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Oi oi

No quintal da casa de Natasha dava para ter uma perfeita visão da chuva e da neve caindo sobre as ruas asfaltadas.

Meus pensamentos giravam e me torturavam a cada segundo, meu estômago se revirava e eu me sentia patético por ter fugido daquela situação. A questão não é Steve ter beijado Natasha, sei que foi um desafio, a questão é...tudo o que Steve faz me deixa completamente louco. E algumas vezes, não é no bom sentido.

Fui tirado dos meus devaneios ao sentir uma mão quentinha repousar sobre o meu ombro. Eu não precisava olhar para trás para conferir quem era, eu já disse, conheço esse perfume a quilômetros de distância, e ele sempre vai ser o meu preferido.

— Foi mal — sua voz soou mais rouca que o normal.

— Eu não entendo você — minha voz saiu como em um sussurro.

— Como assim?

— É que você me deixa confuso demais, Finn — disse, ainda sem olhar para ele. — Você não age de acordo com o que fala.

— Olha, eu...—

— Antes da festa da Pepper, você me implorou para ir — o interrompo. — Eu fui, e você só apareceu depois de ter ficado com ela e ainda me beijou, como se nada tivesse acontecido — respiro fundo. — Ontem, você disse que é apaixonado por mim, mas há segundos atrás estava beijando Natasha. Eu sei que foi um desafio, eu não estou com raiva, mas esse é ponto: você me confunde.

— Sinto muito, Tiny — ele afasta sua mão do meu ombro. — Eu sei que não devia ter aceitado o desafio.

— Você não devia ter feito um monte de coisa Steve.

— Sei disso também — sua voz saía cada vez mais baixinha.

— Então...até quando vai continuar fazendo coisas que me magoam? — me viro para ele, e o encaro.

— Eu juro que não foi minha intenção magoar você, fiquei com medo de que a consequência fosse maior que o desafio.

— Você erra, Steve — balanço a cabeça. — Você erra ao pensar que sempre quando vacilar, e me dizer algo bonitinho, eu vou ceder.

— Tony, me desculpa, tá legal?! — diz, cabisbaixo. — Não sei o que quer que eu faça agora, porque já aconteceu.

— Eu quero que você pare de falar uma coisa, e fazer algo totalmente diferente, cara.

— Já pedi desculpas.

— E eu não estou com raiva, só não consigo entender você.

— Eu também não consigo.

— Fale comigo quando conseguir — falei, firme.

— Tony, me desculpa por ser um péssimo futuro namorado — ele diz. — Eu sei que errei algumas vezes, e me desculpa por isso. Sei que você merece muito mais do que um garoto totalmente errado, como eu, mas eu amo você, e eu estou certo de que você também. Só...— ele da uma pausa, enquanto suspira. — Só me perdoa por isso.

— Escuta, você precisa entender que eu não estou bravo com você e que eu sei que foi um desafio, não é sobre isso que eu estou falando. Estou falando sobre como você me deixa confuso, e se quiser que eu te perdoe, vai precisar agir diferente. Eu amo você Steve, mas essas suas atitudes me irritam — falo rapidamente. — Não quero ter que chorar por você.

— Você não vai precisar — ele se aproxima. — Eu preciso saber se você me perdoa para eu tentar melhorar por você.

— Eu já disse, estamos numa boa.

Sorri fraco, e então Steve me puxou para mais perto de si e me abraçou. Eu sentia sua respiração pesada batendo contra a minha nuca. Apenas apertei mais meus braços na sua cintura e nós ficamos ali, por um bom tempo.

— Sabia que Bucky, Natasha e Sam estão nos espiando pela janela, certo?! — ele solta uma risada nasalada.

— Sei, isso não é um problema para mim — asseguro. — É pra você?

— Com certeza, não.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, mas nunca desviávamos o olhar.

Eu acho incrível o poder que Steve tem sobre mim. Toda a raiva que eu sinto passa quando o vejo. Passa quando ele diz que é apaixonado por mim, porque eu sou apaixonado por ele. E o que faz a gente se apaixonar por alguém? É o jeito. A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita trechos românticos de música indie. Não é porque ele tem um cabelo incrível: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo tivesse escrito para nós. É o jeito dele de piscar demorado, como se estivesse em câmera lenta. O jeito de andar. O jeito de se vestir. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. E é impossível explicar o quanto sou apaixonado por Steve Rogers

— A gente vai congelar se ficarmos aqui fora — ele ri sem graça.

Eu assinto, e então nós entramos novamente para a casa de Natasha.

Os três estavam grudados na janela da sala, e provavelmente ouviram tudo o que nós falamos lá fora. Natasha sorri sem graça ao me ver, e eu respiro fundo. A ruiva vem até mim, e segura meu braço, me puxando até a cozinha.

— O que você quer? — puxo meu braço.

— Pedir desculpas.

— Você tá bêbada — revirei os olhos.

— Não tanto, desculpa Tony— ela disse, se embaralhando com as palavras.

— Bebeu uma garrafa inteira, como quer que eu te leve a sério?

— Cala a boquinha — ela coloca o indicador na minha boca, e eu a olho confuso. — Você nunca tinha me contado que gostava do Steve.

— Como se você já não soubesse disso — revirei os olhos mais uma vez.

— Eu não tinha certeza — ela balança os ombros. — Fui uma idiota, não fui?

— Foi, você foi uma idiota — sorri, cínico. — Vocês dois foram.

— Você tá bolado com a gente?

— Já conversei com o Steve, você sabe porque ouviu tudo — suspiro.

— E comigo? Tá bolado comigo?

— Parte de mim diz para eu raspar seu cabelo enquanto você dorme, e a outra parte diz que eu não posso assassinar uma pessoa bêbada — dou uma risada fraca.

— E qual dessas partes você vai ouvir? — Sophia diz, preocupada.

— Provavelmente a segunda.

— Graças a Deus!

— Eu disse provavelmente.

Aaa eu amo esses doi bolinhos
Eaii estão gostando??

𝐖𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫 𝐅𝐢𝐫𝐞 | 𝐒𝐭𝐨𝐧𝐲 𝐕𝐞𝐫𝐬𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora