02. Inconstância

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Duas semanas depois desde sua visita ao médico, Jeongguk tinha sido aconselhado a ficar no quarto. Ele obedeceu aquelas palavras sem problemas, ainda aéreo a tudo.

Jimin não permanecia no dormitório com ele, fazendo os trabalhos que surgiam pelos dois. Então, o único que restava para fazer companhia era Min Yoongi, com seus característicos óculos e livro na mão.

Eles não conversavam muito, mas podiam entender o mesmo sentimento que compartilhavam. Estes que pareciam cada vez mais difíceis de serem expressados. Se aqueles testes continuassem, não demoraria para que não sentissem nada.

Ainda era estranho não lembrar corretamente de nada do que aconteceu antes, e ninguém tinha permissão para contar a ele. Por que tinha acordado na cama daquela sala branca, onde tantas coisas eram realizadas sem eles entenderam o que era?

Grunhiu, batendo o pulso contra a parede ao lado da cama. Só sentia que não tinha perdido tudo porque foi permitido que sua irmã o visitasse. Já mal conseguia controlar aquela sensação de impotência que cercava seu corpo em um abraço fatal.

- Não fique tão tenso. Isso não vai te ajudar a saber de algo. - Yoongi murmurou, e Jeon olhou para ele, deitado sobre a beliche de cima. O som da página do livro sendo virada foi o único no cômodo por longos segundos, até que duas batidas fossem ouvidas na porta, olhos caindo sobre ela quando Hoseok adentrou o local.

- Se arrume, em vinte minutos venho buscá-lo. Kim Namjoon quer conhecê-lo pessoalmente.

Jeongguk arregalou os olhos, surpreso. Sua situação era tão crítica ao ponto de ter que ver o chefe de toda a corporação?! Deixou seus pensamentos preocupados de lado antes de assentir, fitando o homem sumir ao fechar a porta.

Suas mãos caíram no rosto, pressionando-o enquanto respirava profundamente.

- Por que não posso saber? Eu fiz alguma coisa tão ruim assim? - a pergunta foi jogada no ar, e Yoongi se sentiu um pouco triste pela situação do amigo.

- Não acho que seja ruim.

- Por que você acha isso? - a pergunta saiu abafada pelas mãos.

- Eu não sei. Ninguém sabe. Jimin e Hoseok não falaram nada, e acho que foram obrigados a ficarem em silêncio. Então não sei o que aconteceu na noite que a ponte principal da cidade foi destruída.

- A ponte... - Jeongguk tirou as mãos do rosto, olhando para qualquer canto sem foco. Sua mente trabalhava para lembrar sobre o acontecimento, mas nada além de uma ponte sendo construída devido terem a destruído surge em sua mente. Que bagunça. Ele odiava aquela incapacidade.

Como não tinha escolhas, apenas arrumou-se como foi solicitado. Hoseok apareceu para buscá-lo depois, levando-o em direção a sala de controle.

Seus olhos percorreram sem grande curiosidade pelas várias mesas com seus computadores e usuários, dando atenção ao final de uma das fileiras dos aparelhos, para onde Hoseok o conduzia.

Havia um homem mais alto que ele, cabelos pretos e óculos no rosto, totalmente engravatado. Ao seu lado, Jeongguk reconheceu Seokjin, um dos informantes daquela sala. Tinha certeza de que ele já havia dado informações erradas para si, mas não lembrava o assunto corretamente. Algo com o número de mafiosos incorreto.

- Aqui está ele. - Hoseok anunciou, e Jeongguk viu Namjoon fitá-lo com curiosidade antes de abrir um largo sorriso, oferecendo a mão em cumprimento.

- Jeongguk, certo? Ouvi muito sobre você. - ele continuou com o sorriso, e Jeon apertou sua mão em retorno.

Só tinha visto Kim Namjoon, o líder do Serviço de Bem Estar Social uma única vez e foi quando o trouxeram para trabalhar na polícia. Desde então, nunca mais.

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