Capítulo 1

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Acordei dos meus pensamentos com a voz de Sarah.

- Sra. Laura, o Sr. Jonathan está na linha 1. Ele diz que é urgente. - eu dei um gole na chávena de café marcando-a com o meu batom vermelho.

Era urgente? Eu podia mesmo imaginar a urgência. Porvavelmente estava apaixonado pelo último modelo de carro desportivo que tinha saído no mercado.

- Obrigada Sarah. - eu agradeci atendendo a chamada.

- Fala Jonathan. - eu falei apressada.

- Já posso voltar para casa ou não? - abanei a cabeça frustada, era essa a urgencia? Ele tinha acabado de subir na minha consideração. Ironicamente claro.

- Chamas a isso uma urgência? Pensava que estavas na sarjeta. Literalmente. Isso era um sonho, seria a viúva mais feliz de Nova York. - Eu falei batendo impacientemente com a unha vermelha no tampo de vidro da minha secretária.

- É bom ver que te preocupas comigo Laura, mas sabes que antes de eu cair na sarjeta eu te atiro para lá. - eu mordi o lábio olhando para o meu Rolex.

- Uau é um novo recorde, demoraste 3 minutos para me ameaçar. Não me faças perder tempo Jonathan, diz o que queres.

- Ouviste mal? Queres que repita? - ele fez uma pausa deixando-me nervosa. - Quero voltar para casa.

Ele estava a ganhar, ele não podia ganhar, eu recusava-me a perder uma batalha contra o idiota Jonathan Parker.

- E eu não te quero mais na MINHA casa. - eu gritei dando ênfase ao minha. - Em que ficamos?

A pausa dele deixou-me nervosa, e eu estava certa, vi que estava em sarilhos ao ouvir a sua tão caracteristica risada maníaca.

- Ficamos na parte em que me deixas voltar. A menos que queiras os teus podres espalhados por toda a cidade. - eu engoli em seco desfazendo em mil pedaços o nó que tinha na minha garganta.

Rodei na cedeira virando o meu rosto para a luz de Nova York, fechei os olhos tentando conter as lágrimas.

- Eu não vou estar sujeita às tuas merdas a vida toda Jonathan.

- Acredita que vais, tu cometeste um deslize ao me contares o teu passado escuro e nojento, e enquanto eu puder vou usar tudo o que me contaste contra ti.

Apoiei os cotovelos na mesa em completo desespero, como eu me pude deixar enganar tão facilmente?

Como eu pude ser burra ao ponto de despejar os meus segredos a Jonathan num bar às duas da manhã, ele próprio já havia admitido só ter casado comigo porque eu era o isco perfeito.

Revirei os olhos antes de pronunciar as palavras.

- Volta, faz como quiseres. Mas se te vejo na minha cama desfaço-te em pedaços.

Ouvi a gargalhada dele do outro lado da linha.

- Carente como estás, acho que eras capaz de me pagar para que fosse para a tua cama.

- Filho da puta! - eu gritei em português antes de desligar. Eu só falava português quando estava no meu limite.

Se alguém me tirava do sério, esse alguém era Jonathan. Eu estava exausta com toda aquela situação.

As coisas estavam mal já à muito tempo, demasiado tempo até. Ele perdia-se no que me contava.
Enganava-se no meu nome quando dizia que me amava, e eu sempe suportava, sempre perdoava.

Olhei para a agenda em cima da minha mesa, tinha uma reunião dali a dez minutos.

Porra Laura! Eu bati na mesa furiosa, como te vais concentrar na reunião.

Sedução FulminanteOnde histórias criam vida. Descubra agora