Capítulo X

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No dia seguinte, Audrey se encarregou de ir nas salas de Raphael e Juliette, respectivamente. Ela tinha sido breve, dito apenas que haveria uma reunião na mansão mais tarde e que os dois deveriam ir e sem atrasos. 

Depois que a matriarca dos Dubois saiu, não se passaram nem dez minutos para Juliette ter sua porta aberta outra vez, e dessa vez nem ouve batidas de aviso, só uma pessoa entrava assim em sua sala.

"Vi maman passando no corredor, ela veio te falar da reunião também?"

Ele fechou a porta ao entrar e ficou de pé, inquieto, parecia curioso.

"Oui. Bien que não tive tempo de perguntar sobre o que se tratava."

"Eu perguntei, ela não respondeu."

"Então... só saberemos mais tarde. E pare de andar pra lá e pra cá, me deixa nervosa."

"Você fez alguma coisa outra rebelde que não tô sabendo?"

Juliette o encarou com olhar cortante, cruzando os braços e desviando os olhos finalmente dos processos em que trabalhava, nem achava que a tante ter ido até sua sala minutos antes significava que tinha algo de errado. É claro que tinha o pequeno desentendimento que ela havia sido o estopim por ter saído ter casa, mas acreditava que aquilo se resolveria em algumas semanas.

A presença de Raphael ali lhe fazendo aqueles questionamentos fazia surgir em seu âmago um sentimento nebuloso misturado a ansiedade, como um mau pressentimento. O que era uma besteira, certamente, não teria com o que se preocupar. Talvez fossem até mesmo boas notícias. 

"Tá bom, não precisa me olhar assim, já tô saindo. Vou para o tribunal, diria para me desejar sorte, mas não preciso disso."

"Au revoir."

Ele piscou pra ela com um sorriso confiante típico dele e saiu fazendo-a revirar os olhos, deixando a sala repousar novamente em silêncio e Juliette ser obrigada a se concentrar novamente nos papeis a sua frente e deixar aquela reunião não consumir sua mente agora.

7:30 da noite. Mansão Bertrand-Dubois

"QUÊ? ISSO É SÉRIO?"

Um Raphael exaltado, se levantou do sofá onde estava sentado ao lado de Juliette e de frente aos seus tios e sua mãe, parecia indignado com a notícia que acabava de ouvir. Juliette ao seu lado demonstrava o mesmo estado de perplexidade.

"C'est une blague. Isso não pode ser verdade."

Juliette falou enquanto balançava negativamente a cabeça, repousando o copo de suco que segurava com uma das mãos, os pais a olhavam impassíveis e Audrey passou a mão pela face, demonstrando certa irritação com a situação.

"Calmez-vous s'il vous plaît." 

Pediu Audrey antes de continuar.

"CALMA? Como pode me ped-"

O jovem foi interrompido por Juliette.

"Isso é um total absurdo, nós temos controle de nossas próprias vidas, vocês não podem decidir entre vocês que teremos de nos casar e fazer essa reunião ridícula para nos avisar."

Dessa vez, seu pai levantou a voz antes de falar.

"Sim, nós podemos. Somos os pais de vocês. E mais que isso, temos a última palavra nessa família para defender o nome dos Bertrand-Dubois."

"Além disso, não precisa falar como se fosse algo horrível, todos nós tivemos casamentos arranjados por nossos pais e não fizemos esse escândalo todo."

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