Em Manaus, deixamos saudades e pelo Rio Amazonas nós iremos a Belém.
Antonio Carlos Andrea. Manaus-AM 10 de Julho de 1985, Quarta Feira.
Levantamos as 06h00min, tomamos chá de canela e saímos para a COPRAVEN, ganhamos três camisetas tomamos cafezinho, conversamos com o inspetor da firma o Nilton que passou um Telex pedindo o endereço da firma de São Luiz para que pudéssemos chegar lá e pedir uma força. Fica na Rua do Sol 141 Loja 20 Centro Ed. Colonial São Luiz MA Fone 222 6560 221 4190. Procurar o gerente da firma Senhor Artur depois de tirarmos uma foto de toda a turma e saímos até o jornal A Crítica que infelizmente por nosso tempo está curto não deu para irmos até a Honda fazer a visita. Fomos almoçar no Padre Pedro após abastecermos as motos.
Bati um papo com a diretora do local Maria da Gloria Ramos Preste que é o mesmo endereço do Padre Pedro Gabriel de Oliveira Neto: escola profissional Nossa Senhora das Graças, Rua Libertador SS Bairro Nossa Senhora das Graças fone 234 9239 AM CEP 69.000 a Maria Gloria me deu duas fotos do Padre Pedro para eu levar e eu tirei uma foto de todo mundo da escola, saímos e fomos comprar o jornal Diário do Amazonas que publicou uma pequena noticia da gente e cá estamos na Amazonave esperando a partida da balsa que será logo mais as 6 horas da tarde ou seja as 18h00min.
São exatamente 00h00, ou seja, meia noite, estamos partindo deixando para trás Manaus, uma cidade cheia de amizade, o Comandante do barco se chama Ademir, nos apresentamos agora já jantamos já tomamos um cafezinho e agora estou escrevendo estas coisas que aconteceram a pouco. Manaus esta ficando cada vez mais longe estou na prova do barco e a vibração do motor atrapalha um pouco para escrever. Também é um motor Scania Turbinado e com a vibração sai meio tremido.
Tirei uma foto há poucos instantes, não sei se vai sair alguma coisa mais não poderia deixar de registrar esta passagem de um lugar que nos foi tão hospitaleiro, cada vez mais longe fica esta cidade que vou ficar com saudade. Antes de nossa partida eu liguei o rádio e não acreditando que eu estava modulando de um navio veio nos conhecer dois PX o Cachuto PX8B 1816 e o Alexandre PX8B 1858 o 1º deu para nós endereço de Fortaleza pelo qual passaremos para conhecer sua família e filar um rango, o 2º nos trouxe para comermos em viagem vários pães, bolacha um litro de não sei o que e varias laranjas colhidas aqui em Manaus que agora se vê ao longe somente uma pequena luz mais ainda vamos atracar em algum porto, ou melhor, o porto principal da cidade que se chama Ceasa onde pegaremos (a balsa) alguns carros e motos niveladores Patrol para levar até Belém que segundo o comandante da casa de maquinas, seu Agostinho Batista Chaves levaremos cinco dias para chegar. Da onde estou sentado na porta da cozinha se vê a briga entre as hélices do barco contra as águas do Rio Negro que saem com uma tremenda força fazendo ondas e um maior reboliço de espumas, do lado esquerdo tudo é escuridão do lado direito se vê ainda a cidade que começou a mostrar suas características de imponente pois é Manaus uma grande cidade no meio desta selva imensa, passamos por enormes navios de pesca, indo sempre em frente deixando para traz um monte de ondas de espumas, este barco que estamos se chama RH I.
O tempo esta agora melhor + saímos com chuva, amanhã falo mais sobre o barco, pois hoje esta todo mundo ocupado para fazer pergunta, passou agora um enorme navio cheio de luzes, parece um edifício iluminado em inauguração. Vou me juntar ao Paulo e o Oliveira que estão na ponta da embarcação, ou seja, a uns 140 M daqui depois volto a escrever novamente até dar sono. Tachau.
Antonio Carlos Andrea. Rio Amazonas, Manaus-AM. 11 de Julho de 1985, Quinta Feira.
Dormir por duas horas fui acordado pelo Paulo, estávamos em movimento, pois tínhamos atracado no porto do Ceasa para pegar mais uma balsa e descarregar alguns barcos, foi até as 05h00min.
O Paulo tirou uma foto do encontro das águas que um lado é escuro e do outro é claro dado ao encontro dos dois rios, Rio Negro e Rio Solimões, formando agora o maior rio em volume de água, o gigante Amazonas. O nascer do sol a nossa frente mostrava um longo percurso a percorrer e na popa, ou seja, por traz Manaus uma cidade enorme de um povo hospitaleiro que fica para traz dando ainda para ver os últimos vestígios que vão se apagando aos poucos até chegar em nada.
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Expedição Brasil Adentro, uma aposta louca
AdventureEm 1984 após levar a serio demais uma discussão sobre motos, Antonio Carlos Andrea decide tirar a prova e por conta propria com um amigo percorre todo o país em cima de sua moto.