Capítulo 16.

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Ele se aproxima lentamente e me fita de cima, lentamente vai se abaixando até ficar na altura de meus olhos. Me perco por alguns segundos no azul dos seus, como podem ser tão bonitos? Engulo seco ao perceber que ainda estamos no encarando.

— Que tal me dar um beijo e irmos para o banheiro feminino? – Sorri de canto.

— O que? – Me afasto e ele cai na gargalhada.

— Brincadeira, deveria ver sua cara, apesar que não seria uma má ideia, posso te ensinar algumas coisas. – Coloca as mãos no bolso.

— Declan. – Esbravejo olhando ao redor. – Fala logo, tenho aula.

— Poxa, não pensou nisso quando matou o resto da minha. – Nega com a cabeça. – Era tão bonitinha, e agora vou ter que te dar um ponto negativo, que decepção. – Me fita.

O sinal toca e nada dele dizer o que quer, e isso está me dando nos nervos, acho que estava mesmo falando sério de querer o mesmo que o Tayler. Assim que o corredor fica vazio, pego sua mão e o levo para o banheiro, vou até a última cabine e o faço se sentar no vaso. Seus  olhos me fitam com humor, deve ser por que estou parada em sua frente como um poste.

— O que pretende Lizzie? – Sorri.

— Dar o que você quer. – Digo sem graça, não sei o que fazer.

Ele se levanta e me encosta na porta, uma de suas mão está no bolso da calça e a outra sobre minha cabeça, se apoiando na porta. Seus olhos percorrem meu rosto e já posso dizer que estou queimando de vergonha, não sei o que deu em mim de ter tal atitude.

— Você não tem o que eu quero, digo como mulher, como disse antes, não estou interessado em você. – Sorri de canto. – Você precisa ter muito mais que um rosto bonito, gosto de maturidade, de atitude, de mulheres decididas. – Acácia meu rosto lentamente. – Não perca tempo com isso, perca tempo descobrindo o feitiço e esqueço de tal advertência.

Nada digo, apenas o fito me puxar para um canto e logo sair da cabine do banheiro. Respiro fundo e é minha vez de sentar no vaso, então homens gosta de mulher com atitude, maturidade e determinação? Depois que descobrir o que realmente sou e minha idade, de fato, sou uma criança. É acho que estou me sentindo triste agora, meu irmão é tão maduro, inteligente, que droga, eu preciso mudar isso, ou ninguém vai me querer. Me levanto péssima e vou para o corredor, ele está vazio, não tenho coragem de entrar na aula agora, então vou para o refeitório e me sento em uma mesa vazia, coloco meu celular na mesa e vejo mensagens de Melody, tínhamos aula juntas agora. Deito minha cabeça na mesa por alguns minutos e logo pego meu celular, que não para de vibrar, é outra mensagem de Melody, me perguntando onde estou, respondo que refeitório e volto a deitar a cabeça na mesa.

— Lizzie? – Diz uma voz conhecida, depois de alguns minutos de silêncio, levanto minha cabeça e vejo que é Melody. – O que você tem? Está passando mal? – Se senta de frente para mim.

Fico a fitando por alguns segundos, ela é tão bonita, anda sempre maquiada e de cabelos arrumados. Desde que a conheço, ela sempre teve o garoto que quis, não duvido nada de conseguir Declan também, afinal, ela é decidida e sempre toma a atitude.

— Você me acha infantil? – Ela se espanta com minha pergunta, mas logo sorri.

— Você não é infantil, é inocente. – Pega  em minha mão. – Você ainda não conhece muita coisa da vida, ficou muito tempo trancada em casa e beijou poucos garotos.

— Inocente? – Me deito na mesa e a fito. – Como posso ser igual a vocês? Sabe, se arrumar bem, saber escolher uma roupa mais madura e até mesmo ter atitude com os garotos.

A prometida de Declan. - Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora