Acontece...

É amor?

O vento cortante não era nada comparado à sensação que dominava Ariana. Ela caminhava apressada pelas ruas, seu coração batendo mais rápido a cada passo, sua mente um turbilhão de pensamentos que ela não conseguia organizar. Desde o último encontro com Léo, havia algo em seu interior que não parava de arder. Algo que ela não entendia, mas que a atraía para ele de uma maneira quase irresistível.

De repente, ela ouviu os passos, firmes, atrás de si. Quando se virou, Léo estava lá. Ele apareceu como uma sombra na escuridão da noite, sua presença poderosa, mas silenciosa. Ariana sentiu seu corpo se tencionar, mas não sabia por quê. Ele apenas a olhou com aquela expressão enigmática, que parecia entender mais do que deveria.

Sem uma palavra, ele se aproximou, e sua mão tocou sua cintura com uma leveza que, no entanto, fez seu coração disparar. Ariana sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo. Ele não disse nada, mas seus olhos falavam mais do que qualquer palavra. Era como se ele soubesse exatamente o que ela estava sentindo, e ao mesmo tempo, como se ele se distanciasse de tudo o que ela mais queria.

Ela não sabia como reagir. Estava paralisada pela intensidade do momento, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela a impulsionava a se aproximar mais. Então, sem mais delongas, ela se moveu em direção a ele, seus lábios tocando os dele de forma suave, mas carregada de uma tensão palpável.

O beijo foi breve, mas profundo. Ariana sentiu o calor de seu toque, a força silenciosa com que ele a segurava, como se estivesse ao mesmo tempo no controle e entregue àquele momento. Algo em sua pele a queimava, mas ao mesmo tempo, algo a fazia se sentir segura nos braços dele, mesmo que o contato fosse efêmero.

Léo a soltou quase instantaneamente, o olhar fixo nela, como se estivesse avaliando algo dentro de si mesmo. Ariana, por sua vez, não conseguia compreender o que se passava. O desejo que sentia por ele a surpreendia, mas o controle que ele tinha sobre a situação a deixava inquieta.

"Até amanhã", disse ele, de forma quase mecânica, e então se afastou. Sua voz suave, mas distante, deixou Ariana ainda mais confusa. Ele estava tão perto, e ao mesmo tempo, tão longe. Como ele conseguia ser assim? Como ele conseguia provocar nela essa sensação de querer mais, sem nem ao menos precisar fazer muito?

Ariana ficou parada, observando-o se afastar na escuridão. Seu corpo ainda ardia, mas ela sabia que aquele não seria o último momento entre eles. Algo estava começando a se formar, algo que ela não poderia negar, mas que também não sabia como controlar.