Bibidi-Bobidi-Bu

Bibidi-Bobidi-Bu - Thirteen Years Later

❄

Passaram-se 13 anos desde o dia que a minha avó faleceu. Hoje, estou com 20 anos. Saí da casa dos meus pais e fui viver minha vida. Confesso que foi uma péssima decisão da minha vida. Uma dica para você adolescente ou até mesmo criança que quer sair da casa dos pais e ser independente, não é nada bom. É enlouquecedor. Você passa os dias sozinho naquela casa silenciosa, sem barulho algum além da televisão. — se você tiver uma televisão, é claro. — Mas quando volta, você quer sair correndo e voltar a ficar sozinho, pois acostumou a viver daquele jeito.

Desde criança, eu achava que ir para escola era uma coisa completamente horrível. Eu pensava que ir para a faculdade seria uma coisa bem divertida. Estudar uma coisa que eu gosto e trabalhar pelo resto da minha vida na profissão que eu escolher seria ótimo. Entretanto, eu não escolhi nenhuma profissão específica. Eu realmente pensava que a vida adulta era a melhor fase. Mas olha só! Parece que recebi um tapa na cara, pois a vida adulta com certeza não é a melhor fase.

Eu trabalho na padaria, que fica bem pertinho do meu apartamento. Quando chega de noite trabalho como garçom. Ás vezes de tarde eu tenho algumas horinhas para descansar, mas na maioria das vezes tenho que pagar conta ou fazer compras.

Min Yoongi é meu melhor amigo. Ele já me ofereceu fazer uma audição na empresa famosa dele. Ótimo amigo, não? Mas eu, Park Jimin, recusei aquela proposta tentadora. Aí você me pergunta "por que caralhos você não aceitou, Park Jimin?" "você poderia ser um cantor famoso". Aí que está o problema, eu odeio ser o centro das atenções. Prefiro ficar em um cantinho sem ter muito contato com pessoas. Não consigo me imaginar sendo um idol famoso.

No restaurante que eu trabalho só vai gente rica e "importante", eles mais falam do que comem e então eu não me mexo muito. De importante não tem nada, porque não fazem diferença na minha vida, apenas ajudam a encher um pouquinho a minha carteira.

Já a padaria só enche nos finais de semana, já que é um bairro nem pouco movimentado e nem muito movimentado.

— Jimin? Jimin! — senhor Jung gritou.

Senhor Jung já é um homem de idade, sempre com o humor péssimo. Eu trabalho na padaria faz dois anos, e posso contar nos dedos quantas vezes eu vi aquele homem sorrindo. Mas, perderia a conta de quantas vezes ele gritou com os funcionários ou descontou seu péssimo humor em alguém. Não reclamo do mesmo, pois sei que ele já sofreu muito. Pelo que eu descobri o senhor Jung nunca foi assim, mas o seu passado fez com ele se tornasse quem é hoje.

— O que está fazendo parado mexendo no celular?

— Desculpa, senhor. Mas o meu horário é ás sete! Faltam 15 minutos.

— Então por que não aproveitou esses minutos para continuar dormindo, hm? — talvez eu seja o favorito dele.

— Não consegui dormir essa noite e resolvi dar uma passada aqui já que não tinha nada para fazer.

— Certo. Sete horas quero ver você em frente daquele balcão! Ou você já sabe.

— Sim, senhor. — o mais velho saiu e suspirei aliviado. Ele dava medo ás vezes.

Assim que deu exatamente sete horas, sentei no banquinho e arrumei o computador. Percebi o senhor Jung olhando em minha direção, eu sabia que se eu não estivesse ali, ele iria alerta-me e falar inúmeras coisas não muito boas.

A primeira cliente chegou, era uma menina comprando doce. Sei que eu não tenho absolutamente nada a ver com a vida da jovenzinha, mas que responsável deixa uma criança comprar doces sete da manhã? Depois o segundo, logo em seguida o terceiro. E assim foi minha manhã, atendendo várias pessoas e pensando na minha linda e querida cama. Ah! Como eu queria estar deitado nela.