O mundo desconhecido

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Após um longo período de sono profundo, Raphael finalmente retomou a consciência e acordou, abriu suavemente seus olhos, e se levantou. Sua mente estava totalmente confusa, pois não conseguia entender o que aconteceu, olhou ao seu redor e viu que não estava no mesmo lugar de antes, era outro mundo, outra atmosfera, algo nunca visto antes por ninguém, o lugar mais belo, visto pela primeira vez, por um ser humano. Seus olhos brilhavam, uma explosão de emoções surgiam dentro de si, uma sensação que não seria possível mensurar. Ao olhar para o lado, observou que seu amigo Juliano ainda estava desacordado, e rapidamente se abaixou e bateu a mão sobre seu rosto:
- Juliano, acorda! Você precisa ver isso, anda acorda!
Juliano acordou. Levemente abriu os olhos, e assim como Raphael, arregalou os olhos ao ver tudo aquilo que estava ao seu redor, um mundo totalmente fora dos padrões da realidade em que viviam.
- Onde estamos? Que lugar é esse?
- Eu não sei, tão magnífico e assustador ao mesmo tempo. Será que estamos no paraíso? Disse Raphael.
- Será que estamos mortos? Disse Juliano. Raphael se aproximou de Juliano e lhe deu um beliscão.
- Ai!!!! Disse Juliano colocando a mão sobre o braço.
- Não, definitivamente não estamos mortos. Disse Raphael.
- Olha só pra isso, tudo aqui é colorido, olha essa grama, nunca vi uma grama tão esverdeada e brilhante como essa. Se foi Deus quem criou isso, diria que ele é um exímio artista.
Os dois caminharam por alguns metros, observando toda aquela beleza ao redor.
- Espera aí, e a Julieta? Precisamos descobrir qual foi o paradeiro dela. Questionou Juliano.
- Ela deve estar por aqui em algum lugar. Precisamos descobrir se existe algum tipo de civilização ao redor, porque se existe, certamente ela foi acolhida ou presa, Disse Raphael.
Juliano olhou ao redor, procurando um local para que pudessem seguir.
- Olha, disse Juliano apontando o dedo.
- depois daquele bosque tem uma montanha, podemos usá-la como ponto de referência, assim não iremos nos perder.
- É uma boa ideia, precisamos explorar o local, encontrar alguma pessoa ou ser, não sei que tipo de vida sobrevive nesse lugar.
O tempo passou, e por várias e várias horas caminharam pelo bosque de árvores com folhas de várias cores, era algo belíssimo, tão lindo que palavras não seriam o suficiente para descrever tamanha beleza, os pássaros cantavam melodias semelhantes a uma ópera angelical, algo que nenhum ser humano jamais ouviu. Conforme observavam tudo aquilo, as emoções ficavam intensas, Juliano não se conteve a ver tanta perfeição, logo, as lágrimas surgiram entre seus olhos, e ele disse:
- Isso é diferente de tudo que já vimos em nosso mundo, algo tão lindo e perfeito, se isso não for o paraíso eu não sei o que realmente é.
Raphael permaneceu em silêncio,  suas emoções pareciam estar em equilíbrio, tudo aquilo era surreal, mas Raphael tinha em mente que o mais importante naquele momento era encontrar Julieta.
- Olha, parece que ali é a saída do bosque, estamos próximos. Disse Raphael ao avistar a montanha. Logo após ter dito isso, ouviram um pequeno ruído vindo por de trás de uma moita:
- O que foi isso? Você também ouviu? Disse Raphael.
- Sim, eu também ouvi. Disse Juliano aparentando estar assustado.
Olharam ao redor, e não viram nada, até que um som, como se fosse de um apito, surgiu de maneira estrondosa, foi quando seres montados em cavalos, com armaduras brilhantes e de cores vibrantes, surgiram e os cercaram, os dois tentaram fugir, mas sem sucesso, foram capturados e levados a um lugar com civilização, com seres semelhantes a seres humanos, mas como se fossem seres totalmente evoluídos, com uma aparência diferente, e um biotipo fora do comum, suas armas lembravam as espadas e arcos medievais, porém tinham algo diferente, eram poderosas, com um dano maior do que uma arma de fogo.
Enquanto eram levados em uma jaula, Raphael e Juliano conversavam.
- Com certeza foram esses caras que levaram a Julieta. Será que eles sabem quem somos? Disse Juliano.
- Eu não sei. Mas se eles levaram a Julieta, é bem provável que encontraremos ela aqui.
- Será que vão nos matar? Questionou Juliano com medo.
- Eu espero que não, porém somos intrusos em uma terra desconhecida, somos como alienígenas para eles. Disse Raphael.
Após um certo tempo, chegaram em um lugar que parecia ser um reino, era possível ver várias casas, e no centro, uma grande casa que aparentava ser o aposento do rei daquela região.
- Isso só pode ser um conto de fadas. Eu não acredito no que estou vendo. Disse Juliano.
Raphael o beliscou novamente.
- Aí! Cara!
- Viu, você não está sonhando. Disse Raphael.
Conforme entraram na cidade, vários seres saiam de seus aposentos, para observar aqueles estranhos que estavam dentro da jaula, era nítido o olhar de preocupação de todos, diziam entre si: "quem são eles?",  "São os escolhidos?"
- Escolhidos? Disseram Raphael e Juliano ao mesmo tempo, olhando um para o outro.
Conforme os soldados seguiam, mais se aproximavam dos aposentos do rei, e cada vez mais Raphael e Juliano ficavam aflitos.
- Abram os portões! Disse o soldado da guarda
E os imensos portões se abriram e eles entraram.
- Levem eles para a prisão.
E assim foram levados até um quarto, onde as portas foram trancadas.
Olhando ao redor, Raphael disse:
- Isso não é uma prisão, é um quarto. Somos hóspedes ou prisioneiros? Só o tempo dirá.
- Eu tenho certeza de que a Julieta está por aqui. Disse Juliano, precisamos achar ela.
Então, foram até a porta e a tentaram abrir.
- Não adianta, a porta está trancada, mas tem uma janela ali, Disse Raphael.
Juliano foi até ela e olhou pela vidraça.
- Não dá pra sair por aqui, é muito alto, o melhor a se fazer no momento é esperar para ver o que vai acontecer.
- Não sei se seria a melhor ideia, porém não temos opção, só nos resta esperar para ver.
Os dois esperaram por um bom tempo, e a noite começava a timidamente tomar conta do espetáculo.
- Olha, aqui também anoitece, assim como na terra, que estranho, Disse Raphael.
- Porque estranho? Na terra também anoitece. Disse Juliano.
- Mas aqui é diferente, olha, tem alguns fragmentos de luz descendo do céu, o que é isso? E as nuvens são como lâmpadas de LED, é lindo e estranho ao mesmo tempo.
Após conversarem, a porta do quarto se abriu, e o guarda disse:
- Venham comigo, o príncipe quer falar com vocês.
Os dois olharam um para o outro, e foram até ele.









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