Parte V: I can move on

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Kisame acordou assustado, Itachi não estava na cama e algo se quebrando ecoou alto até sua casa. Gritos? O desespero tomou conta de si, alguma coisa havia acontecido ao outro e ele precisava ir ver o que era. Se levantou às pressas pegando a calça no chão, a camisa estava jogada em um canto do quarto e ele apenas vestiu as peças de forma desajeitada já saindo de casa. Desceu as escadas tão rápido que nem ao menos notou que já estava na porta do menor, gritando por seu nome.

— ITACHI! — a porta estava trancada e se ele não respondesse a arrombaria. O pianista ouviu mais gritos e não pensou duas vezes — Eu vou entrar! — chutou a madeira numa força absurda, fazendo-a ir abaixo em único impacto.

A cena que veio a seguir quebrou Kisame de todas as formas possíveis, Itachi estava de joelhos no chão com as mãos apertando seus próprios ombros em um abraço solitário. O rosto vermelho e inchado pelo choro, era possível sentir sua agonia. Vários pedaços do telefone estavam espalhados por toda cozinha, talvez alguma ligação fosse a causa de sua crise, mas Kisame temia que fosse pelo fato do acontecido noite passada. Foi tudo tão intenso, quando levou Itachi para o seu quarto prometeu a si mesmo se doar por inteiro aquele homem. Fez amor com ele e não apenas sexo, adorou cada parte do seu corpo e tentou dar a ele todo prazer, carinho e afeto possível. E se o tivesse machucado? Talvez ele tinha se arrependido do que fizeram. O pianista rezava para que não, pois não suportaria essa dor. Caminhou devagar até o menor que continuava na mesma posição chorando, ajoelhou a sua frente e o puxou para seu colo. Se Itachi o empurra-se, ainda assim permaneceria ali, mas ao contrário do que pensou, ele se aninhou em seus braços, tremendo.

— Calma Itachi, está tudo bem. Eu estou aqui com você, por favor não chore. — o apertou ainda mais contra si. Se pudesse naquela hora gostaria de tirar toda dor dele.

— Você tem que ir embora... Eu não posso ser o que você quer — Itachi falava em meio às lágrimas.

— Eu não vou a lugar nenhum, pode olhar para mim? — pediu.

E Itachi olhou, suas belas orbes negras estavam ainda mais escuras. Os olhos vermelhos pelo choro quase as faziam parecer rubras, Kisame sempre ficava impressionado em como ele o olhava. Era como se o Uchiha pudesse ver através de si, apesar da aparência grande e assustadora do pianista, ele olhava dentro de seus olhos sem nunca o temer.

— Meu irmão me odeia, magoei minha mãe e eu estou aqui ajoelhado nesse chão frio chorando porque sou incapaz de lidar com minhas emoções — falou irritado consigo.

— Você não é odiado, seu irmão vai falar com você e sobre sua mãe, se acalme, mães sempre nos entendem, Itachi. Vem comigo, vamos levantar daqui e você pode dormir um pouco. — Kisame falou compreensivo o ajudando a se levantar.

— Minha cabeça... — fez uma expressão de dor levando suas mãos a têmpora.

— Está doendo?

— Muito.

— Vem comigo, você pode ir tomar um banho e eu vou buscar um remédio que tenho em casa. Pode fazer isso? — ele assentiu positivo.

Kisame queria cuidar dele e estava feliz por ainda não ter sido repudiado ou expulso, e isso o deixou um pouco mais seguro. Ainda não era hora de perguntar o que havia desencadeado aquela crise, naquele momento tudo que Itachi precisava era descansar. O viu caminhar vagarosamente em direção ao quarto e subiu rapidamente até o andar de cima pegando o remédio e descendo logo em seguida. Aproveitou para ir a cozinha, recolheu os resquícios do telefone quebrado, pegou um copo generoso de suco de laranja na geladeira e esperou o barulho da água ser desligado.

— Kisame... — ele o chamou.

— Posso ir até você? — perguntou antes de andar. Nesse tempo todo em que se conheciam, ele nunca entrou uma única vez no quarto de Itachi.

Heart of StoneWhere stories live. Discover now