Capítulo 24

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5387 palavras - Arco viagem

Por Edan

Risos, risos e mais risos, alguém falando uma besteira, normalmente Tamires ou Leandro, e todos riem. Alguém falando de começar a cantar, uma cantoria desafinada iniciada pela Raquel onde todos a seguem, e então mais risos. Uma piada, ou algum comentário aleatório vindos de Tamires, e novamente todos acabam rindo mais ainda. Acho que toda essa bagunça que eles estão fazendo pode ser tranquilamente ouvida por todos os carros que passam por nós.

Desde que entrei nesta van, a pelo menos umas três horas atrás, todo mundo está se soltando muito mais do que eu poderia imaginar ver algum dia. Já eu, sequer falei um mínimo 'A' que seja desde que entrei. Só encostei na janela, cruzei os braços e não me mexi mais, todo o tempo tudo que fiz foi assistir a estrada passando, os carros, toda a paisagem arborizada, as várias terras de plantação e os campos abertos da área rural, ver tudo isso me fez pensar que o máximo de civilização possível por aqui são nas paradas da estrada ou as poucas casas isoladas que vejo ao longe. Olho para o céu, está um dia de sol e muitas nuvens, algo que eu posso chamar tranquilamente de um dia mediano. Não é ruim, mas longe de ser um dia bom... Aliás, qual foi a última vez que um dia foi bom para mim?

Sinto algo leve tocando minha perna, percebo ser apenas Carol, que está fazendo sua blusa como coberta e se ajeitando no banco, mas ainda focada na bagunça. A dizer pelo seu rosto, posso afirmar como ela deve estar cansada, ou no mínimo entediada por tanto tempo na estrada, e tudo que está falando é para tentar se manter entretida, ou talvez minimamente acordada. Eu não tenho muito a dizer, acho que dentre todos nós, a Carol é quem tem mais dificuldade em se manter quieta no mesmo lugar por muito tempo. Fazer isso por sei lá quantas horas em uma van de viagem deve ser um desafio e tanto para ela. Assisto ela terminar de se ajeitar no banco, e então encostando a cabeça e fechando seus olhos. Acaba sendo diferente ver ela tentando dormir em um lugar que não seja minha cama. Olhar ela me faz pensar em como Carol consegue ser bonita e ter um tipo de charme mesmo dormindo, seja olhando no seu rosto calmo ou na maneira como se veste. Tanta convivência com ela acabaram mudando parte da visão que tenho sobre ela, dizer que não gosto ou que tolero ela é um exagero, acho que gosto mesmo de ter a Carol por perto... Mas também, não passa disso.

Volto meu olhar para a estrada, pensando em quanto tempo ainda levaremos até chegar. Acho que acabarei fazendo o mesmo que Carol.

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Desperto de repente, no exato momento em que a Van para de se mover e é desligada. Pisco algumas vezes, tentando despertar de algum jeito, tentando deixar minha visão menos embaçada. Olho para Carol, ela está se espreguiçando ao meu lado, pelo jeito acabou de acordar também. Nisso eu olho na direção da janela, e finalmente percebo que já está bem escuro do lado de fora, a ponto de eu não enxergar direito o que tem em volta, acho que descobrirei só de manhã. Não tenho nem ideia de quanto tempo passamos na estrada, mas tenho a resposta assim que pego meu celular. Já são quase 19h... Nossa... Ficamos praticamente sete horas viajando?

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