Capítulo 6

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Leone


Eu estava arrasado. Ver Cléo com outro homem foi o fim para mim. E depois que fui rejeitado de novo por ela, eu percebi que não tinha mais chance de tê-la de volta. Eu a perdi. Perdi a mulher que amava para sempre. E isso era doloroso.

Nunca pensei que ela estivesse de verdade seguindo a vida como me disse outro dia. Eu achava que aquilo era uma conversa boba, por conta de que ela ainda estava magoada comigo. Cléo achava que eu tinha ficado do lado da Ariane. Não importasse quantas vezes eu tentasse me explicar. Ela não queria me ouvir.

Enfrentar a vida não estava sendo nada fácil. Todos os dias eu chegava à empresa e olhava para a mesa que Cléo ocupava. Era loucura, mas eu a via sentada, sorrindo para mim. Quando eu piscava os olhos, não era Cléo que estava lá e sim Ariane. A loura abria o maior sorriso quando me via. Eu desviava o olhar e passava por ela como um foguete. Ter Ariane ocupando o lugar que era de direito da Cléo, acabava comigo. Tudo corroborava para me deixar angustiado e sem esperança.

Tentei contado de novo com Cléo, mas foi em vão. Ela não me respondia, nem por ligação, nem por mensagem. Isso acabava comigo. Para tentar dissipar essa onda que me devastava, eu mergulhei no trabalho. Chegava a ficar até tarde da noite na firma e levava trabalho extra para casa. Eu precisava ocupar minha mente e os negócios eram a única saída.

Eu estava acomodado em minha cadeira, pensando nos compromissos do dia, quando Ariane disse que Carlos Augusto queria me ver. Pedi a ela que era para ele entrar. O que será que o amigo da Cléo queria comigo?

— Boa tarde, Leone. Desculpe atrapalhar... — falou entrando e fechando a porta.

— Oi, Kako. Você não atrapalha. Senta aí! — Apontei para a cadeira. Ele se acomodou. — Você queria falar comigo?

— Sim... Eu tenho novidades sobre aquele caso. — Franzi o cenho e ele completou: — Sobre o projeto do concurso interno.

— Ah! Sim! O projeto! Que novidades você tem? — perguntei me aproximando e apoiando os braços sobre a mesa.

— Você me deu carta branca para descobrir se houve ou não irregularidades na segunda fase do concurso interno, né?

— Sim. Dei sim! Você descobriu alguma coisa? — Eu estava ansioso.

— Eu descobri tudo! E está tudo aqui. — Ele me entregou uma pasta de documentos e um pen drive.

Comecei a ler a papelada e fiquei apavorado. Meus olhos cresceram e não acreditava no que eu lia.

— Kako, isso é verdade? — Desviei os olhos dos papéis e o encarei.

— Tudinho! No pen drive tem a gravação do rapaz da empresa de T.I. Ele confessa que ajudou Ariane em troca de dinheiro.

— Desgraçada! Pilantra! — bradei enfurecido. — Conte tudo, Kako. Quero saber de tudo!

— Leone, desde o início Ariane deixou clara a intenção dela em prejudicar Cléo. Quando ela viu que o potencial da Cléo em ganhar o concurso era enorme, ela começou a agir. Ariane sabia que o projeto dela não era bom o suficiente para vencer a segunda etapa, então, ela começou a armar uma estratégia — ele começou a explicar. — Com a ajuda de Bernardo, eles conseguiram criar uma pane nos computadores da empresa. Você lembra-se da pane que deu na rede de computadores que afetou toda a firma?

— Sim, eu lembro.

— Pois bem, Ariane e Bernardo agiram juntos. Eles chamaram uma empresa de T.I. para resolver o problema e subornaram um dos rapazes para hackear o computador da Cléo. Dessa forma, Ariane conseguiu plagiar o projeto, sem deixar rastros. Ela deletou todos os arquivos de Cléo, não deixou nem uma pista, e assim, apresentou o projeto como se fosse dela. Por isso, que você foi enganado, a banca de examinadores e todos. Ariane roubou o projeto da Cléo. — Ele suspirou e acrescentou: — Ah, antes que eu me esqueça, Ariane e Bernardo tem um caso faz tempo. Eles transam no banheiro da empresa.

Manual de um cafajeste - regras de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora