Capítulo especial - A gratidão de um Deus (Final alternativo)

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Seis anos depois:

- Quanto tempo já se passou desde aquele dia? -Ainz diz para ele mesmo enquanto anda pelo palácio. – Eu já nem tenho mais certeza...

Mesmo depois de ter se despedido e feito uma homenagem em agradecimento por Victim ter criado um futuro para o mundo, ele ainda sentia que tinha traído um de seus amigos deixando com que o ser criado por ele morresse bem na sua frente por ele não conseguir ser forte o suficiente para derrotar aquela coisa.

O progresso do Reino Arcano de Ainz Ooal Gown estava indo muito bem desde que ele assumiu o trono. Pouco depois de ele começar as mudanças no país que havia criado, cada vez mais pessoas estavam se mudando para lá e comprando lotes de terras onde estavam construindo suas vilas. Isso era bom para ambos os lados já que Ainz prometeu proteção para todos dentro de seu território e ganhava dinheiro pelos mortos-vivos que vendia para mão de obra e proteção das vilas criadas.

"Ser fraco é um pecado, pois são os fortes que ditam as regras desse mundo."

Essas palavras simplesmente apareciam na mente de Ainz de vez em quando. Não se lembrava onde a ouviu pela última vez, mas ele tinha outra fala para responder a essa frase.

"Se aqueles que ditam as regras compartilharem do seu poder, o mundo terá cada vez menos pecadores."

Os cavaleiros de FourKnights tem aceitado muito bem o reino de Ainz, pois guerra era uma palavra que nunca mais foi dita dentro do Reino Arcano e no território de seus aliados. Todos tinham medo do poder dos DeathKnights que eram vendidos para participarem de combate para eles, mas isso era só o que os outros sabiam. Por ser muito cauteloso em relação as pessoas, Ainz gostava de usar esses mesmos mortos-vivos como maneira de prevenir uma possível traição, mas os reinos pareciam realmente gostar deles já que preveniam não só as guerras, mas também a criminalidade dentro de suas muralhas.

Ele se dirigiu para a porta do palácio enquanto algumas de suas empregadas se curvavam para ele, Quando usou suas mãos esqueléticas para empurrar a porta dupla, um feixe de luz quente pousou em seu "rosto", permitindo-o ver todas as pessoas que andavam do lado de fora enquanto descia as escadas. Todos cumprimentavam Ainz com um sorriso no rosto quando ele passava perto deles seguindo até o monumento feito em homenagem ao seu amigo morto. Ninguém tinha medo dele como era em E-Rantel, quando todos desviavam de cabeças baixas e fechavam suas janelas quando ele passava pelas ruas.

- Quanto tempo faz desde a última vez que... -Ainz diz enquanto se lembra de Nazarick.

Não é que ele tenha se esquecido da Grande Tumba de Nazarick que havia criado junto de seus amigos quando jogavam em Yggdrasil, mas sim que já fazia anos desde que ela estava vazia, para ser mais específico, desde que ele assumiu seu posto como rei do Reino Arcano ele nunca mais foi até lá, deixando o lugar completamente vazio desde então.

Shalltear foi encarregada de manter longe as criaturas agressivas ao redor de seu território.
As pleiades junto das outras empregadas tomavam conta do palácio enquanto Yuri se tornou a nova líder delas, já que Sebas foi liberado para viver uma vida junto de sua amada Tuareninya em uma das casas da capital.
Demiurge é requisitado a todo tempo para organização de tropas dos reinos aliados enquanto Cocytus fica responsável por treiná-los.
Albedo participa de festas casuais e trata dos assuntos políticos que envolvem a nobreza.
Aura e Mare são responsáveis pela domesticação, treinamento e do cuidado com as criaturas mágicas da área que são neutras ou pacíficas. Planejamos usá-las no futuro como substitutos mais poderosos e ágeis do que os cavalos, o que incrementaria ainda mais a força do país.

Ainz estava sempre ocupado lendo papeis de requisitos das vilas de seu reino para verificar quais dos potenciais projetos poderiam ser aprovados ou não. Pode até parecer uma tarefa fácil, mas ele tinha de simular em sua consciência quais os impactos que aquilo causaria no futuro e se traria algum benefício para o reino, então levava muito tempo para terminar alguns poucos papeis da pilha em sua mesa, tomando completamente seu tempo.

- Bom, não tenho muito o que fazer por hora, então... -Ainz diz enquanto levanta sua mão na altura de seu rosto. – Posso terminar o resto mais tarde!

O anel em seu dedo emitiu um breve flash de luz enquanto ele desaparecia no ar. Reaparecendo na parte externa da tumba logo em seguida.

Mesmo que ele seja um morto-vivo, ainda pode sentir o ar diferente e nostálgico dali.

- Depois de vários anos eu finalmente estou de volta em casa! -Ele disse para si mesmo enquanto olhava ao redor.

Seu corpo emitiu um brilho verde enquanto suprimia o calor que crescia dentro dele, algo quente e reconfortante que simplesmente desapareceu em um segundo por causa de seu status "Undead".

- Não sei se posso considerar isso como uma maldição, mas tudo bem. -Ele diz. – Isso me incomoda muito, mas também é algo essencial para desempenhar meu papel como governante!

Mais uma vez ele desapareceu e reapareceu dentro da arena.

Apesar de o céu ali ser artificial, ainda era colorido e estrelado, lindo era a palavra certa para descrever as luzes que piscavam no alto enquanto Ainz se lembrava da primeira vez que reuniu todos os guardiões aqui após se dar conta de que não estava mais em apenas um jogo. Aqui também foi onde ele fez seu primeiro discurso como soberano de Nazarick em frente aos guardiões que juraram sua lealdade a ele.

Depois da arena no sexto andar, ele visitou a sala de tesouros que era guardada por Pandora's Actor, guardião criado por Suzuki Satoru na época de seu "passado sombrio". Ele estava se dirigindo para o mausoléu que havia criado em memória de seus antigos companheiros e também tinha planos de construir um museu dentro da capital para colocar em exibição as estátuas dos outros seres supremos que possibilitaram o surgimento do reino em que as pessoas vivem hoje. Aquilo era apenas uma ideia que ele pretendia transformar em realidade no futuro, mas ainda assim teria de ser considerado vários fatores antes disso, então era melhor esquecer aquilo por hora e ir para o próximo cômodo.

Em seu quarto, Ainz encontrou vários dakimakuras feitos a mão e enchidos com uma plumagem macia e aconchegante com a imagem de seu corpo gravada neles.

- Albedo... -Ele disse balançando a cabeça.

Só há uma coisa que ele não havia descoberto ainda, que era de onde vinha o cheiro doce de perfume em sua cama, cheiro aquele que mesmo depois de anos ainda continuava bem forte e suave. Ele sabia que já havia sentido aquilo em algum lugar, mas nunca consegue se lembrar de onde. Com esse mistério em mente ele seguiu para seu escritório pessoal onde alguns dos oito assassinos finais estavam ainda pendurados no teto, sempre protegendo aquela sala.

Ainz continuou andando depois de descer algumas escadas que levavam a sua mesa e seguiu para a porta que levava a um longo corredor. Ao se aproximar das gigantescas portas da sala do trono, ele sentiu algo estranho, algo que a anos ele não sentia.

- Isso... -Ele diz confuso. – Essa energia...

Depois de alguns segundos ele apressou seus passos para que pudesse alcançar a sala o mais rápido possível. Quando abriu a porta ele ficou imensamente surpreso, fazendo com que o brilho verde que suprimia seus sentimentos brilhasse como nunca enquanto ele andava lentamente até o trono.

Apesar de sua boca não se mover, Ainz sorriu enquanto se lembrava das palavras de Vritra:

"Às vezes a gratidão de um Deus pode ser bastante útil!"

Ele parou e ouviu uma voz distorcida ecoar pela sala.

- Estou de volta, Ainz-sama! -O ser diz.

Sendo incapaz de suprimir seus sentimentos, Ainz responde com palavras transbordando saudades e felicidade.

- Seja bem-vindo... -Ele diz. - ..., Victim!

Fim!

Overlord - A batalha de FourKnightsOnde histórias criam vida. Descubra agora