Buenos dias mis amores.
Este jardim está cheio, de solidão florescente eu me amarrei a este castelo de areia cheio de espinhos.
Lucas Cassano.
Observo o garotinho dormir pacificamente nas minhas pernas, como um anjinho. Recebi um e-mail do meu querido papai pedindo dinheiro em troca do próprio filho. Ele realmente foi convincente ao enviar fotos do menino maltratado. Meu sangue ferve ao lembrar do homem que foi o progenitor de esperma, não nosso pai, o ódio queima pelas minhas veias, se espalhando como um veneno em meu sistema, furiosamente. Quero destruí-lo sem piedade. Sua morte será lenta e excruciante. Ele vai pagar por tudo que fez. Vincenzo e eu vamos matá-lo com nossas próprias mãos assim que o pegarmos. Não será rápido, nem limpo, e sim doloroso, devagar é agoniante. Vou saborear cada segundo dos seus gritos e lamentos.
Não estava muito interessado em matá-lo agora, certo de que em algum momento eu teria que fazê-lo, mas agora quero me banhar no seu sangue imundo. O garotinho remexe as mãozinhas inquieto em seu sonho.
— Como ele está? — Meu irmão questiona encarando o menino sobre as minhas pernas.
Sua barriga está cheia de queimaduras causadas por charutos e cigarros. O filho da puta que fez isso merece a morte.
— Bem. O médico disse que ele ficará bem. Está apenas desnutrido —explico sem tirar os olhos do meu irmãozinho.
Fiz o teste de DNA para ter certeza se temos o mesmo sangue, apesar de que isto não tem a menor importância, pois família é escolha.
Vincenzo sentou-se ao meu lado e passou os dedos pelo pezinho pequeno e magro do garotinho. Ainda não escolhemos um nome, já que não queremos escolher qualquer um, não que pensamos em escolher um nome com um significado profundo.
— O que vamos fazer? — Vincenzo pergunta enquanto acaricia a barriga do nosso irmão.
Levanto a cabeça, encontrando seus olhos sobre mim. As coisas vão ser complicadas de agora em diante. Ter uma criança para cuidar é difícil. Sem contar que nunca cuidamos de uma. A Camorra consome muito meu tempo, gosto de estar por dentro dos mínimos detalhes, se ficar preguiçoso, me torno fraco e no primeiro ataque perco tudo que levei anos para construir.
— Primeiramente vamos tomar conta do menino, e quando as coisas estiverem mais calmas, você vai encontrar aquele maldito e iremos matá-lo juntos — falo calmamente, mesmo que meu corpo esteja cheio de ódio. Quase não consigo me segurar.
Ele balança a cabeça, em entendimento. Esperamos tempo demais para matar nosso pai, no entanto, esse tempo acabou. Vamos colocar um ponto final na existência patética dele.
— Vamos fazer isto sem pressa. Não podemos deixar esse filho da puta e aquela vadia se safarem, não desta vez.
Trocamos um olhar. Apenas nós sabemos o que passamos nas mãos daquele monstro, ele tem tanta maldade e reversa a perversidade para os fracos que não podem se defender dele. Eu era uma destas pessoas, fraco, hoje sou o pior pesadelo dele e dos meus inimigos. Papai só age com crueldade com quem devia proteger, e foi esta crueldade que moldou Vincenzo e eu nos homens que somos hoje, somos o reflexo das suas ações.
— Faremos isso.
Vincenzo é o melhor rastreador da Camorra. O velho pode ser esperto, mas nos tornamos extremamente perigosos e somos uma unidade. Não importa o que aconteça, vamos sempre vencer. Estamos vigiando-o de perto há anos, e a cada passo que ele dá, nós sabemos, porém, dessa vez o homem desapareceu por pelo menos uma semana, o que não é muito tempo.
— Oh! Foda-se! Vou pegá-lo. — Vincenzo garante e me encara com ferocidade. — O que vamos fazer com o bebê? — Reformula a pergunta.
A preocupação estampada no seu rosto reflete a minha inquietação. Não gostamos de pessoas estranhas em nossa casa. Somos apenas nós dois, e ocasionalmente faxineiros e algumas prostitutas. Quando não temos tempo para conquistar alguém de fora da máfia, fodemos as putas mesmo.
— Vamos cuidar dele — afirmo. Vincenzo me fita como se eu estivesse louco. Não vou mandar o menino para um orfanato, sendo que ele tem uma família.
— Isso não será uma tarefa fácil. Como vamos cuidar dele? Não temos experiência com nenhuma criança — murmura preocupado.
O garoto é um Davenport agora. A única coisa que sei é que não vou entregá-lo para uma babá cuidar. Claro que terei alguém para nos ajudar no início, mas isto é tudo.
— E não vamos deixá-lo com uma empregada — continuo encarando o neném.
Passamos a vida toda sendo cuidado por empregadas, pois nossa mãe estava ferida demais para poder nos dar atenção e nosso pai tentávamos passar despercebido para não chamar sua atenção para nós.
— Você tem razão. — Vincenzo concorda.
— Que nome vamos dar para ele? — Vincenzo passa as pontas dos dedos na bochecha do pequeno. Penso em vários nomes, mas o único que acho interessante e que combina com ele é Romero.
— Romero — digo em voz alta olhando a criança adormecida nas minhas pernas. Há quanto tempo ele não dorme assim em paz?
— Eu gostei.
Desde o início, sempre fomos apenas os dois contra o mundo, e agora somos nós e o pequeno Romero.
— Amanhã as coisas deste pequeno estarão aqui. Contratei uma empresa para arrumar um dos quartos na minha ala — aviso, ajeitando Romero em meus braços. Tão pequeno e frágil!
— Tudo bem. Vou sair e comprar algumas coisas necessárias para uma criança até amanhã — sai apressadamente.
Subo as escadas, indo para meu quarto, e coloco Romero na cama, vagarosamente, para não acordá-lo. Deposito com cuidado travesseiros em sua volta, para o caso dele chegar a rolar na cama, porém ele é muito pequeno para conseguir sair do lugar.
— Bem-vindo à sua nova vida, pequeno Romero! — saúdo e entro no banheiro.
Suas roupas são surradas e desgastadas. Nada apropriado para uma criança.
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Meu Capo Degustação
RomanceSinopse. Anny Sofia, vinte e dois anos de idade, acaba de forma-se em direito. Batalhadora, sempre lutando para viver do melhor com seu próprio dinheiro e suas próprias conquistas, e mesmo sendo órfã, se tornou uma mulher forte e determinada, que lu...