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Eu to vendo vcs vizualizarem essa porra e darem estrelinha jajaak

- Certeza que não aconteceu nada na festa ontem? - minha mãe indaga.

- Tenho, por que acha que aconteceu alguma coisa? - me faço de desentendido.

Eu mal desci as escadas para tomar café, e minha mãe já começou a me encher de perguntas. Ela disse que me viu chegar ontem, e que parecia que eu estava chorando. Realmente, isso não é mentira, é tão patético pensar que chorei ontem à noite por estar totalmente confuso e assustado, mas ela não precisa saber disso.

- Porque você estava estranho quando chegou - disse, simples. - Aliás, Steve não ia te trazer de volta? Por que veio sozinho?

- Ahn - engulo em seco. - Porque eu estava cansado, e ele queria ficar mais tempo lá.

Me levantei da mesa, e coloquei minha caneca dentro da pia. Peguei a mochila que estava no chão, e a joguei sobre meus ombros.

- Tô atrasado, preciso ir - aceno para ela. - Tchau, mãe.

Saio correndo de casa, porque obviamente hoje não preciso esperar Steve, ele não iria me buscar depois do que aconteceu. Não sei nem se ele vai olhar na minha cara hoje, não sei nem se eu quero olhar na cara dele hoje.

✕ ✕ ✕

O sinal do segundo horário bateu, e como esqueci meu livro de química no armário, estou indo lá pegá-lo agora.

O corredor, no final dele, um Steve estático me fitava descaradamente. Senti minha respiração falhar ao vê-lo ali, mas tentei ignorar. Andei até meu armário, evitando olhar para trás e abri o mesmo.

Respirei fundo cabisbaixo e senti um perfume forte atrás de mim. Eu conhecia esse perfume de longe, sei muito bem quem usa isso. Steve.

Me virei para trás com os olhos semicerrados, e orando mentalmente para que fosse só fruto da minha imaginação fértil, mas não era. Steve estava ali, atrás de mim, me encarando com aquele par de olhos perfeitamente intimidantes.

- Tony.

- Steve - disse, e fechei a porta do armário atrás de mim.

- Precisamos conversar - ele disse.

Meu coração batia tão rápido, que parecia que ia rasgar o meu peito.

- Mas eu tenho aula de química - digo, baixo. - Pode ser outra hora?

- Não. Não pode ser outra hora, Tony- essa foi uma das únicas vezes que eu o vi falando tão sério. - Por favor.

- Tudo bem, pode falar - por fim, me rendo.

- Não aqui - o olho confuso. - Sei de um lugar melhor.

Eu não ia, mas concordei.

Ele segurou meu braço, e me puxou para fora da escola. Era uma péssima sensação de adrenalina sair do colégio no meio das aulas. Nós andamos em silêncio por uns minutos. Eu percebia a boca de Steve se abrindo para tentar dizer algo, mas nada saía. Eu também pensava em centenas de coisas para dizer, mas não conseguia. Em minha garganta, um nó havia se formado.

Quando chegamos em um terreno abandonado, coberto de neve, Steve parou de andar. Eu o olhei com as sobrancelhas arqueadas, e ele apenas suspirou, apontado para o terreno. Nós entramos ali, e nos sentamos em alguns tijolos que estavam acumulados num canto.

- Vai falar alguma coisa agora? - disse, impaciente.

- Vou tentar - sua voz saiu muito baixinha, quase em um sussurro. - Me desculpa por ontem.

O olhei indignado. Era isso a coisa tão importante que não podia ser dita dentro da escola? Porra, Rogers.

- Desculpa pelo o que? - cruzo os braços. - Pelo beijo, ou por ter me deixado sozinho o tempo todo, mesmo quando disse que ficaria lá comigo?

- Por ter te deixado sozinho, óbvio - diz, em desdém o que deixou minhas bochechas coradas.

Ele não se arrependeu de ter me beijado, mesmo sabendo que somos melhores amigos?

- Steve...-

- Bom, Tiny, eu sei que fui um babaca ontem - ele suspira. - Eu prometi algo, e não cumpri. Me desculpa por isso, eu admito que sou patético e ridículo, como você disse ontem à noite.

- Sobre isso: desculpa - sorri, sem graça.

- Não, tudo bem. Eu sei que sou - ele solta uma risada debochada. - Foi mal, eu não queria te deixar irritado, e nem triste. Pelo contrário.

- Tudo bem, Stee, me desculpa por exagerar. Mas eu não consegui me controlar depois que vi você com a Pepper - falo rapidamente, e Steve sorri. - Por que diabos você tá sorrindo?

- Porque eu gosto do fato de você ter ciúmes de mim, Tony Bonnie.

- Que apelido ridiculo - Reclamei fazendo com que o loira ao meu lado de umas boas haha's - Isso é mais patético que você - revirei os olhos.

- Então, eu sou patético?

- Irritante também.

- Mas você me ama, certo?! - eu odeio tanto esse tom debochado.

- Eu te amar não muda o fato de você ser extremamente patético e irritante, Steven - respondi, sério.

- Bem...então estamos numa boa?

- Estamos numa boa.

Ele deixou que um sorriso muito grande escapasse dos seus lábios. Sabe, eu poderia escrever sobre o sorriso dele o dia inteiro, mas jamais conseguiria descrever a sensação que me invade cada vez que o vejo.

Enquanto Steve me encarava, sem vergonha alguma, esfreguei as mãos tentando me aquecer, mas não adiantou muito.

- Vem aqui - Ele disse, e se sentou virado de frente para mim. Ele pegou minhas mãos, e as colocou dentro do bolso do seu suéter cinza.

- O-obrigada - falei, envergonhado.

- Isso faz com que eu pareça menos patético? - ele sussurra, e seu rosto estava tão próximo ao meu que pude sentir sua respiração quente.

- Nenhum pouco.

𝐖𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫 𝐅𝐢𝐫𝐞 | 𝐒𝐭𝐨𝐧𝐲 𝐕𝐞𝐫𝐬𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora