Mandei uma mensagem para ela. Nenhuma resposta. Bom, acho que terei que ir andando mesmo. Parecia que estava caminhando rumo a escuridão, o céu estava se preparando para uma tremenda tempestade. Finalmente cheguei ao EAPeC, a escola estava particularmente vazia. Não entendo como as pessoas são capazes de faltar simplesmente por causa do aviso de uma tempestade.
Entrei na sala 12. Aula de Astronomia geral. Esse assunto me causa um pouco de tédio, afinal, não há quase nada que eu já não saiba. Haviam 6 alunos na sala. Mas um me deixou mais encabulada. Léo estava lá. No mesmo nível que eu!
PS: A EAPeC, ( Escola de Aplicações em Pesquisa e Cultura - o nome, nada mais é que uma fachada.) é uma Escola para adolescentes super dotados, só os melhores dos melhores entram aqui. Aí você pode me perguntar: Qual a necessidade de ter uma escola assim?
A questão é que o Brasil entrou numa crise tão profunda, que fez-se necessário um investimento único em um projeto que realmente desse retorno, mas que houvesse o mínimo de corrupção. Eles te procuram, e fazem uma entrevista com você. Logo após, seus pais ganham uma oferta de emprego irrecusável no exterior, então acabamos "sozinhos". Tudo que temos é um ao outro. E nosso contato com o exterior se resume a conversas curtas e cordiais pelas regras do colégio, e mais, se quebrarmos uma regra seremos exilados- até hoje só se tem notícia de uma única pessoa que foi. Thalia, que Deus a tenha.
O mais inegociável são as regras, são malucas, mas garantem nossa riqueza.
Voltando a sala de aula...
Olhei pela janela a chuva estava forte, eu ainda me perguntava o que havia acontecido com Vivian. Quando de repente, Léo me puxou pelo pulso. Dei uma visão geral da sala, ninguém tinha prestado atenção. Ele continuou a me puxar e puxar. Até chegarmos ao sótão. Tudo estava organizado, havia almofadas no chão e velas em volta. Seria romântico se não fosse tão sombrio.
Léo ordenou:
-Deite-se!
Senti um arrepio novamente, o que está acontecendo? Um fogo começou a surgir em mim, mas não o de uma vela, o de uma fogueira de acampamento... daquelas que duram a noite toda.
Me senti imóvel. Como se não pudesse me mexer. Minha roupa foi arrancada nos poucos minutos em que me distrai. Como ele poderia ser tão rápido?
Nossas bocas se enlaçaram, num beijo no qual me perdi, o qual era doce e amargo, quente e gelado, como se eu estivesse no céu e no inferno ao mesmo tempo.
Fui entregue, as chamas que me dominavam. No turbilhão de sentimentos, tudo que consigo definir é que foi
quente
e
sombrio.
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Acontece...
Mystery / ThrillerMuitos escrevem sobre suas vidas, mas a verdade é que vivê-las é difícil e as vezes até chato. O melhor jeito, talvez seja fugir..? será que essa é a solução...? Mas como? Para onde? E tudo o que me falam, que devo ser certinha, perfeita e cumprir...