4. Um novo amigo

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Após algumas semanas das aulas terem retornado, eu consegui dois horários vagos toda quarta feira, depois de historia da magia e antes de Defesa Contra Artes das Trevas, normalmente eu ia para a Sala Comunal da Grifinoria estudar as matérias que eu estava um pouco mais agarrada, mas hoje eu decidi ir para a floresta encostar em alguma árvore perto do salgueiro Lutador, hoje eu queria um pouco de paz daqueles Grifinorios agitados.

Pensei em tirar as vestes da escola mas não queria dar de cara nem com Harry nem com Rony agora me pedindo ajuda em matérias que eles conseguiam resolver sem mim, por Merlim eles lutaram contra Voldemort ta na hora de tomar vergonha na cara deles. Estava quase chegando perto do Salgueiro quando um pedaço de pano bateu em mim, olhei para cima e era o mesmo ou se parecia o mesmo, cachecol da sonserina, o tirei com cuidado do galho para não rasgar e segui rumo uma árvore para me aconchegar, foi  quando fui me sentar que vi alguns fios loiros esvoaçando na proxima trilha de árvores. Era Malfoy ele não viu que eu me aproximei dele, e consegui ouvir alguns soluços vindo dele e alguma coisa apertou meu coração, e foi ai que eu senti no meu peito o Leão da Grifinoria rosnar, tomei coragem e fui até ele.

—Malfoy?

—Hum? – ele se assustou, levantou com pressa secando as lágrimas que ele achou que eu não vi. - Está me seguindo Granger?

—Quebra a postura Malfoy eu sei que você estava chorando.

—Isso não é da sua conta.

—Eu sabia que você não ia amolecer assim – joguei o pano verde e prata em cima dele – Toma, perdeu de novo. De nada.

Me virei e ia saindo procurar outro lugar para estudar, quando escutei os passos dele atrás de mim e senti um fio de medo, agarrei minha varinha esperando ele me atacar, quando ele simplismente disse:

—Hermione.

Ele nunca me chamou pelo primeiro nome, e meu nome vindo da voz amarga dele entre alguns soluços triste me arrepiou.

—Obrigado Hermione – disse ainda vendo que eu estava de costas para ele – Pode soltar a varinha a minha ta no chão ainda, eu não vou te atacar, desculpa.

—Tudo bem Malfoy? Que que houve com você? Nunca me chamou por Hermione, muito menos me pediu desculpas, nem se quer obrigada, e olha já é a segunda vez... Não que eu esteja reclando, é só que

—Que vindo de um Malfoy é estranho né?

—Não era isso que eu ia dizer, mas pode ser.

—Posso chamar de Hermione?

—É meu nome Draco.

—Precisei nem fazer o convite pra me chamar assim.

—Eu ajudei a salvar sua vida, não preciso de cortesias não.

—Não precisava me lembrar.

—Desculpa.

—Tudo bem, olha eu sei que é estranho, mas, se você quiser se sentar aqui

—Eu não deveria nem está confiando em você – dei uma pausa o encarei e me sentei – mas por algum motivo, eu vou ficar aqui.

—Posso lhe dar um motivo pra confiar em mim?

—Pode tentar, talvez você consiga.

—Eu sei que você quer saber porque eu voltei pra Hogwarts e a resposta é porque eu iria enlouquecer se ficasse sozinho naquela casa onde muita coisa ruim aconteceu, eu quero me livrar daquilo tudo, eu quero trabalhar e pra isso eu tenho que ter o 7 ano.
E talvez eu esteja diferente assim como você diz pelo fato de eu nunca ter sido assim, meu pai me batia se eu demonstrasse um mínimo de amor pelas pessoas.

Eu engoli em seco e ouvir isso doeu meu coração.

... Ele me obrigou a ser um comensal, ele não queria mas Voldemort nos mataria se eu nao fosse, eu nunca quis fazer nada disso, mas eu fui obrigado a vida inteira isso, eu me sinto um lixo por isso, eu queria mudar, eu mudei, mas sabe, ninguém acredita em mim nem quer ser mais meu amigo, na minha própria casa as pessoas me julgam.

