30. Quando um império cai

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Lyra, Agora.

   A propriedade é tudo aquilo que se espera de uma família podre de rica, o jardim bem arborizado e muito bem cuidado, um caminho de pedras brancas me guiam até a entrada da casa que se ergue impotente, somente dois andares que se estendem de forma horizontal, a pintura é totalmente branca e minha mente só consegue lembrar de Easton, sobre o quanto ele odeia lugares brancos, sobre como ele odeia tudo sobre o império Stormy... Meu coração aperta no peito e limpo uma pequena lágrima no canto dos meus olhos... 

  Uma mulher me aguarda na porta, ela veste uma camiseta azul marinho e uma saia justa ao corpo, saltos pretos e o cabelo muito bem arrumado, com uma maquiagem muito bem feita. 

   — O Sr. Stormy irá atendê-la no jardim de inverno.  É por aqui. Você tem dez minutos. 

  O salto dela faz um barulho insuportável quando toca o chão, eu a sigo, entrando cada vez mais fundo no palácio branco até que uma porta de vidro mostra o jardim muito bem cuidado e um homem de cabelos grisalhos sentado em um sofá de couro branco, de costas para nós mas muito ciente da nossa presença. 

   — Pode ir Wanessa, receio que essa seja uma conversa muito particular. - A voz gasta do homem causa uma sensação estranha em mim. Não sei bem dizer, mas ele não me parece alguém tão terrível agora que eu o vejo de perto, com sua pele enrugada e uma máscara de oxigênio em suas mãos. 

   — Decepcionada? - Ele pergunta, o vento balançando os cabelos. Os olhos fechados para sentir mais o momento. 

   — Eu esperava alguém um pouco mais novo...

   — Esperava o meu filho? Ou quem sabe meu neto... Mas esse último você já o fisgou, não é mesmo? 

   A informação demora um pouco para ser decifrada pelo meu cérebro mas a palavra continua rondando meus pensamentos... Neto... Esse não é o pai do Easton, é o avô.

   Alívio é a palavra certa para descrever o que sinto. O pai dele está morto. E é assim que deve permanecer.

   — Com todo respeito, senhor, mas com quem eu saio ou com quem seu neto sai, não é da sua conta. - Respondo áspera, ainda na defensiva. 

   Ele sorri, ainda com os olhos fechados e abafa o som de uma risada que logo é substituída por uma tosse tímida, quase inaudível. 

   — Eu já deixei de controlar o relacionamento dos outros há muito tempo, minha querida... Até um velho teimoso como eu, sabe a hora de abrir mão do controle. Sente-se. 

   Ele finalmente abre os olhos e eles são... Brancos.

   — Volto a repetir a pergunta... Decepcionada? - Ele vira seu rosto em minha direção, como se soubesse exatamente onde estou. 

Com todas as partes do meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora