Um casal incomum

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Akutagawa abriu os olhos e puxou Ranpo consigo apontando uma faca para seu pescoço se afastando um pouco a cada passo.

- não se aproxime ou ele morre!!!

Kunikida viu a cena sem saber como agir a princípio pois aquele garoto estava "morto" aos seus pés, levantou as mãos e prometeu cooperar se Akutagawa libertasse o outro.

- vamos conversar...nós não vamos prender você e o deixamos ir, depois diremos ao chefe que parece que o Assassino da Sombra foi embora da cidade, e é isso que você fará

É um bom trato, não é?

- Ele não é o assassino...Kunikida

Ranpo revirou os olhos olhando para aquela faca

- Ei...pode abaixar?

Kunikida o olhou levantando uma sobrancelha.

- não? Percebeu isso usando a Dedução ultra? Nem vi você colocar os óculos

- Não precisei

Ranpo o olhou de forma séria, pois agora estava pra valer na investigação, olhando para a faca.
Akutagawa percebeu que os dois homens não fariam nada e abaixou a arma branca libertando Ranpo.

- eu. ... ainda estou aqui

- Perdão
Mas devo entender que está aqui devido ao perigo que sentiu, não?
No caso, ficou com medo de ser morto e por isso atacou o primeiro que se movimentou, não?

Ranpo o olhando, compreendendo o mistério.

- na verdade eu fui jogado aqui
Consegui escapar do assassino por pouco

Akutagawa omitiu pequenos detalhes, porquê ele estava na rua a essa hora e como conseguiu não ser morto.
Kunikida colocou a mão no queixo analisando as feições do jovem de pele pálida.

- você me lembra alguém...já não te vi nos jornais?

- Hum..jogado

Ranpo o olhou e na direção que ele veio pensando.

- você lembra dele?

- não vi o rosto, estava escuro

Akutagawa tossiu respondendo o homem baixinho a sua frente:

- e nunca estive nos jornais

Kunikida permaneceu pensativo, jurava que já havia visto esse garoto antes.

- está bem
Perdão pelo incômodo

Ranpo sorriu de forma calma e sincera, olhando aquele jovem de capa escura.
Falando em baixinho, um certo ruivo os observava de longe e quando Akutagawa olhou na direção de uma mercearia deu de cara com o mesmo. Pigarreando disse que precisava ir, estava na sua hora.
Ranpo olhou para Kunikida assentindo, andando devagar, vendo que na verdade ele iria para outro local.

- _deseja ficar com todo crédito?? Eu não vou desapontar o chefe!!!!!_

Akutagawa logo sumiu da visão deles e estava onde Chuuya se encontrava, Aku jogou uma perna contra a parede do lado esquerdo e a mão do lado direito encurralando o baixinho.

- achei você

Chuuya fez um som de desaprovação com os lábios e tentou sair dali, mas teve seu braço segurado sendo impedido.

- eu não te devo mais nada

- ah, deve sim, e você vai pagar

Disse Akutagawa em tom de ameaça.

Ranpo ouviu o som de discussão e saiu até o local, olhando os dois brigando e acabou rindo, por se lembrar de uma briga entre crianças.

- o que se passa?

Mesmo em uma neblina densa, Ranpo conseguiu ouvir os dois.
Chuuya e Akutagawa engoliram em seco, não sabiam que estavam sendo ouvidos, se entre olharam pensando em uma desculpa racional e ela veio do menor.

- é, estamos discutindo porquê eu devo uma bebida pra ele
Mas isso foi quando estávamos juntos, agora não devo nada
E eu não vou pra sua casa, nem que me pague

Deu uma risadinha de canto olhando o moreno.
Akutagawa corou de leve querendo esguelar o outro por ter tido essa idéia, mas confirmou a história tocando o queixo do baixinho ruivo.

- eu volto pra você me pagar..a bebida

- que estranho
Não me parecem que estavam discutindo por isso não

Ranpo cruzou os braços, olhando eles dois.

- não ligue muito
Meu ex namorado é esquentado e não se importa de me abordar nas ruas
Se a polícia o pegar...pode dar problema pra ele

Chuuya gesticulou com as mãos, adorando deixar o outro constrangido.
Akutagawa se afastou e deu as costas, colocando as mãos nos bolsos novamente.

- nos vemos por aí

Foi andando sem olhar para trás, antes que alguém perguntasse mais alguma coisa.

- Hum....compreendo

Ranpo se abaixou, como se estivesse acreditando no que ouvia, acenando para Chuuya.

- Então até mais

Chuuya logo se retirou também, e mais nenhum dos dois eram vistos, como se fossem duas raposas acostumadas com a arte de sair furtivamente. Ranpo olhou ao redor, abrindo os olhos já não vendo mais nenhum dos dois.

- ninjas... em

Ranpo saiu andando pela rua devagar, pois já havia perdido Kunikida de vista, esbarrando em alguém alto

- quem é...você?

- Eu, quem mais? Pelo tamanho eu deveria saber que era você, Ranpo-san

Era Dazai que já tinha saído do efeito do álcool, e foi atrás deles dois, sabia que estariam alí.

- O que tem de novo?

- Nada....Somente dois suspeitos, novamente
Que são rápidos como ninjas

Chuuya foi o primeiro a entrar em uma espécie de pensão bem mal tratada, jogar suas botas no chão e se jogar em seguida em sua cama, cansado.
Akutagawa foi o segundo a entrar, tirou o casaco, os sapatos e foi até a cafeteira de cima da mesinha do quarto único pegar um pouco de café.

- acha que eles desconfiaram?

Chuuya voltou a atenção para o moreno fazendo que não com a cabeça.

- não acho, tenho certeza
Você não sabe disfarçar, meu caro

- quem são esses?

Perguntou Dazai, ao que Ranpo respondeu rindo:

- Dois moleques...um ruivo e um moreno

Ranpo olhou Dazai, percebendo o interesse real dele.

- Eu sei onde moram
Irei lá interrogar os dois

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Nota: A versão postada aqui é um pouco diferente da postada no Amino, onde alguns fatos foram encobertos, cenas modificadas ou deletadas por conta da faixa etária, ainda assim só considerei pesado pela violência em algumas cenas, mas isso o anime também possui.
Também tem aqui piadinhas de duplo sentido que lá no Amino ocultei.
Pode ser lido nas duas versões que vai parecer diferente, talvez alguns capítulos também sejam colados em algumas postagens.

O Assassino da SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora