Nos fazemos o nosso destino

CAPÍTULO 2- A morte

Conforme o tempo passava, sentia que aquele buraco se enchia com a água. Minha única chance era esperar que estivesse cheio o suficiente para que eu voltasse á superfície boiando,mas eu não conseguia mexer minha perna porque havia uma grade enroscada nela.

Eu não conseguia pensar em outra maneira de escapar do afogamento. O buraco estava se enchendo rápido demais, e quando fui ver, a água já estava acima do meu tórax.

Era sereno e calmo, a morte vinha, e eu não tinha escolha senão aceitá-la.

Foi nesse momento que eu voltei do começo, como se eu estivesse sonhando e recém havia despertado de um pesadelo. Me levantei correndo achando que eu realmente estava morrendo, mas na verdade eu ainda estava em casa com a minha capa de chuva nas mãos.

Não sabia o que aconteceu,pensei que tivesse sido um sonho,mas pareceu tão real que nem pude acreditar que era isso.Foi ai que isso começou a se repetir,toda vez,todo dia,e a sensação era sempre de imersão,como se eu realmente estivesse vivenciando aquelas alucinações.Eu começei a investigar tudo que poderia estar acontecendo.Procurei em sites,livros,até em filmes...Mas não conseguia encontrar nada que me levasse a uma resposta.

De início eu não havia percebido, mas na verdade não eram apenas alucinações,eram visões.Eu tinha visões sobre o que iria acontecer caso eu tomasse uma decisão,eu previa as consequências.

E foi assim que eu consegui passar na prova da Greenwich.Toda vez que eu ia assinalar a questão errada, eu previa a consequência de ter errado, então eu só assinalava as alternativas corretas. Era um tanto bom, as vezes assustador.

As visões não estão sobre meu controle, há dias que eu tenho muitas e outros que tenho poucas, mas no final, eu sempre fui salvo por essas visões.

Me lembro de uma vez que eu fui me encontrar com uma garota que eu havia conhecido em um show,nós conversamos e bebemos juntos,ou melhor,iamos beber juntos...Quando eu ia encostar a boca no copo de cerveja que ela havia me dado,imediatamente tive uma visão de que ela hávia dopado a bebida com uma droga anestésica,e por isso eu não bebi,mas fingi que eu estava bebendo para não chamar a atenção.

Basicamente no dia em que eu ia sair na chuva, eu morreria afogado.Para testar se as minhas visões eram mesmo coisas que iam acontecer,procurei a consequência mais irrelevante possível.

Eu fui a uma loja de livros e peguei um livro caro,levei até a atendente e disse que iria levar aquele.Na minha visão,o livro custava 180,00 dólares e eu não teria dinheiro o suficiente para compra-lo.E quando eu fui comprar o livro,para a minha surpresa,foi exatamente igual.

Isso foi o suficiente para comprovar que de fato as visões não eram apenas alucinações.