Raining

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Na segunda feira após passar o final de semana inteiro conversando com o Andy (o cara da balada) e dormir tarde, acordei apressada e fui para o refeitório rezando para chegar a tempo de ainda ter café. Me olhei no espelho e meu cabelo estava crescendo bastante, meus olhos estavam cansados mas havia um brilho diferente neles.
Ao chegar no refeitório consegui pegar panquecas e café quente, essenciais para uma segunda feira que eu odeio. Me sentei com meus amigos e Jess estava falando sobre ter tocado no casamento no domingo
—Foi foda! a galera tava bebaça e animada e eu peguei uma das damas de honra no intervalo—Falou rindo se sentindo incrível— Ah tinha um cara lá que é professor daqui eu acho, ele sempre fica ali na escada fumando ou no terraço...AH—Ele disse lembrando—Ele falou com você na sexta Vee, é o seu professor lá de literatura eu acho

Eu assenti e continuei comendo como se não soubesse nada sobre e Scar me olhou com uma cara curiosa, mas deixou passar. Voltei pro quarto, tomei banho e matei a aula do meu professor favorito no terraço fumando, sentindo o vento no meu rosto e observando uma praia, que mesmo estando longe dava para ver do prédio de 3 andares. Era quase hora da minha 2 aula do dia e eu ainda tinha 20 minutos, a essa altura o senhor Smith já teria dispensado a classe e eu estaria caminhando para a próxima sala.
Mensagem de texto
Andy: queria te ver de novo mas não sei se você vai gostar de mim sem a máscara
Eu: Que absurdo, não é possível que você seja tão não atraente assim
ele demorou para responder como se estivesse calculando suas palavras
Andy: Eu me acho atraente, você talvez acharia. Mas é que talvez você já me conheça, só não descobriu ainda.
Eu: Sábado tem uma festa na minha faculdade, heartfeild, você pode entrar de penetra e me encontrar lá. É na Kappa e você tem que levar uma bebida pelo menos.
Eu: Vou estar de vestido preto e all star vermelho, vai ser bem fácil de me encontrar...
Andy: Vou tentar... Não posso te prometer nada...

Quando fui responder a porta do terraço se abre e a figura que surge e é um velho conhecido meu, o meu querido professor.
—Mas que caralhos vênus?—Ele perguntou irritado—Você matou a porra da minha aula pra ficar mandando mensagem de texto? Quando eu não te vi na sala achei que estivesse doente ou algo do tipo
—Não tenho como me justificar
Um pingo caiu em meu ombro e eu ignorei
—Okay que você esteja na faculdade e matar aula não é crime, mas eu sou praticamente seu tutor e você sumiu?
Outro pingo mas dessa vez no nariz
—Ted você tá fazendo tempestade em copo d'água
Ele me olhou, desfazendo a expressão irritada em seu rosto, e suspirando
—Tem razão. Desculpe Vee. São tantas coisas em minha cabeça—Pra começar uma certa aluna não me deixa nem dormir direito —Não ando bem ultimamente.
Sentamos no chão do terraço
—Nem eu...—Acendi outro cigarro e dei uma tragada— Fumar está virando um hábito horrível
—Nem me fale—Disse ele fazendo o mesmo—Saudade de quando eu fumava maconha e matava aula no terraço também
—Rebelde sem causa com amigos?
—Sozinho Vee, em festas até que eu ia em grupo, mas você me conhece o suficiente pra saber que a resposta sempre é sozinho.
—Você me assustou por um momento, achei que ia me levar pra diretoria como no ensino médio
—Essa era minha vontade—Ele riu—mas eu gosto demais de você pra isso

Eu encostei minha cabeça em seu obro, sua camisa hoje era lisa, simples e muito macia da cor cinza com botões brancos e uma gravata vermelha um pouco frouxa no pescoço e como sempre de calça jeans e all star preto. Fiquei olhando para nossos pés juntos, nossos tênis vermelho e preto combinando. Depois olhei pra ele, pro cachinho pendurado na testa, seu cabelo era perfeito e principalmente quando isso acontecia. Eu gostava de observar ele quando estávamos mais próximos como na sala dele, o modo como seu rosto me encantava e seu toque me deixava nervosa era algo totalmente novo. Por falar em toque ele colocou a mão sobre a minha calça jeans rasgada

—Gosto desse estilo de calça, queria que eles me deixassem usar, mas até na califórnia existem regras.
—Mas é mais fácil ficar chapado e ir à praia.
—Você já foi à praia por aqui Vee?
—Não entrei, mas sentei na areia por horas

Outro pingo no nariz

Sua mão que estava na minha perna permaneceu ali, ele olhou o relógio e disse que uma hora dessa todos estavam em sala, e que eu deveria estar lá também. Estávamos próximos, muito próximos e eu simplesmente disse
—Me deixe retribuir pela última vez em que nos encontramos aqui...
Ele apenas assentiu e eu beijei seu pescoço, ele tinha um perfume leve e amadeirado. Enquanto isso passava a mão em seu cabelo e sua mão continuava firme em minha coxa. Foi aí que a chuva começou, ela ficou tão forte e por sorte minha mochila e estava na parte coberta do terraço pelas antenas de tv, mas nós não, estávamos encharcados e agora ele estava em cima de mim. Nossos lábios finalmente se tocaram. Foi um beijo gelado por causa da chuva mas quente ao mesmo tempo pela paixão. Foi intenso e seus lábios eram macios demais e familiares. Repentinamente ele se levanta bruscamente
—Isso é absurdo! É um grande erro. Tenho que ir embora Vee
—Ninguém vai saber—Falei segurando sua mão
—Assim é muito arriscado, preciso ir embora. Cuidado e tente não matar mais aulas

E foi assim que ele me deixou plantada e molhada no terraço sem a mínima vontade de levantar dali sem ele.

Perfecly WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora