Capítulo 10

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Eu estarei bem aqui...

Para te segurar quando o céu cair.

Quando a chuva cair, eu não te deixarei

Estarei bem aqui.

Ashes Remain - Right Here

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A ligação que Krist havia recebido era de sua mãe, avisando que seu pai estava no hospital devido à uma parada cardíaca e os médicos estavam tentando reanimá-lo e que ele precisava ir para o hospital urgentemente.

Perawat saiu correndo desesperado em direção à entrada do prédio com lágrimas nos olhos e quando chegou viu que Singto ainda estava ali.

— Você p-pode... por favor... me levar ao hospital? — Krist continuava a chorar.

— O que aconteceu? Posso sim. — Singto logo se preocupou, nunca tinha visto Krist chorar assim.

— O meu pai, ele... — Perawat não conseguiu terminar a frase.

— Tudo bem, vamos lá... Vai ficar tudo bem. Eu te levo.

Krist subiu na moto e segurou firma na cintura de Prachaya e este apenas ligou a moto e foram para o hospital. O trânsito não estava ruim, por isso não demoraram muito. Em frente ao hospital, Krist desceu da moto e saiu correndo para emergência. Assim que chegou, avistou sua mãe e ela logo veio lhe abraçar, e em seguida, observou o médico tentando fazer com que seu pai respirasse normalmente, mas não estava dando certo.

— Traga o desfibrilador. Rápido! — O médico falou para as enfermeiras e as mesmas trouxeram o que ele havia pedido.

— Carregue 200 joules.

— Carregado.

— Afastem... 1, 2, 3... Choque. — E não houve nenhuma reação.

Krist não estava mais aguentando ver aquela cena, ele não ia se perdoar se perdesse o seu pai agora, não quando as coisas ainda não estavam resolvida entre eles. Nesse momento, Singto chegou perto de Perawat e lhe deu um abraço apertado, no qual foi retribuido e Krist não parava de chorar, chegando a soluçar algumas vezes.

— E-eu não posso perder o meu pai assim... — Ele disse entre soluços.

— MAIS UMA VEZ!! AFASTEM-SE... 1, 2, 3. CHOQUE.

O médico olhou para o monitor de sinais vitais e não havia mais nada que pudesse ser feito, então balançou a cabeça e disse:

— Hora da morte: 23h42. — Olhou para a mãe de Krist e disse: — Eu sinto muito, senhora.

Ao ouvir isso, Perawat teve a certeza de que uma parte de seu mundo havia partido. Singto o abraçou ainda mais forte tentando o confortar, ele sabia o quão grande era a dor de perder alguém importante, e faria de tudo para que pudesse diminuir um pouco o sofrimento de Krist.

— Calma, amor. Eu estou aqui... — Singto falava enquanto ainda o abraçava.

A mãe de Krist estava chorando muito também e Singto avisou para ela que iria levar o Krist para fora, com o intuito de acalmar ele um pouco. E assim, eles foram caminhando pelos corredores do hospital abraçados, com a cabeça do Krist no ombro do Singto, até que chegaram em um banco que ficava no jardim do hospital.

— Ao mesmo tempo em que hoje foi o melhor dia da minha vida, ele também está sendo o pior. — Perawat falou ainda abraçado a Singto.

— Sinto muito por tudo isso, Kit. — Singto depositou um beijo na testa do outro.

— O pior ainda está por vim...  Você pode me fazer um favor? —  Disse fungando.

Prachaya não entendeu o porquê Krist tinha dito isso, mas logo em seguida concordou: — Claro que sim. Estou aqui por você.

— Obrigado... É... — Krist ponderou por um segundo se diria ou não, mas acabou falando. — Você p-pode ir no enterro comigo?

— Claro que sim, bobinho. — Ao dizer isso, tocou levemente no nariz de Peraway, tentando o animar um pouco.

Singto apenas não pensou muito nisso, mesmo se o outro não tivesse pedido, ele ainda sim iria no enterro, não o deixaria sozinho.

Eles ficaram abraçados por mais algum tempo, até que um dos familiares de Krist que havia chegado no hospital, veio avisar que iria organizar todas as papeladas e que era para ele ir para o local do velório.

Sendo assim, Singto e Krist seguiram para lá e quando chegaram, alguns familiares de Perawat já se encontravam no local e todos o olhavam com uma feição nada amigável, somente a mãe de Krist o olhava com ternura e tristeza ao mesmo tempo.

— O que esse garoto está fazendo aqui? — Um deles não conseguiu se segurar e falou.

— Me pergunto o mesmo. Passou anos sem ver o pai. E agora está aí chorando. É cada uma. — Outro falou com ironia e sorrindo.

— Não fala assim com meu filho, mais respeito ao meu falecido marido e ao filho dele também. — A mãe do Krist se pronunciou, sem aguentar mais aquilo.

— Não tenho culpa se só estou dizendo a verdade. — O cara então olhou para Krist e disse: — Seu pai morreu te odiando. Ele não queria um filho viadinho como você.

Singto ao ouvir isso, simplesmente partiu para cima do homem que havia dito isso e deu um soco em seu rosto e depois certificou de aumentar o seu tom de voz para que todos os presentes naquela sala, pudessem ouvir o que ele iria dizer.

— Olha só, sei que todos vocês estão sofrendo com a perda de um ente querido, mas não venham descontar as suas tristezas, raiva, mágoas ou o que quer que seja, no Krist. Eu não sei o que aconteceu entre ele e o pai dele, e tenho certeza que muito menos vocês conhecem toda a história. Então façam o favor de calarem a boca.

E no mesmo instante, puxou Perawat pela mão o arrastando para fora dali, enquanto os outros apenas ficaram boquiabertos com a situação que havia acabado de acontecer.

Já longe de todas aquelas pessoas, Prachaya deu mais um abraço em Krist, ao mesmo tempo em que dizia: — Me desculpa por isso, não deveria ter me intrometido, mas não aguentei ver eles te tratando daquela forma.

Perawat retribuiu o abraço e quando terminou, pegou na mão de Singto, a acariciando lentamente. Algumas lágrimas ainda insistiam em cair, mas não se preocupou em limpá-las, e então falou: — Não precisa se desculpar. Eu só tenho a te agradecer por estar do meu lado, cuidando de mim e se preocupando comigo.

— Que isso, sempre aqui por você. — E deu mais um beijo na testa de Krist.

Eles permaneceram ali por mais alguns minutos e depois voltaram para a sala, e o silêncio se perdurou por algumas horas, se ouvia apenas as pessoas chorando, inclusive Krist, se lembrando da época em que ele e seu pai ainda se davam bem, de como todo final de semana, eles iam pescar juntos e voltavam para casa sem nenhum peixe, pois Krist tinha fó e devolvia os peixes para a água. Eram momentos como esse que não saiam da cabeça de Perawat. Mas assim como havia as lembranças boas, existiam as ruins, aquelas em que Krist desejava apagá-las à todo custo.






Notas Finais:
Eu sei que o capítulo tá um pouquinho curto, me perdoem por isso.

Prometo que o próximo será maior. Promessa de dedo mindinho 😴

E teve algumas partes ali que me doeu muito escrever, acho que vocês sabem qual ;-;

Enfim, não esqueçam de votar e comentar 💥

Até a próxima!! 🍉

Sweet Destiny (KrisSing // SingtoKrist) REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora