Bibidi-Bobidi-Bu - Waking up to reality

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Sempre fui um garoto sonhador, com uma visão peculiar do mundo. Não enxergava maldade nas pessoas; via sempre o lado bom delas. Isso aconteceu quando eu tinha apenas 7 anos.

Minha avó, Park Soomin, era uma senhora de 67 anos, cheia de energia e muita imaginação. Além de mim, ela tinha mais quatro netos. Sungchang, o neto mais velho e meu irmão mais velho; Jihyun, meu irmão mais novo e o caçula da família; Taemin, o segundo neto mais velho; e Chaeyoung, a terceira mais velha e minha prima favorita.

Embora acreditasse que minha avó nos amasse a todos igualmente, eu sentia que havia algo que me tornava seu neto mais especial.

Certa vez, estávamos todos reunidos em casa, e minha mãe anunciou que a vovó Soomin jantaria conosco naquela noite. Animado, corri para preparar desenhos que havia feito para ela. Minha mãe pediu que nos arrumássemos bem para recebê-la.

Após os cuidados com a higiene e arrumação, desci correndo para a cozinha, onde minha mãe estava organizando a mesa.

— Mamãe? — a chamei.

— Sim, Chim? — Chim era um dos meus apelidos.

— Por que a vovó não pode morar aqui? Ela deve se sentir sozinha após a morte do vovô, não acha? — meu maior desejo era viver com minha avó e ouvir suas histórias todas as noites antes de dormir.

— Jimin, ela já mora com a tia Lee, tio Lee e o Taemin. Esqueceu? Ela está bem lá. — minha mãe se agachou para ficar na minha altura.

— Eu sei que ela está, mas tudo bem. — abaixei a cabeça. Queria aproveitar mais tempo com minha avó.

— Eu sei que você adora as histórias dela, mas ela ficará muito melhor com eles, ok?

— Sim...

— Nas férias dos seus tios, eu peço para ela ficar aqui, combinado?

— Sim! — bati palmas. Sempre sentia muita saudade da vovó durante as férias do tio Lee e da tia Lee, quando eles a levavam para passear.

— Agora suba! — riu da minha empolgação. — Avise ao seu pai que ela já está na rodoviária esperando por ele!

— Eu posso ir com ele buscar a vovó? Por favor!

— Tudo bem, mas vista um casaco! — piscou, e eu assenti.

[...]

Certa noite, estava tentando ler o livro da Cinderela que havia ganhado de aniversário da minha avó, mas ainda enfrentava dificuldades na leitura.

— Jimin? — fingi estar dormindo, mas ao ver que era apenas minha avó, levantei. — Sim, vovó? — sentei na cama, e ela se sentou ao meu lado.

— Estava dormindo, anjo?

— Não. Eu estava tentando ler o livro da Cinderela.

— Meu conto de fadas favorito! — exclamou.

— O meu também. — sorri.

Minha avó e eu éramos apaixonados por contos de fadas e sempre conversávamos sobre eles ou os liamos juntos. Minha família achava isso uma loucura, sempre dizendo que eu sofreria quando crescesse.

— Quer que eu leia para você dormir, Chim?

— Sim!

Acabei adormecendo no meio da história.

— Já acabou, vovó? — perguntei ao perceber que tudo estava quieto. Ela se assustou ao ver que eu havia acordado, mas logo sorriu.

— Sim, anjo. Não acha melhor voltar a dormir? — deu um beijo na minha testa.

Bibidi-Bobidi-BuOnde histórias criam vida. Descubra agora