O trabalho de Chuuya

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- Fiquei curioso
O que é que eu não posso saber, hum?

Dazai colocou uma das mãos sobre os joelhos, olhando Akutagawa.

- não é da sua conta

Akutagawa saiu batendo a porta atrás de si.
Chuuya o seguiu já querendo encher aquela carinha linda de hematomas, abriu a porta novamente e saiu atrás do moreno até o local escolhido como ringue.
Dazai se calou ao ouvir aquela resposta, mas ele não iria deixar de procurar saber, afinal, era um detetive.
Ele sorriu e levantou devagar, saindo logo atrás deles, sem fazer alarde.
Chuuya e Akutagawa logo se posicionaram tirando o casaco e partiram um para cima do outro a socos e pontapés, literalmente, nenhum deles parecia estar para brincadeira e nenhum deles parecia querer se render ou parar a briga. Eles brigavam por um segredo que não deveria ser revelado, mas que um quase deixou ir a tona.
Dazai se esticou, conseguindo ver a luta entre aqueles dois.

- Se são assim normalmente, imagina na cama, em?

Dazai mordeu os lábios imaginando o que deveria ser o gatilho para essa briga.
Os minutos foram passando e já estavam nisso a meia hora, nenhum dos dois se rendia, ambos suados e cansados, mas Akutagawa permanecia sobre Chuuya, que se encontrava caído no chão, apontando o punho para o rosto do ruivo.

- se rende?

Ao ouvir um não seu punho atingiu em cheio o rosto do outro tirando um rastro de sangue da boca do mesmo.

- você não vai vencer essa
Sempre quer vencer tudo!!

Gritou Chuuya com os lábios inchados segurando o braço do outro e o jogando, virando a posição, dessa vez ele ficando por cima tentando render o outro.
Dazai ouvia aqueles gritos olhando para eles, acabou batendo em um dos jarros derrubando, causando um barulho estrondoso, caído no chão mas com aquela pergunta em mente:

- _por que estão brigando?_

Ambos olharam para o homem em posição de contra ataque, parando por um instante.

- hum...sai de cima ou eu te chuto!!

Ordenou o moreno já irritado de ter de sustentar o ruivo sobre si.

- você não me dá ordens, Akutagawa
Mas já te deixei marcado o suficiente

Chuuya levantou e saiu andando para a farmácia, precisaria de remédios e curativos. Akutagawa levantou em seguida batendo na roupa, torceu o lábio com um som de desaprovação e olhou o outro.

- o que está olhando?

- A briga no relacionamento de vocês
Qual foi o gatilho?

Dazai foi direto ao ponto, olhando o rosto do moreno inchado e ensanguentado.

- você.

Akutagawa só disse isso antes de entrar novamente na pensão, precisava lavar o rosto e procurar algum curativo, não queria trombar com o outro na farmácia.

- Eu? E o que eu fiz?

Dazai se atreveu a entrar também, indo até Akutagawa.

- eu sei fazer curativo

- tem uma caixa de remédios no armarinho do banheiro

Akutagawa se sentou no sofá dolorido, colocando a mão no rosto.
Dazai pegou a caixa de remédios se aproximando de Akutagawa e começando a passar um pouco de álcool no nariz dele devagar.

- au....isso arde, caral....

Akutagawa reclamou pela ardência mordendo os lábios pela dor, apertando os olhos e quase deu um salto do sofá.

- Calma
Só assim pra não fazer inflamar
Se reclamar vai doer mais

Dazai permaneceu espalhando o álcool ali, esfregando de forma calma e lenta. Akutagawa reclamou mais disso do que durante a surra que levou no meio da briga, não que também não tenha batido, apertou as próprias mãos em cima dos joelhos e fez careta como uma criança.

- hum....não me diga o que fazer...

Dazai terminou de limpar aquela região, olhando para o pequeno jovem.

- Machucou algum outro lugar?

- não, e obrigado por se preocupar depois de tudo que eu disse

Akutagawa corou de vergonha, pois tinha tratado esse homem mal e agora o estava ajudando.

- Não não. Tudo bem

Dazai começou a envolver uma faixa ali devagar, olhando em seus olhos.

- Perdão pelo incômodo

- incômodo? Fala da briga?
Tudo bem....isso é "normal" entre nós ..

Akutagawa corou novamente mordendo o lábio inferior.

- Vocês realmente namoram?
Não me parecem ser um casal

Dazai levantou devagar, indo guardar os remédios que havia pego, no mesmo lugar de onde tirou.

- não parecemos?

Akutagawa pensou no que dizer, apesar que nada vinha a sua mente, que não fossem as investidas e atiradas de Chuuya para consigo, mas nunca foi somente com ele e Aku sabia disso.

- Não mesmo

Dazai terminou de ajeitar as coisas e voltou, olhando para Aku respondendo.

- Apesar que formam um belo casal

Por quê Akutagawa continuava pagando as contas do ruivo? Por quê o aguentava no mesmo teto mesmo sabendo o que ele fazia?
Porque ele mesmo fazia algo errado para sustentar os dois? As palavras de Dazai lhe fizeram questionar sobre tudo isso e ele virou o rosto levantando a indo até a janela.

- desse jeito ele não vai poder fazer aquilo ....

Ele tinha feito um estrago no rosto do baixinho e sabia o que isso significava. Ele voltaria mais cedo essa noite e sem dinheiro.

- Aquilo o que?

Dazai estendeu uma sobrancelha imaginando o que se tratava "aquilo".

- pensei alto demais

Akutagawa percebeu um certo objeto aparecendo debaixo da cama e desviou o olhar para que o outro não visse.

- é, quer mais café?

Dazai percebeu aquele objeto e se aproximou segurando e olhando Akutagawa.

- Não mesmo, em
O Chuuya trabalha com trabalhos profanos, não é?

Akutagawa ia responder quando alguém invadiu a pensão apontando uma arma para sua cabeça, dando uma "batida" em sua moradia.

- mãos para o alto, Dazai, se afasta desse criminoso!!

Dizia um Kunikida furioso apontando a arma para a fronte de Akutagawa. O moreno retirou as mãos dos bolsos e estendeu os braços dando uma risadinha de canto.

- sabia que você viria buscar

O que Dazai tinha em suas mãos era a carteira de Kunikida, que o outro surrupiou enquanto "conversavam" naquele primeiro encontro.

- devo dizer que meu primeiro encontro é sempre marcante

Brincou Akutagawa sorrateiro.

- posso abaixar as mãos? Tenho algo para mostrar a ele

Se referiu a Dazai.

O Assassino da SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora