Witchery (Hiatus)

II - Like Real People Do

Harry havia voltado para seu apartamento. Ele é sofisticado e pequeno, mas do tamanho ideal para o caçador. O imóvel possui uma ampla sala, no mesmo ambiente, havia uma cozinha simples que era separada da sala somente por uma bancada americana. Lá também existia um banheiro social e dois quartos, sendo um deles uma suíte e outro para hóspedes. Tão simples quanto matar dez bruxas em uma noite; apesar de Styles já ter executado tal feito.

Harry se sentia culpado por ter ignorado Gemma, ele sabia que ela só estava tentando consolá-lo de alguma forma. Ele tentava se distrair com algo. Qualquer coisa que prendesse sua atenção iria fazer com que ele talvez esquecesse da morte de Simon, pelo menos funcionava quase sempre. Então, ele teve a brilhante ideia de fazer uma ligação.

-x-

Em uma casa simples, um barulho incomoda o sono da moradora. Ela reconhece ser o barulho do telefone da residência. Ela acorda de sua pequena soneca vespertina, levanta da cama e vai à sala, que se encontra logo ao lado de seu quarto. Seus passos fazem o piso de madeira ranger um pouco. Ela chega até o aparelho que faz o incômodo barulho e o leva à orelha.

— Alô? Anne Styles falando... — A mulher falou com certo bom humor, apesar de ter seu sono interrompido.

— Alô... mãe? — Anne reconheceu a voz de seu filho mais novo o mais rápido que alguém pode piscar. Ela também havia sentido algo diferente na voz dele.

— Oi filho... aconteceu alguma coisa? Está tudo bem com você? E com a Gemma? — Ela sabia que estava exagerando ao fazer esse bombardeio de perguntas, mas como mãe, ela sabia que havia acontecido algo.

— Não, Dona Anne, tá tudo bem com seus filhos. — Styles fez uma pausa antes de continuar. — Você deve não estar sabendo, mas o Simon foi morto durante uma missão... — Ele deixou suas palavras pairando no ar, como se ele acabasse de ter dito que fez as compras do mês.

Um arrepio subiu a espinha de Anne. Será que... não, deve ser somente coincidência; ela pensou consigo mesma, e voltou novamente a atenção para o filho.

— Harry... eu sinto muito, sei o quanto ele significava para você, filho. — Falou a senhora Styles.

— Eu nem estou tão abalado assim, sabe? — Ele começou a falar. Anne sabia que ele estava mentindo. Simon era como um segundo pai pra o filho dela. Fora ele quem ajudou-lhes em tudo quando Harry teve que ir morar em Londres para iniciar seu treinamento.

— Eu realmente vou sentir falta dele — ele continuou —, mas o que mais me incomoda é que isso só me faz lembrar do dia que o papai morreu. É como se flashes desse dia não parassem de passar pela minha cabeça.

Anne se sentia angustiada, saber que seu filho não está bem e não poder ajuda-lo pessoalmente, estava com certeza em sua lista de piores sentimentos.

— Filho, eu sei que você se lembra o que Simon disse pra você no dia morte do seu pai. — Ela ouviu um murmúrio concordando do outro lado da linha, continuou. — Então, eu tenho certeza que se ele tivesse a chance de te dizer algo agora, seria a mesma coisa. Por favor, seja forte. Eu sei que você consegue, afinal, você é um Styles e um dos melhores caçadores que eu já vi, não estou dizendo isso só porque sou sua mãe, ok?

Um pequeno sorriso se desenhava nos lábios rosados de Harry. Sua mãe estava certa, ele devia ter percebido isso antes. Ele poderia ter evitado preocupá-la.

A conversa continuou. Não era todo dia que Harry ligava para a caçadora aposentada que morava na casa da família em Holmes Chapel. Depois de mais alguns minutos ambos desligaram o telefone.

Anne estava tentada à fazer outra ligação. Ela vasculhou uma agenda que ficava bem próxima ao telefone, achou o número desejado e o discou.

Não demorou muito e ela logo foi atendida. Ela estava nervosa, nunca esperava ter que ligar pra esta pessoa tão cedo novamente.