CAPÍTULO 2

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O céu estava nublado e parecia que choveria a qualquer momento, trovões já eram audíveis e logo os associeis aos poderes Bree, a garota da Primeira Liga que possuía a habilidade de criar e controlar tempestades.

A floresta era menos densa do que parecia a primeira vista. O terreno era íngreme e o chão repleto de pedras de diferentes tamanhos. Atrás de nós estava um altar de pedras, uma grande e chamativa bandeira vermelha estava posta, movendo-se de acordo com o vento.

— Jack, Christian, Matth e eu iremos para o ataque. O restante defendera  nossa bandeira, aqui.

Daemon não esperou respostas antes de ir adiante, com Matth o seguindo. Jack me olhou rapidamente antes de seguir as instruções, assim como o restante do grupo que rapidamente aceitou as palavras de Daemon e foram para o que seriam seus postos.

Suspirei e olhei para meus amigos que estavam na defesa junto comigo: Aurea, Arthur e Loretta.

Jack podia se teletransportar, sua utilidade no ataque para pegar a bandeira inimiga era nítida. Christian consegue controlar as plantas, o percurso com ele pela floresta será mais fácil, inclusive para voltar em segurança até nossa base. Quanto a Matth, sua habilidade de endurecer partes do corpo, o que o confere uma super resistência, torna sua estadia na defesa muito mais útil. Quanto a mim, é o inverso, meu poder explosivo é bem mais eficaz no ataque do que na defesa, eu deveria ter ido atrás da bandeira e Daemon certamente sabe disso.

— Sei o que está pensando. — Loretta cutucou meu braço, quase em solidariedade.

Os poderes de Loretta são extremamente irritantes. Ela realmente sabe o que estou pensando, sempre sabe, assim como sabe o que todos estão pensando. Seus poderes mentais ainda estão em progresso, mas já a vi debilitar alguém só de olhar para a pessoa por alguns segundos. Mas, de qualquer forma, eu já havia me acostumado com o fato de ela sempre saber o que está acontecendo, pelo menos ela compensa isso com sua personalidade reservada e pouco intrometida, de forma a não espalhar fofocas dos pensamentos de uns para outros.

— E concorda comigo?

— Sim. Mas também concordo que você precisa expor seus pensamentos, eu sei, por experiência própria, que eles quase sempre são bastante úteis. Você tem um bom discernimento, May, não deixe sempre os outros tomarem a frente por você. Entende?

Assenti. Loretta esta certa. Nesses momentos de dificuldade e pressão minha cabeça trabalha melhor do que nunca. Eu quase sempre tenho um plano. Mas sempre acabo deixando Daemon me ofuscar e tomar a liderança. Eu confio no discernimento dele, mas sei que minha estratégia pode ser tão boa quanto a dele. Entretanto, me torno uma tola perto desse garoto que confunde tanto os meus pensamentos, deixo-me estar em segundo plano para que ele brilhe, pois gosto de vê-lo brilhar. Não sinto frustração por ele, mas por mim mesma por me submeter a isso. Abaixo a cabeça e suspiro.

— Você poderia... Sabe?

— Nem pensar! — Loretta riu e logo se afastou, indo em direção a nossa bandeira.

Não é a primeira vez que ela se recusa a me contar os pensamentos de Daemon, e eu a admiro por isso, assim como eu sei que ela não contaria os meus. Admiro o senso moral de Loretta, entretanto, como uma tola apaixonada por um garoto que dificilmente demonstra algo, é difícil conter o ato de tentar saber.

Mas uma coisa eu sei, embora sejamos parceiros, Daemon não gosta de lutar ao meu lado. Nossos poderes são opostos, enquanto eu incinero tudo com minhas chamas, ele tem uma habilidade destrutiva de congelamento. Somos opostos e ele não gosta que meu calor possa neutralizá-lo.

Os trovões se tornaram mais altos e próximos, o que puxou minha atenção novamente para nossa missão.

— Loretta, monitore os arredores, sentirá a presença quando eles estiverem se aproximando. Aurea, concentre a sua telecinese em não deixar que toquem na bandeira. E Arthur, seus tremores devem impedir que eles cheguem até nós.

Blood and FireWhere stories live. Discover now