01 | "tentei pegar o que podia"

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SeokJin

─ 01 ─

5 anos antes

Kim SeokJin, você aceita Park Lana como sua legítima esposa, para amar e respeitá-la na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza?

O juiz perguntou atrás da mesa daquela sala de tamanho médio cercada de vasos de rosas nas bordas, entretanto, minha atenção era apenas nela e nos seus olhos que deixava-me demente para tocá-la sem pressa. Seus olhos transpareciam águas e cortinas fumegantes que se desprendiam do doce de cereja fresca.

─ Aceito!

Respondi prontamente. Virei a sua direção enquanto suas mãos cautelosas estavam sobre as minhas. Nossos olhos brilharam como as estrelas que costumávamos observar junto no anoitecer do dia. Havia algo nela que me consentia explícito. Por isso a amo. Porque tudo que há nela me deixa externamente longe de mim. Eu podia sentir suas mãos inquietas de tanta ânsia.

─ Park Lana, você aceita Kim SeokJin como seu legítimo marido, para amar e respeitar, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza?

Ela riu de uma forma tão natural que tive que retribuir ao mesmo momento. Ainda é um enigma total essa mulher - confronto minha mente.

─ Aceito!

─ E é com grande honra e alegria que eu vos declaro marido e mulher até que a morte vos separe, pode beijar a noiva.

Certamente devo esclarecer que não foi a primeira vez que trocamos beijos. Lembro-me que a última vez que a beijei estávamos sentados com cobertores próximo a lareira.

⊱❈⊰

2 anos depois do casamento.

O jantar já estava servido. Hoje era meu dia de descanso e decidi fazer uma surpresa para ela. Fazia três dias desde que Lana tinha ido em uma viagem a trabalho e já estava perto de chegar. Ela trabalha mais que eu, resultando: tenho mais tempo livre para realizar os deveres da casa, mas ainda assim, somos muito apaixonados um pelo outro.

Em dois anos de casados, pude observar o quanto é bom encontrar a pessoa certa. Nós nos conhecemos em um evento beneficente na Califórnia, que fora organizado por um grupo de amigos que tínhamos em comum. Depois dessa noite, nós passamos a sair algumas vezes, sem compromisso algum. Depois de meses assim, eu finalmente distingui meus sentimentos por ela.

Foi algo tão natural, que passou a se formar aos poucos. Ela disse que identificou-se uma chama que só ela interpretava, contudo ela mesma afirmou que me amava e eu disse que eu a amava também.

Já não éramos tão jovens assim nessa época, tínhamos discernimento de nossos sentimentos e desejos. Já possuíamos emprego, um teto, desimpedidos. As vezes eu imaginava qual seria o impedimento para que um amor pudesse renascer em nós, qual seria? Nenhum. Foi com essa concepção que eu a pedi em namoro.

Ficamos dessa maneira por longos nove meses, até que resolvi avançar o sinal e pedi sua mão em casamento. Claro, ela clamou para que eu fosse fazer do modo tradicional, e assim fui falar com seus pais. As lembranças me parecem vivas dentro de mim. Em perfeito estado ainda sinto os calafrios de olhar nos olhos possesso do mesmo.

Naquele dia recebi junto um balde de água fria na lombar do meu querido sogro por não ir com a minha cara. Hoje em dia vivemos apenas para um amor: só é amor pra lá, amor pra cá. A famosa lei do retorno.

Terminei de colocar os pratos agrupados ao talheres na mesa. E a porta se abriu, Kim Lana aparece com o semblante cansado e exausta da viagem. Ela fechou a porta atrás de si e soltou as malas e a envolvi em um abraço.

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