Hmm... conselho de amiga, prepara o gay panic e guardem detalhes desse capítulo na memória para mais à frente :)
Obs: A música de fundo que usei enquanto escrevia e quase chorei foi "A Thousand Years" versão instrumental dos "The Piano Guys" caso tenham o coração forte ou gostem de sofrer mesmo. (Coloquei acima caso queiram)
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04, Março - Los Angeles
Paciente: Alexandria Newt Smith
Idade: 17
Nascimento: 14/03/2001, Miami, Flórida.
Pais: Andrea e Angel Smith
Tipo sanguíneo: A+
Altura: 1,60
Peso: 48kg
Alergias: Amendoim
Situação: Liberada.
09 de Março.
Existe uma longa, não, gigantesca diferença entre sobreviver e viver. Desde que conheci a Alex, comecei a pensar qual deles eu estava até então, o que me trouxe uma crise existencial, não recomendo. Eu terminei o colégio, não trabalho, não escolhi minha faculdade e com certeza estava prestes me afundar mais.
Entre janeiro e fevereiro, visitei ela e fiz meu papel para ajudar. Conversamos bastante e até com outros pacientes, o que me fez perceber melhor o que se passa em uma mente perdida em si própria, todos ali queriam ficar bem e sair - no entanto - a maioria não se importaria se para sair mais rápido teria que abdicar da sua vida, sua família, amigos, seus filmes favoritos... Comecei a entende-la mesmo que só um pouco.
Alex perdeu a mãe não havia completado nem ao menos um ano, logo em seguida, perdeu a avó e a pressão no colégio aumentou na mesma época, além da sua descoberta sexual. Isso a deixou "sozinha". O pai se entregou aos turnos para não sentir tanto e os dois não tem tanta intimidade ao ponto de ela conseguir contar que estava se afogando em seus pensamentos. Ao menos, foi como ela me explicou e eu aceitei.
Achei que tinha sido o luto, mas a psicóloga que estava conosco disse que havia vezes que era simplesmente sua mente cansada - não necessariamente um motivo em especifico, mas tudo - cada pequena coisa, cada indivíduo tem seus limites em graus diferentes. Inclusive, durante os poucos dias que compareci, Alex teve uma crise de ansiedade ao fazer as contas dos dias e se lembrar que em nenhum deles seu pai apareceu. Foi desesperador vê-la chorar e tentando respirar, porém, foi ainda pior quando o remédio fez efeito e ela me perguntou - mais calma - se ela estava atrapalhando minha vida também.
Passei alguns dias em falta depois disso e ela não ligou, o que me fez pensar que talvez ela precisasse de um espaço ou tinha feito alguma coisa muito errada e não lembrava. Não sei, mas minha mente não me deixava esquecer e quem estava começando a ficar nervosa era eu.
Girei e olhei o quarto de Finneas, entrando e afastando as almofadas para sentar em frente o teclado, apertando algumas teclas.
O quarto dele era como um estúdio, mas mais aconchegante. Janelas bem do lado do teclado traziam a luz e os pequenos sons de fora, às vezes um passarinho cantando, outras vezes somente o barulho do vento se chocando com as folhas das árvores. Do outro lado do quarto, uma estante com livros e partituras, com uma porta do lado que dava acesso ao banheiro. As paredes tem essa cor desde que me lembro, caramelo com algumas marcas minhas de quando era mais nova e corria por esse quarto.
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Blue
FanfictionBillie e a família visitam o hospital na véspera de natal como voluntários. Enquanto o resto da família entregava os presentes, Billie achou um sozinho na sala de recriação; uma paciente, uma amiga. Observações: Billie vai ter 18 e não vai ser famos...