A Casa Estranha.

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Oi o meu nome é Silvia e eu sou de Portugal.
O caso que eu vou contar foi-me relatado pela minha mãe, pois quando aconteceu eu ainda era muito pequena (3 ou 4 anos de idade) e por isso não lembro. O que eu sei é que sempre coisas estranhas acontecem comigo.

Quando eu era pequena, dormia num quarto que ficava logo do lado do de meus pais. Certa noite a minha mãe acordou comigo chorando, quando foi ver o que estava acontecendo ela me encontrou sentada na cama chorando... mas a dormir profundamente.(nunca fui sonâmbula na vida). Quando a minha mãe perguntou por que eu chorava, eu acordei e meio grogue de sono disse que "O avô Florindo queria que eu fosse com ele". E dito isso eu deitava pro lado e dormia. A minha mãe tomou o maior susto, pois o avô florindo era o meu avô paterno e ele havia morrido quando o meu pai ainda tinha apenas 3 anos de idade. Como a minha avó paterna voltou a se casar poucos anos depois disso, nunca ninguém me tinha falado do tal avô florindo, até porque eu era bem pequena para que fosseM tocar nesse assunto comigo.

A minha mãe achou aquilo estranho, mas pensou que minha avó tivesse comentado qualquer coisa comigo acerca dele e esqueceu o assunto pensando que no dia seguinte iria perguntar a minha avó por que ela tinha falado do avô Florindo pra mim. O caso começou a mexer mais com a minha mãe, quando ela falou com a minha avó e ela falou que não tinha falado nunca comigo acerca de meu avô FLorindo. A minha mãe perguntou pra toda a família... ninguém tinha-me falado do meu avô florindo... Então, se ninguém me havia falado do avô florindo, como eu poderia falar dele?! Muitas outras noites a minha mãe acordou comigo chorando, e sempre que ela chegava no quarto eu estava sentada na cama, chorando.. mas sempre dormindo. Ela tinha que dar um abanão bem forte em mim para eu acordar, dai quando ela perguntava o motivo do meu choro eu dizia sempre: "O avô Florindo quer que eu vá com ele". Mas quando ela me perguntava como eu sabia do tal avô.. eu não sabia responder. Havia noites em que eu tava tão grogue de sono que nem respondia á pergunta da minha mãe, voltava pro lado e dormia.

Á mais ou menos 5 anos agente se mudou para uma vivenda que meu pai fez unicamente pra nós. Desde que nos mudamos que eu sempre senti que aquela casa era estranha, não sei dizer como.. mas era estranha, tinha qualquer coisa diferente nela. A minha mãe não ligava e ainda gozava comigo, dizendo que era tudo coisa da minha imaginação. Mas o que é certo é que ela teve de dar a mão á palmatória, quando coisas esquisitas começaram a acontecer e ela não teve uma razão lógica para lhes atribuir.

Uma noite estávamos os três a jantar quando as bocas do fogão lá de casa (que é eléctrico, logo basta carregar no botão e girar para que as bocas se acendam sem precisar de isqueiro ou fósforo) começaram a se acender, mas apenas a faísca, não o lume, sem que ninguém estivesse mexendo em botão algum. Tivemos de desligar o fogão do quadro de electricidade.

Noutra noite foi o aparelho que agente tem para tirar a umidade das divisões das casas de banho, que começou a funcionar sozinho, bem na nossa frente, quando fomos desligar ele da tomada, pois ele não parava de jeito nenhum... ele nem tava ligado na tomada, e aquela coisa não tem bateria alguma. Meus pais ficaram de olhos esbugalhados olhando o aparelho a funcionar.. até que ele parou.

Á cerca de 2 anos começaram a aparecer mãos marcadas nas paredes lá de casa, e quem levou o sermão fui eu. A minha mãe achava que era eu que era descuidada e colocava as mãos na parede, e portanto era eu que tinha de ir limpar. Eu achei estranho, mas mesmo barafustando fui, quando cheguei perto da parede e coloquei a minha mão por cima da que tava marcada na parede (para confirmar se era mesmo as minhas mãos marcadas na parede) .... esta outra era muito mais pequena do que a minha, mais parecia mão de criança... mas não havia crianças pequenas na família para além de meu priminho e mesmo que alguma outra criança fosse a minha casa nunca alcançaria tão alto a parede, tendo em conta o tamanho da marca (o meu primo, hoje com 4 anos, não passava de um bebê de colo com 2 meses nessa altura) mas eu achei que não valia a pena argumentar com a minha mãe e por isso limpei de uma vez e não liguei mais pro assunto. Mas, mais marcas surgiram, agora no meu quarto por cima da minha cama, e mais uma vez eu voltei a limpar antes que a mãe visse e me desse outro sermão. Eu tinha a certeza absoluta de que aquelas marcas não eram minhas.

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