Emily e Danilo

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− Oi Miguel. − Emily atendeu a ligação do primo no terceiro toque, e ele respirou aliviado.

−Bonequinha de pano da minha vida, você está bem?

− To, to sim... Só não lembro de muita coisa de noite passada.

Então somos dois, priminha. Acordei em casa, e não sei como vim parar aqui. Você e a Bruna chegaram em casa bem?

− Eu não fui para casa, e não sei da Bru. Achei que ela tinha ido embora com você. − ela assumiu um ar preocupado, e ele bufou do outro lado.

Eu vou ligar para ela, ver se ela está bem. Seu pai me mata se acontecer alguma coisa com ela. Ele sabe onde você está?

− Eu to aqui na quadra, já avisei para ele.

− Eu te aviso quando souber algo da Bru, beleza? E qualquer coisa você me liga. − ele desligou depressa, realmente preocupado com o tio querer matá-lo por ter deixado sua filha e sua melhor funcionária em uma boate.

− Quem era? − o rapaz do outro lado da quadra perguntou, distraído em bater a bola de basquete.

− Meu primo, o que se perdeu de mim na boate ontem. Acho que ele só acordou agora. − ela observou o horário no relógio, vendo já estar no final da tarde − Droga, eu tenho que jantar com os meus pais hoje. É aniversário de casamento deles.

− Um dia depois do dia dos namorados? − ele se aproximou dela, que sorriu.

− É. Eles queriam casar no dia, mas era no meio da semana. Então eles casaram no dia seguinte, que pelo menos era uma sexta-feira. − Emily se levantou, ficando de frente para o rapaz − Você é muito mal nisso, sabia Dani?

− A jogadora profissional aqui é você, Emily, eu sou apenas um admirador do esporte. − ele arremessou a bola para ela, os dois rindo − Dá tempo de brincarmos mais um pouco?

− Vai perder de lavada. − a jogadora correu para o meio da quadra, seguida de perto por ele.

~*~

Já fazia quase meia hora que Miguel as havia deixado no camarote, sozinhas. Bruna não parava de reclamar que aquilo havia sido uma péssima ideia, mas Emily estava gostando bastante de estar ali. A música era divertida, as pessoas dos camarotes eram animadas, a bebida era boa. Miguel estava certo, ela só precisava se soltar para se divertir.

− Bru, eu vou procurar o Miguel. − ela avisou a amiga, que fez cara feia.

− Seu primo deve estar se atracando com alguma piriguete, Emily.

− Não duvido, mas vale a pena ir conferir. − e dizendo isso saltou para fora da área demarcada e se dirigiu ao amontoado de pessoas.

Era óbvio que em uma sexta-feira de dia dos namorados, as únicas pessoas ali seriam solteiros desesperados por "pegar" alguém. A placa do lado de fora deixava bem claro que aquela noite era para os descompromissados.

Foi bastante difícil se locomover entre as pessoas, e achar Miguel parecia uma tarefa impossível, até que a sorte lhe sorriu. Algumas das colunas gregas que decoravam o salão tinham escadas, pois em algumas festas o topo delas era usado por dançarinos.

Depois de conferir que não havia nenhum segurança por perto, Emily correu e começou a galgar os degraus com agilidade. Já na metade da coluna, a vista aérea era privilegiada, e ela pôde correr os olhos por todas as cabeças.

Foi só procurar uma jaqueta de couro brilhante, um item indispensável no guarda-roupa do playboyzinho que era seu primo. Ele estava em um local mais afastado, aos beijos com uma jovem loira, muito bonita. Às vezes conversavam em voz baixa, aos risos. Se não o conhecesse, diria que aquele era um casal de namorados apaixonados.

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