- Você já ouviu falar da Donna Parker? Do primeiro ano de dança? Sala 8? Aconteceu a 28 anos atrás. Ela entrou com as melhores notas da A&M. Era bonita, talentosa e popular. Os alunos e professores gostavam dela, principalmente a Valeska...
- E o que aconteceu?
- Um pouco antes dos testes começarem... a Donna morreu.
- Como?
- Ouvi dizer que foi um acidente... Quando ela não apareceu para sua apresentação todos ficaram preocupados. Horas depois souberam do ocorrido. Ficaram chocados, devastados. Até que do nada uma garota que estava sentada no auditório gritou: “ Ela está dançando. Ela está no palco. Donna não morreu!”
...
- Bem, depois desse dia todos da sala 8 continuaram vivendo como se Donna continuasse viva...
- Isso é um pouco assustador.
- ...isso ocorreu até a formatura. Valeska fez questão de colocarem uma cadeira para Donna na formatura.
- Mas... isso não foi legal da parte dela?
- Seria, se tivesse acabado por ai...
- E existe mais?
- Muito mais...
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2014, New York
- Cof Cof – Depois de quase um mês tomando medicamentos a maldita tosse não parava.
Ophelia viera para Nova York a um mês. Fora aceita na faculdade de Artes e Música (A&M), a faculdade de artes mais bem conceituada da América. Seu sonho era ser cantora. Viera de Tulsa, uma cidade do estado de Oklahoma, morar com seus avós. Dias depois que chegara em Nova York, Lia começara a ter crises de tosse, logo sua avó assustada a levou a um hospital, lá descobriram que era estava com pneumonia.
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- Respire fundo – o Doutor pedia. Ela encheu o peito de ar, mas não conseguiu segurá-lo. Cof, Cof.
- Desculpe-me, Dr. – ele retirou o estetoscópio do pescoço, ajeitou os óculos e fez uma cara triste. Sua pneumonia não tinha melhorado, mesmo depois de ter sido entupida com remédios, mesma passando 24hrs em um hospital, ela não tinha melhorado. – Dr, quando vou ter alta? As aulas na A&M já começaram a uma semana.
- Ophelia, mesmo não parecendo, querida, você já está quase cem por cento curada. – ele abriu um sorriso. – Então acho que no final dessa semana você estará livre de mim. – ele ajeitou seu jaleco, fez anotações na prancheta e quando estava prestes a deixar o quarto esbarrou em um garoto com calças justas e cabelo cacheado que estava na porta. – Ah! Lia, esses são os alunos da A&M, vou deixá-los a sos.
- Nós viemos ver como você estava... – uma garota de cabelos loiros que caiam no ombro falou enquanto tentava não deixar seu chiclete sair da boca. – Me chamo Cailin. – ela sorriu e estendeu a mão que tinha um pedaço de guardanapo. Ela percebera que Lia olhou sua mão com magoa, então rapidamente a escondeu – Não posso pegar pneumonia. Se isso acontecesse minhas cordas vocais ficariam prejudicadas.
- Aqui, flores para você. Sou o James, e também sou presidente do corpo estudantil da A&M. Venho em nome de todos os alunos da sala 8. – James era um cavalheiro, sempre com a melhor postura e melhor das intenções. Deu um sorriso largo para Lia, que percebera quão bonitos eram os olhos verdes do garoto.