O beijo tinha gosto de cerveja e era quente, ele tinha um cheiro doce e era muito respeitoso e de certa forma agressivo, mas não de uma maneira assustadora. Ele me manteve suas mão em minha cintura e a outra no meu rosto. Beijar andy era como beijar um mar revolto, com minhas mãos em seu pescoço e as unhas arranhando-o, era delicioso e refrescante, intenso como um mergulho no desconhecido, o jeito que ele me segurava perto era tentador, nossos corpos se enroscavam e se conectavam, minha pele arrepiava a cada vez que sua língua encostava na minha ou seus lábios prendiam os meus.
Seu corpo era grande, seus ombros largos e coxas grossas, suas mãos em minha cintura me trazendo para perto com possessividade e carinho, quando o ar nos faltou, tivemos que nos separar, seus olhos brilhavam em desejo contido e um carinho incomum, por um momento me vi perdida, talvez me apaixonar por ele não fosse uma má escolha, era seguro, era gostoso e revolto.
Não tive muito tempo para raciocinar mais, pois fui içada no ar, apoiada na grande bancada de mármore que havia ali, suas mãos deslizaram pela minha perna e nossos olhos se conectaram, seu nariz deslizou pelo meu pescoço, sua boca deixou leves rastros de saliva por onde passava, era pura eletricidade entre nós. Andy começou a beijar meu queixo, depois minhas bochechas, e depois um leve selar em minha boca, era tudo mágico, a ponta de seus dedos deslizavam por minha pele nua, então sua boca tomou a minha, uma briga de línguas se formou, por um momento senti um rastro de saliva escorrer pelo meu queixo, eu o queria tanto, foda-se o primeiro encontro, eu precisava e queria daquilo que ele tinha a me oferecer e poder talvez me reconectar a outra pessoa.
Minhas mãos atrevidas deslizaram por seu tórax definido, passando pela barriga chapada, agarrei sua calça e o puxei mais, com uma habilidade incomum abri o botão da sua calça, gemi quando suas mãos agarram minha bunda, desci o zíper.—Vee—Ele afastou-se e colocou meu cabelo atrás da orelha— Eu acho melhor a gente parar por aqui. Eu quero fazer isso certo
—Certo?
—Quero te levar pra jantar. Quero que a gente comece tudo do 0 e da maneira certa. O que você acha?
Eu passei minhas mãos pelos seus cabelos—Gostei de você—Disse semicerrando os olhos e sorrindo
—Eu também gostei de você—Disse Andy sorrindo com seus belos olhos azuis me fitando com sua mão fazendo carinho em minha bochecha
Beijar ele era intenso, não tão intenso quanto com ele, mas ainda sim me fazia bem.
—Eu quero levar as coisas com calma com você Vee... De verdade
Eu o olhei e concordei com a cabeça e ambos sorrimos—Bom, me leva pra casa? eu to bem cansada e eu garanto que depois de beber um pouquinho e toda essa química aqui...me segurar perto de você vai ser difícil
—Nada mais do que justo que eu te leve pra casa, mas estou sem carro...—Ele me olhou e sorriu—Podemos andar juntos?
Eu ri, achei muito fofo a maneira que ele estava sendo gentil comigo e eu estava gostando de estar na presença dele, seria legal ter alguém diferente pra pensar além de um professor que não posso nem sonhar em ter.
—Então vamos andando—Sorri
Scar tinha mandado uma mensagem dizendo que Alex tinha chamado ela para se encontrarem e então era só eu e Andy. O baterista de cabelos compridos amigo de Jess que eu nunca tinha notado por completo sua existência.
Enquanto caminhávamos ele me contava como ele começou a tocar bateria e que gostava muito de quadrinhos
—Eu sou louco por doctor who—Ele disse olhando com vergonha
—Ah... você é um nerd então?
—É...—Ele coçou a nuca com vergonha
—Aposto que qualquer um dos doutores acabava com o Thanos fácil... Com ajuda da Donna claro
Ele sorriu pra mim absurdamente chocado e animado
—VOCÊ É WHOVIANNNNN
—E fã da Marvel, não sou viciada em quadrinhos mas vi todos os filmes
—Okay okay—Ele me parou segurando meus ombros e olhando em meus olhos—DC ou Marvel?
—Ambas são boas, mas eu prefiro os desenhos da DC
Ele se ajoelhou no meio da calçada fingindo me pedir em casamento e eu ri concordando.
—Vamos nos casar ao por do sol na praia—Falou brincando
Nossa conversa continuou em discussões sobre personagens e filmes e sem perceber já estávamos na frente do prédio à uns bons 15 minutos enrolando para entrar. Seus olhos azuis estavam escuros devido a iluminação mas mesmo assim profundos e cativantes, eu não conseguia encarar por muito tempo enquanto falávamos por ficar com vergonha mas eu estava muito feliz em estar ali com ele, mas confesso que olhei para o lado e não vi ele sentado na escada como sempre. Decidi que já era tarde e deveria entrar, então me despedi de Andy com um beijo na bochecha
—Na bochecha?—Ele protestou baixinho
—Claro, estou guardando para nosso próximo encontro—Sorri provocando-o
—Até mais Vee, você sabe meu número então... Te vejo por aí...
Então ele saiu e eu o observei ir embora. Ele virou para trás pra ver se eu estava olhando e deu um sorrisinho e eu entrei no prédio.
Toquei em meu bolso e senti a caixa de cigarros que tinha ali e pensei no terraço. Resolvi subir só para ter um último cigarro na noite, subi as escadas pensando em sentar onde nos beijamos e escutar alguma música para pensar no assunto. Gostei de Andy mas não sabia o que fazer quando visse Ted na sexta de tarde.
Para minha surpresa alguém já estava sentado lá e não era ninguém além dele mesmo, o próprio professor que me assombra e seduz.—Pode entrar, não vou te morder Vênus.—Disse ele sério tragando
Sentei ao seu lado em uma distância respeitosa e acendi o meu cigarro. Parecia que Against All Odds estava tocando em minha mente, eu já sabia o que estava por vir.
—Vee—Ele me encarou, respirou fundo e olhou para o chão— Não posso mais ser seu tutor e nem você minha assistente
—O que??
—Eu sei que é chato pra você, mas Vee eu não posso ficar perto de você. Sentado aqui e agora tudo que eu quero é te tomar em meus braços e te beijar inteira, porque eu sei que ninguém vai abrir essa porta agora e sei que você também iria querer estar aqui comigo. Essa atração é fatal pro meu emprego e reputação...
Eu ficava ali sem saber o que dizer apenas olhando para ele chocada, eu gostaria de falar algo, mas nada saia de minha boca
—... Eu sei que você sabe que eu gosto de você, mas infelizmente não posso. Você não pode faltar as minhas aulas mas podemos evitar mais encontros casuais. Você deve viver sua vida de universitária e eu de professor, me entende?
—Sim senhor.
—Eu queria que as coisas fossem de outro jeito.
Antes que ele pudesse dizer algo a mais eu simplesmente apaguei meu cigarro, joguei em uma lata de tinta e fui em direção as escadas quando ele segurou meu braço e chamou pelo meu nome. Seus olhos eram tristes e cansados e em um tom de despedida Ted me beijou pela última vez e eu retribui, era quente e tentador ficar ali em seus braços por horas mas ele se afastou e tomei o caminho para meu quarto. No caminho eu chorei silenciosamente, aquele era nosso fim, um começo com o Andy e um fim com o Ted. Não sabia se seria definitivo mas de qualquer jeito tudo que eu fiz foi entrar silenciosamente no quarto, tirar meus sapatos e chorar a noite toda o mais baixo possível, até que meu celular que ainda estava em meu bolso esquerdo vibrou.
Andy: Boa noite Vee, eu adorei "te conhecer" hoje
Andy: Te beijar de novo é tudo que eu mais quero
Eu sorri e sabia que ele não sabia o que dizer e tentou se expressar da melhor maneira que pode.
Me: Nem me fale Andy. Boa noite, te vejo segunda?
Andy: Segunda será.
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Perfecly Wrong
RomanceHistória baseada na música do The Police: Don't stand so close to me. Vee entra em uma faculdade da califórnia, tem sua primeira amiga de verdade e se apaixona perdidamente pelo professor de literatura