Um Cara Novo na Cidade

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Abri os olhos. Estava numa cama hospitalar. Como vim parar aqui? Ai que fome. De repente ouvi uma voz, que me gerou calafrios me fazendo lembrar de tudo o que tinha acontecido até meu apagão.A voz :

- Ariana? Esse é seu nome certo?

Fiquei quieta, essa voz não me era familiar. Mas como ele sabia meu nome? E melhor, quem era ele?  Me faltaram forças para levantar a cabeça. Pela primeira vez tive medo. Nesse meio tempo, lembrei-me da história de um livro que li na infância, do Sr. Dono do inferno, e como eu idealizei o filho dele. A personificação era o cara que vi. Minha pressão caiu novamente, e antes que eu pudesse dizer algo. Tudo se apagou.

Acordei novamente.

Dessa vez havia um rosto me olhando, aquele mesmo cara, o que havia chamado meu nome. 

- Ariana? - Chamou-me interrompendo meus pensamentos.

Novamente não respondi, estava perdida. Perdida no brilho de seus olhos que refletiam o sol e brilhavam, de uma maneira tão perfei...

- Ariana? Consegue me ouvir?

- Co-co-consigo. - Minha voz tremula deixou transparecer meus sentimentos sobre a situação.

-Oi, você teve um apagão, se sente melhor?

- Quem é você?

- E... aí eu te trouxe para o Hospital São...

- Tá, e quem é você?

-Okay, se insiste. Meu nome é Léo , sou novo na cidade. Inicio na escola EAPeC amanhã.

Ele iria para a minha escola. A M-I-N-H-A. Como ele conseguiu uma vaga tão rápido? Eu mesma esperei meses na fila de espera, mesmo sendo a aluna de maior QI no meu estado. Mas sorri.

- Prazer, como você já sabe, meu nome é Ariana. Estou há um mês na EAPeC. Honrada em conhecê-lo.

-Calma, não precisa transformar tudo isso numa conversa formal, eu sei que lá tem regras rígidas com alunos, dentro e fora do colégio; mas como tecnicamente não estamos lá. Ainda podemos ser "normais". Além disso, descanse Ariana, amanhã será um dia longo.

Não entendi o que ele quis dizer, mas fui tomada por um sono incontrolável, o qual me entreguei.

Quando acordei, perguntei ao médico se havia entrado ou saído alguém do quarto, com exceção da equipe médica, o mesmo respondeu negativamente.

Fui à secretaria saber quem deu abertura na minha ficha, e mais um vez o nome era desconhecido.

O único detalhe que não me era estranho, era meus pais já terem pago todos os encargos. Então fui para casa. 

O barulho do eco, me incomodava. Meus pais quase nunca estavam lá. Entrei no quarto e em meio a confusão da minha mente e a música de fundo que havia colocado. Adormeci. Tive pesadelos.

Acordei com a luz do sol entrando nos entremeios da persiana. Acordei mal humorada. Abri a janela, e me veio na cabeça o dia anterior, novamente arrepiei, mas espantei os pensamentos da minha cabeça.

EAPeC, tenho que focar, essa é a escola dos meus sonhos, tenho que focar para me manter dentro dela. 

Penteei meus cabelos cacheados que iam até metade das minhas costas. Passei um bluch leve, para acentuar minha pele, rímel e ah... ainda falta algo... sim, o óculos. Ainda eram 6h40 da manhã, vesti meu uniforme, cinza, saia e camisa... que por incrível que pareça caía bem em mim. Agora era a hora do meu terror, meião e sapatilha. Pronto! 

Dei uma ultima olhada, tentei abrir um sorriso. Não rolou.

Novamente não havia ninguém em casa, pedi ao motorista que me deixasse na casa da  Vivian para irmos juntas. Até que na rua, vi o Léo, e o mesmo me encarou, de uma forma tão profunda... como se soubesse o que eu estava pensando.

Me perdi olhando a linha do asfalto, e depois lembrei que o vidro era preto pelo lado de fora, não tinha possibilidade nenhuma de ele saber que era eu. Mas, por quê?... Ah deve ter sido engano. Cheguei na casa da Vivian.

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