Minha Super Favorita

Capítulo 5

A manhã de domingo não poderia ter começado mais radiante para Lena e Kara. Logo quando abriu os olhos no primeiro raiar de sol a Krypitoniana se levantou e foi buscar o café favorito da amiga. Voltou e organizou uma mesa com várias comidas saborosas, agora que ela sabia que era uma super não precisaria esconder o tanto que come. A Luthor conseguiu dormir um pouco mais que o normal naquela manhã, mas logo se levantou e se trocou, quando chegou até a sala percebeu logo a mesa posta e uma Kara cantante na cozinha.

-Bom dia- disse se aproximando da mesa.

-Bom dia Lena -disse se juntando a morena- preparei esperando que você tome café da manhã comigo.

-Claro que tomo.

-Dormiu bem, sei que minha cama não é tão confortável quanto sua.

-Sua cama é ótima.

Continuaram o café da manhã em um silêncio confortável, não precisavam de palavras para apreciarem a companhia uma da outra, mas a Luthor não estava se aguentando elas deveriam ter essa conversa.

-Kara com tudo o que aconteceu, nós precisamos deixar isso tudo bem claro antes de entramos em algum tipo de relação, você amava o Mon-El?

-Entendo o que quer dizer Lena –suspirou, pela primeira vez iria admitir em voz alta –ele foi especial para mim, acho que gostei da ideia que criei dele e também por que ele se lembrava de Krypton, era como não estar...

-Sozinha -Lena sentiu um pesar no coração por Kara.

-É.... eu pensei que o amava, quero dizer... eu acho que o amei, não tenho certeza. Desistir dele assim doeu, muito, mas ao mesmo tempo foi tão... fácil? Eu tinha que decidir e eu o fiz. Foi por isso que eu sumi durante um tempo, eu estava me sentindo culpada por tudo o que estava sentindo. A culpa por perde-lo e a culpa maior ainda por estar apaixonada por outra pessoa mesmo estando com ele durante todo aquele tempo.

-Eu não imaginava que você estava sentindo tudo isso.

-E como poderia, eu te afastei e tive medo de você me rejeitar, e eu quero deixar bem claro que nada disso é sua culpa.

-Mas não consigo deixar de pensar que poderia ter sido diferente se eu não acreditasse que Rhea seria uma pessoa boa.

-Mesmo assim aqui estamos, e eu quero deixar tudo isso para trás, estamos aqui agora e eu não quero perder esse tempo lamentando pelo que aconteceu.

Neste momento os olhos de Lena começaram a lacrimejar, sonhara tantas vezes em se declarar para a amiga e ali estava ela recebendo todo o carinho e atenção que sonhara desde o dia que colocara os olhos na repórter. Kara estava fazendo o que ela não teve coragem, mas porque tinha que ser justo naquele momento porque sua vida tinha que ser uma bagunça constante.

-Ei o que aconteceu, foi algo que eu disse – Kara se levantou de onde estava e se sentou ao lado da morena.

-Não é que eu esperei tanto tempo para ter a coragem que você está tendo agora- lena limpou a lagrima que teimava em escorrer pelo seu rosto – tantas vezes eu imaginei dizendo o quanto eu gostava de você e queria te chamara para um encontro, e olha para nós agora.

-Eu queria ter tido esta coragem antes se soubesse ou ao menos imaginasse que você sentia algo por mim. E se você me permitir quero recompensar você com muitos encontros.

-Todos os que você quiser, só vamos com calma certo? Nada de rotular o que temos, só vamos aproveitar.

-Ok- a repórter encarou as orbitas verdes da CEO- mas... eh... eu posso... Lena eu posso te beijar?

-Sim Kara, você pode me beijar.

Elas entraram em um beijo calmo e lento que foi aprofundado gradativamente pela morena, se separaram ofegantes, Kara com as bochechas coradas e Lena com os lábios vermelhos.

-Quer passar o dia comigo? - Kara perguntou em expectativa.

-Gostaria muito, mas infelizmente não posso. Agora que sou dona de duas empresas tenho muito o que fazer.

-Serio vai trabalhar em pleno domingo?

-Sim, mas podemos passar a manhã juntas o que acha?

-Acho um acordo justo.

Passaram então amanhã inteira no apartamento da repórter com a televisão ligada em alguma serie qualquer, que foi esquecida durante as caricias trocadas. Almoçaram entre conversas e risos e quando a CEO anunciou que iria embora Kara fez questão de acompanhá-la em casa, com a desculpa que iria visitar Alex e realmente foi depois de se despedir de Lena com a promessa que se encontrariam no dia seguinte para tomar café e seguirem juntas para o trabalho.

Estava muito feliz por ter conseguido expressar o que sentia em relação a amiga, mas ainda havia uma apreensão em relação a tudo. Teria muito tempo para contar tudo sobre ela, tudo sobre Kara Zor-El para Lena, apesar da amiga ter garantido não ficar muito surpresa pela revelação ainda sentia necessidade de mostrar realmente qual era o peso de se carregar um segredo como o dela. Dessa vez foi caminhando para a casa de sua irmã remoendo se talvez não tenha sido demais contar tudo de uma vez.

* * * *

Alex somente escutou a porta bater, nem precisou desviar o olhar da televisão para saber quem era, ela já imaginava que a irmã a procurasse depois do encontro com a Luthor, pensou até que ela ligaria na noite anterior o que não aconteceu, e agradeceu mentalmente por isso, não estava com psicológico para ajudar ela naquele momento.

-E aí como foi o jantar com a Luthor-perguntou Alex se sentando e dando espaço para ela.

-Foi ótimo Alex, bom... ao menos e-eu... acho que foi, não pensei que seria assim, não que tenha sido fácil... só não foi tudo aquilo que eu imaginava.

-Então deu tudo certo. E você contou o que? Sobre a Supergirl ou sobre estar gostando dela?

-Contei tudo de uma vez Alex, por Rao acho que eu enchi a cabeça dela.

-Realmente você jogou duas bombas nela mesmo, mas a Luthor é dura na queda, ela aguenta.

-Mas.... e.... e se ela perceber que é demais para ela, lidar com isso.

-O que é isso Kara, ela te adora, só tem que dar tempo para ela processar as informações.

-Certo.

-Pensei que me ligaria ontem para te ajudar a organizar as coisas. Imagino que estava surtando antes do jantar.

-E estava mas quis te dar um pouco de espaço. Como você está?

Alex suspirou e reviveu toda a conversa que teve com Meggie, teria ela certeza que estava fazendo o certo, talvez com o tempo mudaria de opinião sobre toda esta situação, mas e se não acontecesse ela não poderia abrir mão de algo tão importante em sua vida, ela queria e tinha certeza que um dia seria mãe.

-Eu estou bem Kara, foi a opção mais logica.

-Eu só não quero te ver triste, e quero que se abra comigo.

-Olha que irônico, você sumiu por meses e mal atendia minhas ligações e agora vem falar para não me fechar.

-Justamente por isso, não quero que você passe pelo que passei.

-Vou tentar, mas não te prometo nada.

-Vem escolhe um filme, vou fazer uma pipoca para nós. Mas não escolhe esses filmes melosos que você tanto gosta.

-Até parece você adora meus filmes.

-Ha, ha, ha, há, até parece.

Quando finalmente estavam aconchegadas e confortáveis as duas receberam uma chamada do DOE e saíram às pressas para checarem o que era. A alguns dias Nacional City estava sendo livrada das gangues, mas não era obra da polícia. Foram encontrados diversos corpos em vários bairros da cidade em que eram dominados por gangster, o DOE passou a investigar depois que perceberam um padrão de ataque animalesco incluindo a possibilidade de não ser um humano a causar este tipo de dano.

Mais uma pista havia sido deixada pelo ser desconhecido e parecia ser uma mensagem direta para heroína.