Capítulo 5

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4940 palavras - Arco Edan

Segunda-feira, um dia muito mais frio que de costume. Foi uma surpresa para todos, que estavam encarando os dias quentes da última semana com grande deleite, e precisar resgatar casacos e blusas do fundo do guarda-roupa de uma vez não estava nos planos da maioria das pessoas. Além do frio que recaia nesse inicio de semana, durante a noite anterior também havia caido uma pesada tempestade, o que tornou o clima nublado e úmido na manhã seguinte, a luz do sol não dava sinais de que apareceria em algum momento, o que chegava próximo de agradar a Edan. Durante o intervalo das aulas, o rapaz estava junto de Raquel, refugiados embaixo de uma arvore bem próxima a quadra, estavam sentados em largos blocos de concreto colocados estrategicamente em volta da arvore para simular um banco improvisado, estavam comendo alguns pães de queijo que sua colega havia insistido em comprar na cantina.

- Como assim não desenhou mais? – Raquel perguntava, quase segurando o riso.

- Não é que não desenhei... É que não tive tempo... Nem inspiração.

- Não teve tempo... – diz colocando a mão na testa – Era domingo, e se em uma segunda você não faz nada o dia inteiro, imagina domingo... Não conseguiu inventar uma desculpa melhor?

- No domingo acabei limpando a casa bem cedo. – Se defendeu, fazendo Raquel considerar o que Edan acabou de dizer a primeiro momento, mas logo ela muda a expressão, percebendo a tentativa de enganação do rapaz.

Dando um golpe no braço do colega, Raquel rebate – Mentira! Você não pegou na vassoura em nenhum momento que estivemos lá, e fomos embora depois das cinco horas da tarde.

Revirando o olhar, Edan então diz em uma nova tentativa de se justificar – Precisei trocar uma tomada queimada...

- Você mente muito mal. – Ela caçoa vendo todas as vãs tentativas de Edan para engana-la.

- Lembra que eu disse que estava sem inspiração? – Ele indaga, revirando seus olhos para sua sequência de falhas. – Então, eu ainda estou desse jeito.

Agora com um olhar paciente, apoiando o rosto sobre a mão, Raquel continua – Você sabe que pode falar a verdade comigo sem se preocupar.

Ele assentiu, balançando a cabeça afirmativamente – Então sendo verdadeiro, eu não tive tempo... E nem inspiração. – Insistiu na mesma resposta.

Raquel ri com a resposta, tirando uma mecha de cabelo que caia sobre seu rosto – Tudo bem, vou considerar como uma resposta válida. Mas você vai precisar pensar em algo melhor quando a Anne te perguntar sobre isso.

- Ah sim, a louca que ficou me perguntando se eu fiz algo no fim de semana. – Edan bufa com sua própria resposta. Ele bate a mão na perna algumas vezes de forma impaciente, e então continua a falar – Não sei por que ela está fazendo tudo isso.

Raquel pensa antes de responder, enquanto leva sua mão ao queixo. – Você está sendo um pouco ingrato.

- Que? Não é ingratidão. – Diz, balançando a cabeça negativamente. – Eu não quero fazer uma coisa que ta na cara que não vai dar em nada. Eu não entendo. O que ela ganha com isso? Por que ela se importa tanto?

Raquel encara o amigo. Ela pensa um pouco, abre a boca para falar algo, mas desiste na primeira tentativa. Ela então começa a dizer – Ah Edan... – a garota então desiste de falar e se encosta na arvore, claramente incomodada com alguma coisa.

- O que? – Pergunta, erguendo uma sobrancelha.

- Bem... Por acaso você... Não, não. Só esqueça. Não é nada – comenta, sacudindo a cabeça, causando certa estranheza em Edan.

Rosas GêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora