Com as roupas espalhadas pelo quarto, juntos na cama, o olhar, os pequenos toques, falam mais que palavras, ela deitada sobre o peito de Jhon em um silêncio, abrindo espaço para o medo, a insegurança, pois a realidade deles eram distintas, ele apareceu no momento errado da vida dela, ninguém sabia que existia uma Bruxa Branca, ela não havia decidido se iria aparecer para os outros ou iria ficar isolada na floresta, tendo uma vida sozinha.
Jhon: Eu não quero ir – Com a voz toda mole
Serena: Você precisa. - Ela se levantou, se enrolou numa coberta, começando a se trocar e jogou a calça nele.
Jhon percebeu que Serena estava com um olhar preocupante. Em silêncio, ele se levantou, vestiu suas roupas.
Jhon: Você é uma boa Bruxa Serena..Serena: Você é um bom homem Jhon, não o mais esperto.
Estava claro que era uma despedida, porém não foi calorosa, ela não queria isso, não agora, não nesse momento, prometeu pra ela mesmo que não iria se envolver com ninguém.
Com um beijo no rosto, ela se despediu e logo entrou. Jhon olhou para trás e tentou gravar ao máximo onde ela morava.
Jhon retorna ao Vale, recuperado, porém como se estivesse faltando algo. A irmandade recebeu de braças abertos, muita cerveja e comida foram consumido naquele dia.
James: Não sei como você sobreviveu filho, fiquei preocupado.É um alivio para meus olhos você estar vivo! Como conseguiu?
Jhon sabia que se falasse que uma bruxa tinha salvado sua vida, as coisas poderiam sair do controle.
Jhon: Não se iluda meu pai, eu tive apenas sorte, os Deuses estavam comigo – indo para seus aposentos.
James: Filho a festa é sua, não vai ficar? - Com a caneca de cerveja na mão.
Jhon: Estou cansado, só quero descansar.
James: Leve essa cerveja para te fazer companhia.
Orgulhoso James o abraça e volta para o grande salão.
Com a bebida na sua mão, seguiu para seu quarto, onde pela sacada puxou uma cadeira e começou a beber. Quando escuta um barulho na sua porta, era Varok.
Varok: Meu velho amigo, como é bom ter ver! – Animado ele disse e com um barril pequeno de cerveja.
Jhon: Meu irmão! Entre vamos sentar ali. - Numa mesa de madeira eles sentaram.Varok: Eu sabia que você estava vivo! Me sinto péssimo em saber que te abandonei... - Passando a mão no seu rosto e olhando para baixo.
Jhon: Não, você fez o que tinha que fazer, eu faria o mesmo. - Rindo ele disse.
Varok: Vamos brindar! – A vida!
Ergueram suas canecas lotadas com cerveja escorrendo para fora. Eles viraram.
Varok: Então o que aconteceu lá fora?
Jhon: Eu não sei se deveria contar, mais eu preciso dizer isso pra alguém e que bom que seja pra você.
Varok: Quer mais cerveja?
Jhon: Sim, vai ser uma longa história. -Colocando seu copo perto do barril.
Jhon: Eu me perdi, a neve caiu, a floresta começou a me engolir... de repente eu escutei uma voz bem estranha...
Era um bruxa, eu não a vi, apenas escutei e quando percebi ela lançou uma flecha tão rápida que não tive tempo de reação. Eu pensei que iria morrer, quando caminhei e caminhei e apaguei.
Varok: Como bruxas são sujas... covardia, isso sim! – revoltado e atento a história.
Jhon: Eu acordei num lugar estranho, e quando abri os olhos dei de cara com uma mulher!
Varok: Como isso cara? – Surpreso e concentrado.
Jhon: Eu não faço ideia amigo, provavelmente eu estava há mais de 1 dia na casa dela, minhas roupas foram trocadas, minha perna estava melhor e o veneno havia sumido.
Varok: Continua... - Bebendo, com seus olhos esbugalhados para Jhon.
Jhon: Ela era linda, eu fecho meus olhos e ela vem a minha mente, seu sorriso era incrível...
Varok: Que sorte a sua... ela é um tipo de curandeira?
Jhon: Não acho que seja sorte, sim ela é, porém é uma bruxa, as vezes é a vida mostrando que mesmo parecendo errado não significa que não seja real...
Varok: Ela é uma bruxa? - Levantando - Cara ela nem pode ter sido real, você sabe que bruxas criam ilusões, você pode ter enganado. O certo seria nos reuníamos nossos melhores soldados e ir confiscar lá.
Jhon: Não, ela me salvou cara, acredite, eu sei o que estou falando, ela é real... - Suas lembranças rodeando sua mente fazendo falar com um tom de leveza.
Varok: Ás vezes você quer que ela seja real, querer não é poder – disse preocupado.
Jhon: Por mais que você fale isso, eu sei que não vai acontecer mais nada, só estou tentando processar essa ideia, conviver com ela, tentar esquecer as pequenas lembranças...
Bocejando Varok se levanta.
Varok: Ainda bem que no final pense assim, jamais isso poderia existir! Boa noite meu amigo. Saindo dos aposentos de Jhon, deixando aquela conversa morrer ali.
Serena estava com conflitos internos, pois ela sabia que no fundo ela tinha gostado de ter passado aqueles dias com Jhon, mesmo sabendo que ele era um caçador.
Nas manhãs ela deixava a janela aberta na esperança de poder ver ele novamente.
Quando ela escuta um barulho vindo de sua porta , alguém estava batendo, seria Jhon? Ela não poderia negar esse pensamento por mais que evitava.
Entusiasmada ela abre a porta e...
Fauno: Olá pequena Serena. - Ele era grande, seus chifres escuros, seu tom de pele esverdeado, com umas plantas fazendo parte do seu corpo, suas pernas eram forte como de um cavalo.
Serena: O que você está fazendo aqui? - Nada amigável ela responde.
Fauno: Você pensa que eu não sei que um humano esteve aqui, eu ainda sinto o cheiro dele... - Cheirando o lugar e olhando como se procurasse algo. Entrando na casa com as mãos para trás.
Fauno: Eu tenho olhos na floresta, esqueceu?
Serena: Não esqueci, não sei o que você está falando.
Fauno: Não pense porque eu te achei e criei, que vou te poupar disso! Sabe que temos um plano maior, sua hora está chegando, as irmãs estão ficando velhas, fracas! - Com um tom abusivo o Fauno insistiu.
Fauno: O que você fez foi errado! Agora quem vai dar um jeito nisso é você! Eu quero aquele humano morto, pois se ele resolver voltar com outros caçadores pra cá, as coisas podem sair do controle!
Serena: Você quer que eu o mate? Você mesmo disse que as irmãs estão fracas... sendo assim eu mesmo possa matar elas e assumir o lugar delas e lutar pelas trevas! Não vai ser um pequeno grupo de humanos que vão me vencer... por isso não me preocupei.
Fauno: Se você não for atrás dele, eu vou! E eu sinto que você não iria querer isso?!
Serena não consegue responder, ela sabia que o Fauno sentia os seus sentimentos.
Fauno: Foi o que pensei, você sabe o que fazer. - Satisfeito.
Serena sabia que ela não poderia desobedecer, ela não estava forte o suficiente para enfrentar um fauno, ainda mais no patamar dele. O que diferenciava Serena de outras bruxas, do poder delas, é a magia branca, o poder de cura, por mais que as demais consigam curar, não é eficaz, tem um prazo de vida, as vezes esse prazo são horas ou dias, apenas isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Última Bruxa
RomanceNa idade média a luta pela sobrevivência é diária, a bruxaria cresce e as pessoas estão cada vez mais mais sem esperança. A Irmandade é a única resistência contra as trevas, duas pessoas distintas se apaixonam, será que o amor irá florescer? Quem va...