Capítulo 10

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6676 palavras - Arco amigos e família

Sábado de manhã, Edan está largado no sofá, acordado bem antes do que poderia desejar. Havia dormido muito mal a noite anterior, e ainda acordou muito cedo. Seu corpo praguejava por ter acordado tão cedo. Tinha tanta coisa para fazer no dia, que o faziam resmungar só de pensar. Com o pouco de vontade que tinha, se forçou em levantar da cama, abriu todas as janelas da casa, e começou por arrumar a sala.

Começou dobrando suas cobertas e levando a seu quarto, deixou-as de qualquer jeito sobre a cama e saiu, trancando a porta. Olhou para a sala, vendo melhor o estado sujo do ambiente. Copos espalhados na mesa de centro, alguns pratos sobre o móvel da televisão, sacolas plásticas e alguns pacotes vazios de bolacha e lanches ridiculamente empurrados entre as costas do sofá com a parede, e uma fina camada de poeira sobre cada um dos móveis. Viu quanto trabalho tinha, e pensava quando a sala ficou naquele estado.

Enquanto recolhia os vários copos e os pratos largados pelo cômodo, pensou no dia que foi com os amigos na lanchonete, mais especificamente no lanche que comeu. Já pensou tanto nos amigos que, por ideia própria, não tinha mais o que pensar sem ficar cansado. Não se sentia com vontade de pensar muito, especialmente em algo que envolvia qualquer um de seus amigos. Sentia como se estivesse se corroendo por dentro, apenas por pensar nisso, mas Edan mesmo sequer entendia o motivo disso.

Pegou uma vassoura, varreu correndo a sala de casa, da forma mais eficaz que poderia tentar conseguir. Cada um dos vários lixos espalhados pelo cômodo foram localizados de forma estratégica, sendo reunidos próximo a porta da sala e recolhidos. Logo em seguida a cozinha, cuidando de toda a louça suja empilhada sobre a pia, ao mesmo tempo que olhava para o chão com algumas manchas. Agilizou a cozinha, tentando ao máximo misturar velocidade com eficiência para não perder tempo, e dessa maneira seguiu pelos demais cômodos da casa. Fazia com pressa, porém com o máximo de concentração que podia para não perder um único segundo. Nada conseguia tirar seu foco.

Correu novamente na cozinha, viu o que tinha nos armários. Não era exatamente muito, nem o mais saudável, mas julgou ser o suficiente. Foi no quintal atrás de casa, pegando um rodo e um pano, alcançou um produto de limpeza no armário embaixo da pia e lançou uma quantidade no pano e no chão, usando para limpar a cozinha, sala e corredor. Esperou impacientemente até o piso secar, entrando novamente e correndo em direção ao quarto de seus pais, conferindo se estava trancado. Pensando no que estava faltando, ouve a campainha tocando.

- Mas já chegaram? – reclama, pegando sua chave e indo abrir.

Atravessou o quintal sem pensar e abriu o portão. Na frente de todos, carregando um olhar e sorriso de arrogância, lá estava uma mulher de cerca de 40 anos, com maquiagens leves, de cabelo castanho e liso, lentes verdes escura nos olhos, ostentando roupas caras, que mostrar muito do corpo bem curvado, joias extravagantes e uma bolsa que julgou ser mais cara que um carro. Sua tia Clarice.

- Não vai dar oi para a titia pequeno Edan? – Ela diz em deboche.

- Oi! – Responde de forma seca – Agora pare de me fazer perder tempo. Entre e faça logo o que veio fazer! – Disse abrindo espaço.

- Perder seu tempo? Você usa seu tempo pra alguma coisa? – A mulher passa, empurrando o rapaz de forma bruta. – Aliás, está perdendo a pouca educação que seus pais foram capazes de dar?

Ouvir tais palavras fazia Edan apertar os dentes e bufar de irritação – De jeito nenhum... Só não vejo necessidade em ser educado com alguém como você.

A mulher faz um som de deboche com a boca, e então começa a rir – Sabe que te odeio né, fedelho de merda?

- O sentimento é mútuo! – retrucou.

Rosas GêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora