eu não vou contar pra ninguém que você é muito chorona apesar de aparentar ser essa fortaleza; sempre conversamos sobre tudo, eu sou sua irmãzinha e você é tudo pra mim. - Deitou no colo de Victoria abraçando a cintura dela.
- Lembra que todas as vezes que você aprontava você vinha pro meu quarto e me abraçava assim, como se eu fosse protegê-la do papai e da mamãe - Sorri acariciando o cabelo da irmã.
- Sim - Sorriu - Mamãe e papai sempre te ouviam, claro, você sempre foi a santinha... Vicky que água é essa ? - Se levantou.
- Que ? Victoria olhou para seu vestido florido e ele estava molhado - A bolsa estourou Gaby!
- Ah meu Deus, juro que eu não queria fazer nada disso eu nem encostei - Vicky ri.
- Não foi você sua tonta, estourou, está na hora, vamos, levante, pegue o carro que eu vou me trocar.
-  Você está bem ? - Perguntou nervosa
- Sim, as contrações ainda não começaram, ela não vai nascer nesse instante, ligue para Heriberto, nos encontraremos na maternidade.