Capítulo 4: Preocupações

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Todo mundo tem segredo que não conta nem pra si mesmo,todo mundo tem receio do que vê diante do espelho

Pitty

Alfonso

       E era só mais um dia nessa confusão, todo o amor e carinho que foi cultivado ontem foi jogado de cima de um prédio, Carolina já havia voltado ao normal.

       Ela sempre queria que as coisas fossem do jeito que ela falou, se não o castigo seria sua troca de humor constante, brigas e eu me sentia culpado por cada coisinha que eu não fizesse da forma que ela dizia.

      A discussão de hoje foi por conta da chuva de ontem, que se ela não tivesse me dado o casaco eu ficaria febril, sendo que eu nem usei o casaco e estou bem. Mas, ela faz uma tempestade dentro de um copinho de café.

     Eu já não estava aguentando mais aquela situação toda, aquelas manipulações, eu nem sabia mais o que sentir, raiva, vontade de chorar, eu queria sumir.

---- Bom dia, amor. ---- Carolina tentou se comunicar comigo. — Hoje o céu abriu, já deixei seu casaco no carro, caso precise usar.

---- O dia realmente tá lindo, pra abrir a janela e se jogar. — eu estava de mau humor, eu não queria conversar, eu não estava bem.

---- Não me culpe do seu mau humor, eu não tenho nada a ver com isso. — a voz dela mudou.

---- Meu mau humor tem nome, e é justo o seu. ---- Eu estava terminando de me arrumar, peguei a minha bolsa, ignorei ela e fui em direção ao carro.

---- Eu odeio quando você faz isso! — Ela gritou e sua voz começou a embargar.

— Que eu faça o quê? Não fazer as suas vontades? Pois se acostume! — bati a porta do carro. Ela começou a bater na janela e parecia gritar algo e chorar. Eu liguei o rádio e coloquei no último volume.

     Assim que eu dei arranque no carro, eu pude ver pelo retrovisor ela secando seu rosto e mandando um dedo pra mim.

      Eu já não estava aguentando mais essa situação. Carolina era a melhor esposa do mundo quando eu fazia exatamente tudo o que ela quisesse, caso contrário, eu ia sofrer essa pressão psicológica de diversas maneiras.

     O trabalho me ajudava a relaxar com toda essa situação acontecendo. Assim que eu cheguei na escola, um aluno do primeiro ano me acompanhou andando.

---- Bom dia professor, a gente pode conversar com o senhor?

---- Fala comigo. ---- eu continuei andando e o trio me seguia.

---- Todo ano acontece a festa de Halloween aqui na escola e todos os alunos de inglês ganham pontos na matéria, por ser um evento de origem americana. Certo?

---- Sim. — tentei acompanhar o raciocínio dele.

---- Recentemente, descobrimos que existe o Día de Muertos, que é um evento de origem mexicana, bem parecido com o halloween. Queria ver com o senhor se consegue pontuar a gente com esse evento também. — assim que ele terminou, eu parei e olhei para eles.

---- Eu não tenho aula com vocês.

---- A gente já falou com Elaine, ela vai pontuar a gente, só que a gente precisa de algum outro professor pra se responsabilizar com a gente. A coordenação já está ciente e ela disse apenas para vermos com os professores de espanhol.

Outro Lado Da Chuva 🌧️ [REPOST/REWRITE]Onde histórias criam vida. Descubra agora