—Malfoy..

—Draco

—Draco, olhe eu não vou ser injusta, eu te entendo e sabe, se você quiser pode contar comigo pra conversar, eu posso ser sua amiga se você quiser, óbvio que por enquanto, assim, escondido dos outros por tudo que aconteceu ano passado, mas você pode conversar comigo.

—Voce tá falando sério??? Não quer me persuadir pra me humilhar por tudo que fiz?

—Draco eu tenho cara de Malfoy?

—Hermione!!

—Desculpe, desculpe,sério eu não vou fazer isso, não se preocupe. Eu tô falando sério quando digo que se precisar estou aqui.

—Será pedir de mais que você fique aqui comigo?

—Não Draco, não será, eu fico.

—Obrigada.

Não se falou mais nada apenas o silêncio falava por nós, eu me sentia bem dando uma segunda chance a alguém que um dia me fez mal, e eu sentia que ele estava falando a verdade, e ele poderia enfim ter uma amiga de verdade.
E realmente toda hora se passou e não foi dita uma palavra, eu só escutava sua respiração leve, e algumas risadas quando eu conjurava alguma coisa engraçada no ar.

__Draco – quebrei o silêncio olhando no meu relógio de corrente – já acabou o tempo vago, tá na hora da aula de D.C.A.T, minha aula é com a sonserina né.

__Mas já? Parece que passou tão rápido – apenas o olhei e sorri – É sim essa aula agora é sonserina e Grifinoria com o cabeça de fogo maior.

__Draco? Ele é um amor okay?

__Não sei, não sei, era da ordem Hermione.

__Draco sabe quem mais era da ordem?

__Hum?

__Eu Draco, eu era da ordem da fênix, abaixa a bola aí. – ele me olhou confuso – E ainda sou, somos a nova ordem, vai com calma.

—Desculpe estressada, ele não é de todo mal, mas a cara dele é engraçada.

—Graças a um certo lobo – o loiro parou de rir e eu arquiei as sobrancelhas –Agora enfim vamos?

—Vai primeiro, depois eu vou, pra não virem a gente saindo o mesmo lugar, não era pra ser assim?

__Aa sim verdade era, bom até mais.

__Até mais.

Sai andando na frente, aa meu Deus eu não estudei nada fiquei o tempo todo olhando para o nada e nem se quer abri o caderno o senhor, sai andando com preça para o segundo andar, entrei na sala e ainda não havia muitos alunos, estavam sentando aos poucos, sentei na minha cadeira no fundo da sala e cumprimentei meu Ex quase cunhado.
Pois é nosso novo professor de Defesa Contra Artes Das Trevas era Gui Weasley nada melhor para nos ensinar isso do que alguém que foi atacado por um Lobisomem das Trevas. Me lembrei de Lupin, o aconteceu o mesmo e agora ele estava morto, me doía tanto isso, mas me desvencilhei desses pensamentos quando Ron e Harry se sentaram do meu lado fazendo uma pergunta juntos.

Aonde você estava?

—Estava estudando, porque?

—Porque não estava na sala comunal?

—Porque eu não quis ora! Queria estudar em paz, e fui para Jardim.

—Boa Tarde turma.

Graças Deus eles calaram a boca quando Gui começou a dar aula e ninguém me encheu o saco mais, quando a aula acabou eles avisaram que iriam na frente pois iam para o estádio de quadribol treinar um pouco pois iriam fazer teste para o novo time, saindo da sala e virando em direção para o corredor que levava até minha casa o cachecol de Malfoy estava caído ali de novo, ele só podia está brincando comigo. O peguei nas mãos e senti que no meio onde eu segurava havia um pedaço de pergaminho.

Me encontre no mesmo lugar amanhã?
Pelo visto vai ser o único lugar onde poderemos conversar em paz, não quero te atrapalhar estudar, leve os livros e estude comigo.

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