Prólogo

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Sangue. Havia muito sangue em minhas roupas. Eu estava começando a ficar desesperado. Eles iram me deixar morrer? Presenciei os corpos a frente da casa psiquiátrica e o Kavin correndo entre a floresta ao lado oposto dos carros armados. Eu estava assustada, com dor.

「」Três meses antes「」

Fazia alguns meses após o sequestro, a minha vida mudou muito. Os pais da Claire e da Marcia me adotaram, penso que pode ser por pena ou apenas para preencher o vazio que a morte de suas filhas causou.

Naquele carro de polícia eu tomei uma decisão arriscada, talvez até imprudente, mas eu não me arrependo. Não aguentaria nem entrar naquele carro e respirar o mesmo ar que o meu tio. Eu não suportaria mais sentir suas mãos asquerosos em meu corpo, me machucando, me usando apenas pelo seu prazer.

Lembro-me da sua lâmina de barber suja de sangue toda fez que me usava, suja com o meu sangue, em uma forma de me ameçar e me fazer calar a boca. Sempre fui uma garota forte, nunca chorei em sua frente, nem mesmo quando abusou de mim a primeira vez, com apenas nove anos tente atirar com o armamento de caça do meu pai, pelo que vemos, falhei, fui fraca. Mas eu tive corragem e ô denunciei a polícia mesmo sem saber para onde ir, já que não tenho parentes vivos, ou como me sustentar.
Agradeço aos pais de Claire e Marcia por estarem lá, eles me deram apoio e carinho. Doeu muito, me fez lembrar o meu pai que morrer de infarto, mas não duvido que o meu tio esteja por traz disso. Juntos nos ajudamos a superar a dor. Mesmo não sendo muito próxima a Claire e Marcia eu podia sentir suas dores em cada canto da casa. Os olhos deles refletiam mágoa e pura tristreza, nem anos de terapia de casal resolveria... suas dores estam entranhados em suas carnes.

Com um mês morando de graça em sua casa eu jurei arranjar um emprego mesmo eles dizendo inúmeras vezes que não preciva, que era apenas para ficar na minha faculdade, que os mesmo pagam. Arranjei algo simples no centro da cidade, em PHILADELPHIA ZOO, eles me ofereceram ajuda após me encontratem presa na jaula fugindo da "Fera". Pedi um emprego no local, não me amedrontava por trabalhar em cima do lugar onde fui trancafiada por dias. Eu sabia que ele nunca mais voltaria para aquele subterrâneo.
Intercalo o trabalho com a faculdade de biologia, a minha rotina é um pouco puxada mas é minha Independência, vale a pena.

Nunca mais o vi, o Kevin. Dizem que continua louco, sequestrando garotas que nunca tiveram nem um tipo de sofremento para alimentar a "Fera", mas apenas eu sei que não era ele a ter essas atitudes, e sim o Dennis e a Patrícia. Senti pena dele, quando "conversamos" pela primeira vez, mesmo sendo em uma circunstância assustadora, eu senti medo em seu olhos, assustado, como um animal que acabou de receber um tiro e está desfalecendo. O Kevin não sabe lidar com a realidade, por isso apenas deixa suas outras personalidades assumirem o seu corpo, eu senti que ele preciva mais de ajuda do que eu.

Ignorei os pedidos da polícia para fazer o meu depoimento por um mês, comparecesse apenas por insistência dos Benoit. Eles não sabem que a culpa não é do Kevin, ele apenas não sabe lidar com a realidade.

「」Dias atuais「」

Não consigo me lembrar de nada antes de apagar olhando para a vista de um céu completamente azul e limpo de Nova York, me perguntei se aquele era o meu fim, ou se caso eu não morresse, se um dia eu voltaria a rever o Kevin outra vez.

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