(metamorfose ambulante)

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é engraçado pensar como mudamos com a passagem do tempo.

infinitas transformações; das menores e das maiores.

a cada novo instante já não somos os mesmos que éramos no instante anterior.

nossas células estão em constante atividade, morrendo e nascendo. nossos cabelos crescem, as orelhas e o nariz também. nossas unhas, nossa pele se renova, tão pequenos e microscópicos, tão ínfimos eventos incontroláveis e que refletem a grande dança que é a vida.

os sentimentos, as convicções, os pensamentos e as certezas mudam de igual maneira, tal qual as asserções adolescentes que nos levam a crer que o mundo é nosso, e não o contrário.

a beleza da vida deve residir justamente nessas transformações e transmutações intermináveis. mesmo quando o sopro da vida se esvai, deixando nossa epiderme fria e rígida, estamos nos tornando algo diferente.

olhar para trás é um exercício no mínimo interessante. o quanto já mudei, o quanto deixei de ser para me tornar outro.

ainda bem.

é, ainda bem que a vida é um sopro.
eu tento pegar carona nesse vento.
não importa para onde, o importante é ir.
eu vou.

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